3/31/2015

Estação Cocal

Após anúncio de Cunha, PT e governo aceleram negociações sobre reforma política


Brasília, 31 - Integrantes da cúpula do PT e do governo passaram a acelerar as negociações com lideranças de outros partidos em torno da propostas que tratam da reforma política. As movimentações se intensificaram nesta terça-feira, 31, um dia após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmar que pretende colocar em votação "até a terceira semana de maio" a Proposta de Emendas à Constituição que prevê novas regras para as campanhas eleitorais.


As declarações do peemedebista ocorreram ontem, 30, durante o Fórum dos Grandes Debates, realizado em Porto Alegre. No entendimento de Cunha, as novas regras precisam ser aprovadas a tempo de começarem a valer para a eleição municipal de 2016. No começo da tarde desta terça, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante (PT), se reuniu com os deputados Henrique Fontana (PT-RS) e com Paulo Teixeira (PT-SP), ocasião em que se discutiu o melhor caminho para chegar ao mês de maio com uma proposta construída pelo PT.

"Alertamos sobre a aceleração da pauta da reforma política. O presidente Eduardo Cunha afirmou que vai votar no meio de maio, temos que nos mover. A ideia é acelerar as negociações. Estamos procurando todos os partidos", afirmou Fontana à reportagem, após o encontro com Mercadante.

O deputado foi relator de uma PEC de reforma política, mas que por falta de acordo não chegou a ir a votação em plenário. Segundo ele, o momento, no entanto, é de uma nova negociação. "O PT vai defender um teto e o fim do financiamento da empresa em campanha e para os partidos", afirmou o deputado.

Fontana ressaltou que o PT não descarta, entretanto, a possibilidade de as doações serem feitas por meio de pessoas físicas. Na próxima semana, o tema será discutido com o presidente do PT, Rui Falcão, em reunião agendada para ocorrer em Brasília.

Um dos embates que o partido deverá ter com o PMDB, que detêm a maior bancada no Congresso, é na questão do sistema eleitoral. Os peemedebistas defendem que sejam adotado o "distritão", sistema no qual cada Estado e o Distrito Federal seria um distrito. Por esse modelo, são eleitos para a Câmara, Senado, assembleias estaduais e Câmaras de Vereadores os candidatos mais votados em ordem decrescente até atingir o número total de vagas.

"Temos uma crítica forte ao distritão defendido pelo PMDB. Para nós é fim dos partidos, pois termina de fragmentá-los. Por esse modelo poderemos ter de 30 a 40 partidos", criticou Fontana.



Estação Cocal

Deputados prometem mandado de segurança contra PEC que reduz maioridade


São Paulo, 31 - Os deputados que tentaram barrar na Comissão de Constituição e Justiça

(CCJ) a admissibilidade da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que reduz a maioridade penal prometem entrar com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para travar a etapa final de tramitação da proposta na Câmara e deixar a decisão final para o Judiciário.

"Parlamentares de vários partidos, da base e da oposição, começam agora a estudar um mandado de segurança que será ajuizado no Supremo Tribunal Federal. O artigo 60 da Constituição é muito claro: não será apreciado proposta de emenda pendente a tolher garantias individuais", afirma o deputado Alessandro Molon (RJ), vice líder do PT na Câmara.

Ele diz que não há um prazo para a apresentação do mandado e que o documento será feito com base em pareceres de juristas "renomados" como Dalmo Dalari e Alexandre de Moraes.

Durante os debates na CCJ, as siglas governistas PT, PCdoB e Pros se uniram com os oposicionistas PPS, PSB e Psol para obstruir o andamento da proposta e postergá-la. Representando o governo, o vice líder Orlando Silva (PCdoB-SP) também aderiu a estratégia. "Me parece que essa estratégia não vai ter muito sucesso", rebateu o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se disse "pessoalmente favorável" a redução da maioridade penal.

Para justificar sua opinião, o deputado citou uma entrevista concedida pelo ex-ministro do STF Carlos Velloso, afirmando que a maioridade penal não é uma clausula pétrea da Constituição. "Afirmar que se tem aí uma cláusula pétrea é ir longe demais. A Constituição é feita para muitas gerações e não é possível que as gerações se obriguem no futuro àquilo que fizeram as gerações anteriores", disse o ex-ministro ao telejornal da TV Globo.

