2/14/2020

Imbecilidade que mata!


Família deve acompanhar o que os filhos estão vendo nas redes sociais e alertar sobre os riscos de desafios divulgados na internet, o mais recente,  intitulado como o desafio da rasteira preocupa pais e acende alerta nas escolas.



Reprodução - Youtuber autor do ‘desafio da rasteira’, que pode matar, pediu desculpas

Uma brincadeira de mau gosto que pode levar à morte, e ganhou as redes sociais nos últimos dias, tem um mentor intelectual por trás. Trata-se do digital influencer Robson Calabianqui, conhecido como ‘Fuinha’, 23 anos, que tem mais de 2 milhões de seguidores em seu canal de YouTube.

Com essa ampla base de fãs, ele conseguiu disseminar Brasil afora o chamado “desafio da rasteira”, que põe em risco as vítimas de uma pegadinha que consiste numa rasteira dupla dada por outras duas pessoas candidatas a assassinas.

Num dos vídeos publicados, e já tirado do ar, ele e o irmão (eles se chamam de Irmãos Fuinha) aplicam na própria mãe o golpe. Postados lado a lado, uma pessoa pula de cada vez. Quando a pessoa do meio está no ar, recebe uma rasteira dupla, levando um tombo que costuma terminar com a cabeça batendo em cheio no chão.

Os movimentos viralizaram e começaram a ser reproduzidos por crianças e adolescentes em várias escolas. 

A situação levou o ator e humorista Rafael Portugal, do Porta dos Fundos, a condenar a prática. Ele citou uma outra situação envolvendo uma criança, que preferiu não publicar. “BRINCADEIRA IDIOTA. NÃO FAÇAM ISSO!!! VOCÊ PODE MATAR ALGUÉM!!! Só estou compartilhando pq hoje recebi um vídeo que não irei postar de uma criança convulsionando”, comentou ele, ao postar um dos vídeos, já tirado do ar.
 
Foto: Reprodução
A gravação postada por Portugal, marcada como conteúdo sensível pelo Instagram, mostrava dois jovens dando uma rasteira num senhor que cai, bate a cabeça em cheio no chão, e fica desacordado. Os rapazes riem da situação.

Especialista

Médico neurologista e professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Humberto de Castro Lima Filho explica que o homem que caiu sofreu um traumatismo craniano. 


"O indivíduo sofreu traumatismo craniano com perda de consciência. Deveria ter sido encaminhado imediatamente ao hospital para avaliação médica. De fato, poderia ter apresentado um sangramento intracraniano, o que é um quadro muito grave e potencialmente fatal", explicou ao CORREIO. 

Ainda segundo o neurologista, o risco é alto tanto para crianças como para adultos. 


O caso mais recente foi registrado em Jandira, na região metropolitana de São Paulo, onde um menino de 11 anos teve de receber atendimento médico após ser vítima do “desafio da rasteira”, o garoto foi socorrido pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e levada a uma UPA (Unidade Pronto Atendimento), onde foi atendido.

Reprodução / Facebook
Em entrevista a Record TV, o garoto afirmou desconhecer a "brincadeira" e que depois do episódio ainda sente dores nas costas quando caminha, apesar de que, segundo laudo médico, foi constatado traumatismo craniano e fraturas nas costas. O garoto recebeu alta médica e se recupera na casa da tia.


A psicopedagoga Patricia Marques recomenda que, "A família deve orientar as crianças sobre esse tipo de brincadeira, alertar para os riscos da queda e os perigos dos desafios que são divulgados nas redes sociais"

Ela ressalta ainda que os pais devem acompanhar de perto o que os filhos estão vendo nas redes. "É importante saber quais são os vídeos mais vistos, quem eles seguem e quais são as séries do momento, sempre tem uma 'modinha' e é preciso sentar e conversar."

A escola também tem a responsabilidade de alertar pais e alunos sobre os perigos desses desafios, mas também deve, na avaliação de Patricia, orientar os funcionários. "Eles precisam saber identificar esse tipo de brincadeira para conversar com as crianças", diz. 

Mas nada substitui o diálogo e a presença da família na vida dos pequenos. "As crianças brincam no prédio, na quadra e nem sempre tem um adulto por perto, é preciso manter o diálogo para que elas estejam conscientes dos riscos que estão na internet."

Fonte: R7

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