Os defensores da PEC reclamaram da estratégia de "judicialização". É um direito de quem foi derrotado recorrer ao âmbito judicial. Penso que é uma redução do papel do legislativo. Em muitas situações eles (PT) venceram e outros não fizeram isso", afirma o deputado Marcos Rogério (PDT-RO), autor do relatório defendendo a constitucionalidade da PEC aprovado na CCJ.

Advogados constitucionalistas dizem que o STF tem a prerrogativa de entrar com uma liminar e travar a tramitação, mas consideram pouco provável que isso aconteça. A medida geraria uma crise entre os poderes.

Apesar de pouco provável, a decisão de travar um projeto da Câmara depende do perfil do ministro que receber o mandado. A liminar é uma decisão monocrática e só depois de apresentada seria votada pelo pleno do STF.

Celeridade

O presidente da Câmara prometeu que vai se empenhar para que a tramitação da proposta seja rápida na Câmara. Ele garantiu que colocará a PEC em pauta logo que terminarem as sessões da comissão especial que analisará o mérito.

Cunha instalará a comissão na próxima quarta-feira. O grupo será formado por 26 membros titulares e igual número de suplentes. Os líderes partidários têm até a semana que vem para definir quem serão seus representantes. Apenas três horas depois da votação o presidente da Casa leu em plenário o ato de criação da comissão. A expectativa dos deputados é que em no máximo três meses a PEC já terá cumprido o rito dos debates na comissão especial e estará pronta para ser votada no plenário.

Fonte; Estado de Minas

3/30/2015

Estação Cocal

30/03/2015 10h08 - Atualizado em 30/03/2015 14h44

Cunha é vaiado por movimento LGBT na Assembleia do Rio Grande do Sul

Manifestantes, a exemplo do que ocorreu na sexta em SP, deram beijo gay.
Presidente da Câmara foi recebido com gritos de 'Fora, Cunha'.

Rafaella FragaDo G1 RSFACEBOOK
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi recebido com vaias e beijo gay em um evento para debater a reforma política na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, nesta segunda-feira (30). O protesto, realizado por representantes do movimento LGBT, foi similar ao organizado na última sexta (27), quando Cunha também foi vaiado na Assembleia de São Paulo.
O presidente da Câmara tem sido alvo de protestos de movimentos ligados à causa LGBT. Ele já manifestou opinião contrária à criminalização da homofobia.
Nesta segunda (30), antes mesmo de o evento começar, manifestantes já aguardavam na porta do prédio do legislativo gaúcho com faixas e cartazes de protesto. Quando Cunha chegou ao teatro da Assembleia onde seria realizado o debate, houve vaias e gritos de "fora" e "não me representa".
Dois homens se beijam durante a execução do Hino Nacional em evento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (Foto: Rafaella Fraga/G1)Dois homens se beijam durante a execução do Hino Nacional em evento na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (Foto: Rafaella Fraga/G1)
As vaias e gritos continuaram na abertura do evento e durante a execução do Hino Nacional.  Diante das manifestações contrárias a Cunha, o presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul, deputado estadual Edson Brum (PMDB), optou por suspendes a sessão.
"Antes de saudar a Mesa Diretora, queria pedir a gentileza a todos, nós estamos em um estado democrático, conquistado por todos, e precisamos oportunizar que todos se manifestem e pediria a gentileza que o fizessem ao seu tempo", disse o parlamentar gaúcho pouco antes de interromper o evento.
Cerca de 15 minutos após interromper a sessão, o presidente da Assembleia do Rio Grande do Sul retomou o evento em outro local do prédio, desta vez no plenário, fechado para a presença dos manifestantes.Cunha ouviu os protestos sentado à Mesa do plenário, junto de autoridades e do vice-presidente da República, Michel Temer. Brum se aproximou dos manifestantes para ouvi-los e tentar pedir silêncio, para que o debate começasse. "Eles não querem negociar", disse.
Após a retomada do debate, Brum fez uma introdução ao tema da reforma política e passou a palavra a Cunha. No microfone, antes de começar sua fala, Cunha criticou o que chamou de "intolerância".
Grupo protesta contra Eduardo Cunha na Assembleia Legislativa do RS em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)Grupo protesta contra Eduardo Cunha na Assembleia Legislativa do RS em Porto Alegre (Foto: Rafaella Fraga/G1)
"Sobre a intolerância que a gente acabou de assistir. Aqueles que não respeitam o Hino Nacional, não podem se permitirem a qualquer outro tipo de manifestação democrática. O debate, o contraditório, é sempre agradável e salutar e nós todos estamos sempre dispostos a ouvir e debater. Mas todos com respeito ao direito de falar, ao direito de ouvir. O respeito previsto na Constituição. [...] Foi lamentável a intolerância, mas meus cumprimentos aos intolerantes também", afirmou.
Ao deixar a Assembleia Legislativa, após seu discurso, Cunha foi questionado por jornalistas sobre os protestos. Ele disse que as manifestações não o preocupam e nem vão mudar a agenda de compromissos.
"Nem um pouco preocupado [sobre manifestações]. Vinte, 30 pessoas, que vêm só para agredir não têm que causar nenhuma preocupação. Isso não é democracia, é intolerância", afirmou Cunha.
Ele também ressaltou que o Congresso Nacional está aberto a debater qualquer tema, desde que com "respeito à ordem e à democracia". Ele acrescentou ainda achar que o grupo que fez o protesto foi "previamente escalado para isso" com "motivação" política.
"O Parlamento está sempre aberto a qualquer debate. Qualquer movimento é legítimo. Seja de qualquer lado. Não tenho nenhuma opinião, nem contra nem a favor, acho que são legítimos, desde que sejam no respeito à ordem e a democracia. Movimentos, que seja, que não respeitam sequer a execução do Hino Nacional... nem acredito que isso represente o movimento. Acho que isso é mais um grupinho que está previamente determinado a esse tipo de agressão, escalado para isso, com motivação politicamente e a gente vê claramente quem é”, sustentou.
Reforma política
Na fala sobre reforma política, o presidente da Câmara prometeu votar a reforma política em maio e ainda questionou a necessidade de se realizar uma campanha eleitoral de 90 dias e placas de propaganda eleitoral em "cada esquina".
"Por que a gente precisa de 90 dias de campanha no primeiro turno? Isso não faz com que a gente tenha um custo bastante elevado. Será que nós precisamos ter placa em cada esquina? Gasta para colocar a placa e ainda paga multa pela placa. Isso é um debate que tem que ser feito", disse.

Estação Cocal

Novas regras do Fies passam a valer a partir desta segunda-feira

Aluno deverá ter feito 450 pontos no Enem e não ter zerado na redação. 
Prazo de inscrição vai até 30 de abril.

Do G1, em São Paulo
As novas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) entram em vigor nesta segunda-feira (30) para novos contratos. Agora, para fazer a inscrição, o estudante deverá ter nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio e não ter tirado nota zero na redação.
O prazo de inscrição e também para o pedido de aditamento de contrato de quem já tem o Fies termina no dia 30 de abril. As inscrições devem ser feitas no site do Fies.
Cerca de 200 mil estudantes já conseguiram se inscrever no programa antes de a nova regra entrar em vigor. Outros alunos estão recorrendo a financiamentos particulares (veja no vídeo acima do Bom Dia Brasil).
O Ministério da Educação conseguiu na Justiça derrubar as liminares que suspendiam as novas regras do Fies. Com isso, as instituições particulares de ensino superior não podem aumentar as mensalidades acima do teto de 6,4%. E os novos contratos só poderão ser feitos para estudantes com nota mínima de 450 pontos no Exame Nacional do Ensino Médio.
Muitos estudantes reclamaram das dificuldades para se inscrever no Fies. O MEC alegou problemas na grande demanda de acesso ao sistema de inscrição.
O Fies já acumula 1,9 milhão de contratos. O programa permite ao estudante cursar uma graduação em uma instituição particular e, depois de formado, pagar as mensalidades a uma taxa de juros de 3,4% ao ano. O aluno só começa pagar após 18 meses de concluído o curso.
G1 ouviu o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para buscar respostas para as principais dúvidas e reclamações dos estudantes. Veja a seguir:

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
A maior parte dos estudantes diz que consegue acessar o sistema do Fies e passar pelas várias etapas do cadastro. Porém, ao chegar até a página do formulário onde é preciso preencher o nome da instituição, o curso e o valor da mensalidade, a página é atualizada e, nela, aparece a seguinte mensagem de erro: "m321: limite de vagas para esse Campus/IES esgotado".
Segundo o MEC, entre as novas regras do Fies há critérios estabelecidos para o atendimento de pedidos de contrato, de acordo com a avaliação do curso. Cursos que têm nota 5 no Conceito de Curso (CC) mais recente – ou Conceito Preliminar de Curso (CPC) mais recente, caso o curso não tenha CC – podem ter atendimento pleno no Fies. Isso quer dizer que todos os pedidos de contrato de financiamento deste curso serão atendidos.
Porém, cursos com nota 4 ou 3 no CC ou no CPC não terão atendimento pleno. O FNDE não detalhou as proporções de atendimento nestes casos. Dentro dessa taxa de atendimento, ainda é levada em consideração a localidade do curso. Por exemplo, um curso com nota 4 no Nordeste terá uma taxa de atendimento mais alta que um curso com nota 4 no Sudeste, onde já há maior concentração de contratos do Fies.
Erro no Fies mostra novos limites de atendimento dos pedidos de financiamento (Foto: Reprodução)Erro no Fies mostra novos limites de atendimento dos pedidos de financiamento (Foto: Reprodução)
Cursos com nota 1 e 2 não são atendidos pelo Fies, mas esta regra já valia nos anos anteriores.
Os estudantes que receberem essa mensagem de erro possivelmente não poderão conseguir um contrato do Fies no primeiro semestre letivo. É possível, porém, confirmar a situação do curso pelo telefone 0800-616161.

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
O MEC diz que a solicitação de um novo contrato do Fies é feita em três partes. Primeiro, é preciso fazer o cadastro das informações do estudante e do curso que ele faz no sistema do Fies, pela internet.
Depois, o estudante deve ir até a Comissão Permanente de Supervisão e Acompanhamento (CPSA), na própria instituição, para validar as informações da inscrição. Por fim, os novos contratos devem ser levados ao banco, para concluir o processo.
Por isso, segundo o MEC, problemas como filas de espera nas instituições (veja no vídeo acima) estão fora de sua alçada. Já as instituições afirmam que esse problema foi causado pelo atraso na abertura das inscrições de novos contratos, que concentrou uma demanda maior do que a normal neste semestre.

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
Não. Como o programa agora tem mais critérios, o número de novos contratos deve cair, e é possível que estudantes que solicitem um novo contrato neste semestre acabem tendo o pedido negado.
Se o estudante conta com o Fies para pagar as mensalidades de um curso superior, a recomendação é que o candidato não se matricule em cursos com notas 1 e 2, e procure se matricular em cursos com nota 5, para garantir que seu pedido de financiamento seja aceito, sem precisar contar com o limite maior para cursos com notas 3 e 4. Todos os indicadores de qualidade dos cursos e instituições estão disponíveis no sistema e-MEC:http://emec.mec.gov.br.
Caso o estudante já esteja matriculado e não conseguir o contrato do Fies, ele deve buscar outras formas de financiamento dentro e fora da instituição de ensino.
Se isso não for possível, e o estudante precisar cancelar a matrícula, é preciso checar os itens de cobrança previstos no contrato de matrícula, para que não sejam feitas cobranças indevidas, como a antecipação de mensalidades futuras. Se houver cobrança irregular, os estudantes devem fazer reclamações no número do MEC (0800-616161) ou nos órgãos de defesa do consumidor.

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
Não, mas vale para quase todos os estudantes. Apenas os professores permanentes da rede pública de educação básica que estejam matriculados em cursos de licenciatura (normal superior) ou pedagogia não precisam da nota mínima no Enem para conseguir o contrato.
A partir de 2015, é preciso que o estudante tenha tirado pelo menos 450 pontos nas provas objetivas do Enem e não tenha tirado nota zero na prova de redação.
Segundo o FNDE, os sistemas do Enem e do Fies são interligados pelo CPF dos participantes de ambos e, assim, é possível que o sistema do Fies obtenha a nota do estudante no Enem. Essa regra começa a valer a partir de 30 de março.

Pergunta FIes (Foto: G1)
Não. A regra vale para os novos contratos. Quem já estava na faculdade com curso pago pelo Fies deve apenas fazer o aditamento (renovação) de renovação semestral dos contratos de financiamento pelo site SisFies. Segundo o MEC, quem já tem o Fies não perde o benefício.


Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
Segundo o Ministério da Educação, o melhor canal de atendimento para os estudantes do Fies com problemas é o telefone 0800-616161. O FNDE afirmou que uma equipe de 140 atendentes trabalha apenas com as reclamações sobre o Fies "e mais 100 posições serão abertas nos próximos dias". O serviço também passará a funcionar aos fins de semana.
Na última semana, ainda de acordo com o FNDE, foram realizados 400 mil aditamentos de contratos, e o prazo de 30 de abril, para o aditamento de contratos já vigentes, pode ser estendido. "Todos os contratos já firmados com o Fies estão assegurados", diz o FNDE, que não afirmou se o prazo para novos contratos também será prorrogado.
Sobre os problemas de instabilidade do sistema, o FNDE diz que, "devido à forte demanda dos últimos dias, o sistema passou por problemas de performance, o que é uma situação muito dinâmica", mas que "os órgãos responsáveis estão tomando todas as medidas possíveis para superar as dificuldades".

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
O FNDE afirma que o limite para a taxa de reajuste da mensalidade do Fies sempre existiu, mas só começou a ser aplicado com vigor a partir de 2015. Por isso, alguns estudantes acabam tendo dificuldades de aditar o contrato já vigente. Neste ano, o limite é de 6,41%.
"Quando o estudante pede o aditamento ou a nova inscrição, ele precisa comparecer à CPSA munido de documentos. A CPSA também insere dados referentes ao contrato do estudante, inclusive o reajuste, se houver. É nessa hora que o processo trava, caso o reajuste tenha sido acima do permitido pelo SisFies. É importante lembrar que este desacordo é de responsabilidade da instituição de ensino superior, não do estudante, que cumpriu o que devia fazer", afirma o FNDE.
As instituições alegam que, segundo a lei nº 9.870, de 1999, podem rever os preços dos serviços prestados e que um limite de reajuste seria uma restrição deste direito. Uma instituição de Rondônia conseguiu, em decisão de primeira instância, a autorização para ultrapassar esse limite nas mensalidades financiadas pelo Fies, apenas em contratos vigentes.
Essa decisão, porém, é válida apenas para a faculdade particular de Rondônia que ajuizou a ação, e ainda cabe recurso.

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
Quem iniciou um contrato do Fies até o segundo semestre de 2014 tem direito a manter as mesmas condições contratadas até o fim do curso, segundo o Ministério da Educação. A pasta afirma que instituições que prefiram sair do programa após as mudanças precisam manter as condições dos estudantes com os quais já tinham contrato.
"É dever da instituição de ensino entrar em contato com MEC e FNDE para negociar sua taxa de reajuste", explica o FNDE, que diz ainda que "as regras do Fies determinam que os estudantes que já têm contrato não devem ser discriminados e a instituição precisa honrar os contratos existentes". O estudante com contrato regular do Fies não pode ser impedido de frequentar aulas, nem ser cobrado mensalidades em desacordo com o valor contratado, segundo o órgão.
"Caso ocorra a cobrança ou o estudante seja impedido de frequentar aulas, é preciso entrar em contato via central telefônica gratuita, número 0800-616161, para reportar a situação, que será apurada. No caso de cobranças indevidas, os estudantes devem ser ressarcidos pela instituição de ensino. O prazo para aditamento, assim como para novos contratos, vai até o dia 30 de abril", explicou o FNDE.

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
Como o Fies oferece juros mais atrativos e melhores condições de financiamento, nos últimos anos, os contratos passaram a responder por boa parte do orçamento das universidades, faculdades e centros universitários privados.
Em fevereiro, o presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes), Gabriel Mario Rodrigues, afirmou que esse valor representa entre 30% e 70% do orçamento de algumas instituições.
Faculdades em Alagoas e em Rondônia conseguiram decisões favoráveis em dois casos: nota de corte do Enem e limite de reajuste da mensalidade. Em Pernambuco, uma ação pedindo aanulação das regras foi rejeitada.

Perguntas e respostas sobre o Fies (Foto: Editoria de Arte/G1)
Criado em 1999, o Fies financia até 100% do valor da mensalidade do curso do ensino superior e o estudante começa a pagar as prestações do financiamento a partir do 19° mês após a conclusão do curso. Segundo o FNDE, o Fies gastou R$ 13,7 bilhões em 2014. Entre fevereiro e agosto do ano passado, o governo federal publicou três medidas provisórias para abrir crédito extraordinário para o Fies, que passou a atender também a alunos de mestrado, doutorado e cursos técnicos.
O Ministério da Educação afirma que os gastos com o Fies cresceram de forma desenfreada nos últimos anos e que, a partir de 2015, os novos contratos terão que obedecer a novos critérios, baseados na qualidade dos cursos e dos estudantes, e na distribuição geográfica, para cumprirem objetivos de desenvolvimento regional e baseados no ensino de qualidade, complementando outros programas do governo, como o Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e o Programa Universidade para Todos (Prouni).

Por isso, a aceitação de novos contratos agora segue limitações: caso o curso no qual o estudante esteja matricula não tenha nota máxima de qualidade, nem todos os pedidos de contrato serão aceitos. Caso o curso esteja em estados brasileiros que já foram mais contemplados, haverá menos quantidade de contratos aceitos pelo Fies, em detrimento de regiões que atualmente têm menos participação no programa.
O FNDE, porém, ainda não divulgou em detalhes quais são as cotas de cada curso e localidade.

Estação Cocal

30/03/2015 10h39 - Atualizado em 30/03/2015 10h39

Aneel mantém bandeira vermelha e contas de luz mais altas em abril

Consumidores pagarão R$ 5,50 a mais para cada 100 kWh consumidos.
Sistema reflete custo alto da produção de energia no país.

Do G1, em São Paulo

As contas de luz dos brasileiros continuarão com bandeira vermelha em abril – e vão, assim, continuar mais altas. A decisão foi tomada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na sexta-feira (27).
As bandeiras estão vermelhas desde janeiro, indicando que o custo da produção de energia no país segue muito alto e, por isso, a população deve economizá-la.
Esse sistema estabelece a cobrança de uma taxa extra de R$ 5,50 para cada 100 kWh (quilowatts-hora) de energia usados. Os recursos arrecadados pelas distribuidoras vão servir para financiar a produção de energia mais cara, devido principalmente ao uso mais intenso das termelétricas.
Tarifas de luz (Foto: Arte/G1)
A medida vale para todo o país, exceto os estados do Amazonas, Amapá e Roraima, que não estão ligados ao sistema nacional de transmissão de energia e são atendidos isoladamente por termelétricas.

Em vigor desde 1º de janeiro, as bandeiras tarifárias permitem o repasse mensal aos consumidores de parte do gasto extra das distribuidoras com o aumento do custo da eletricidade. Antes, as distribuidoras eram obrigadas a bancar essa conta para serem ressarcidas quando do reajuste, que ocorre uma vez por ano.

O custo de produção de energia aumenta no país em situações como a vivida atualmente, em que a falta de chuvas reduz o armazenamento de água nas hidrelétricas e é necessário usar termelétricas. Essas usinas são movidas a combustíveis como óleo e gás e, por isso, a energia produzida por elas é mais cara.

Os consumidores serão informados, na conta de luz, sobre a bandeira em vigor. Se ela for verde, a tarifa não sofre nenhum acréscimo. Amarela, o aumento é de R$ 2,50 para cada 100 KWh (quilowatt-hora) consumidos. Vermelha, o consumidor paga R$ 5,50 para cada 100 KWh consumidos no mês.