11/30/2015

Estação Cocal

Halysson Carvalho é denunciado à Justiça Federal

De acordo com denúncia, a força tarefa que investigou o caso apontou a prática de crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e extorsão.

GIL SOBREIRA, DO GP1

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou neste domingo (29) à Justiça 16 pessoas por envolvimento com a negociação ilícita para aprovação de medidas provisórias que beneficiaram contribuintes específicos. A denúncia, assinada pelos procuradores da República Frederico de Carvalho Paiva, Marcelo Ribeiro e pelos procuradores regionais da República José Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho faz parte da Operação Zelotes, que apura irregularidades cometidas entre 2005 e 2014 e que, de acordo com as estimativas iniciais, causaram prejuízos bilionários aos cofres públicos. De acordo com denúncia, a força tarefa que investigou o caso apontou a prática de crimes como corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e extorsão.
Imagem: DivulgaçãoEx-diretor da Fundac Halysson Carvalho(Imagem:Divulgação)Ex-diretor da Fundac Halysson Carvalho

Iniciada em 2013, a investigação se tornou pública em março deste ano, quando foi deflagrada a primeira fase de buscas e apreensões. A análise do material recolhido levou os investigadores a desmembrarem os casos a partir da constatação de que grandes contribuintes contrataram pessoas – na maioria dos casos advogados e ex-conselheiros – que atuavam de forma paralela à defesa oficial e regularmente constituída junto a conselheiros do Carf para que estes votassem favoravelmente aos recursos apresentados junto ao órgão. No entanto, ao analisarem uma das situações, os investigadores descobriram que determinada organização criminosa também agiu para viabilizar a aprovação de legislação que concedeu benefícios fiscais a empresas do setor automobilístico, o que levou à abertura de um inquérito específico.

Concluído nos últimos dias, esse procedimento embasou a denúncia, que envolve as empresas SGR Consultoria Empresarial Ltda e a Marcondes e Mautoni Empreendimentos e Diplomacia Corporativa Ltda (M&M). As duas organizações se uniram em 2009 para a prática de crimes, conforme revelaram as investigações. Na denúncia, os procuradores da República, membros da força tarefa, detalham a atuação de cada integrante do esquema, frisando que tanto a SGR quanto a M&M nada produzem. Em função das descobertas, e para preservar a ordem pública e as investigações, os principais nomes ligados aos dois grupos estão presos de forma preventiva desde o dia 26 de outubro.

No caso da SGR, a empresa fundada por Eivany Antônio da Silva, ex-auditor fiscal da Receita Federal, se especializou, segundo a denúncia, em “oferecer como produto criminoso a contribuintes de grande porte, selecionados pelos membros da organização, decisões favoráveis dentro do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda – CARF, última instância administrativa na esfera tributária”. O principal nome da companhia é José Ricardo Silva (filho de Eivany), mas o grupo conta ainda com Alexandre Paes dos Santos e Eduardo Valadão. José Ricardo foi conselheiro do Carf entre 2007 e 2014.

Em relação à M&M, de propriedade do casal Mauro Marcondes e Cristina Mautoni (também presos por ordem judicial), os investigadores afirmam que a atuação sempre foi no sentido de patrocinar “interesses de particulares junto ao Estado”. Além do casal, a empresa contava com o “trabalho” regular de Francisco Mirto Florêncio (preso e denunciado). A relação de Mirto com a M&M aparece em vários momentos da denúncia, como o fato de ele ter recebido R$ 500 mil da empresa e de ter sido o responsável por realizar – ainda em 2010 – uma investigação clandestina contra o então procurador da República José Alfredo Paula Silva, que na época apurava a compra de caças pelo Brasil, assunto sobre o qual o trio atuava intermediando interesses.

O serviço oferecido

As diligências realizadas ao longo de mais de um ano por investigadores do MPF, da Polícia Federal, da Receita Federal e da Corregedoria do Ministério da Fazenda mostraram que o objetivo inicial da união entre SGR e M&M era o atendimento de interesses da montadora MMC junto ao Carf, onde um recurso discutia uma cobrança milionária imposta à montadora. Posteriormente, o grupo atuou também na compra de legislação federal (medidas provisórias) que beneficiou, além da MMC, o grupo Caoa, também do setor automobilístico. “Como suporte e estímulo a essa atuação, há o denunciado Eduardo Ramos, que, via MMC, financiou a organização criminosa ao longo do tempo”, afirmam os procuradores em um dos trechos da ação. Robert Rittscher, presidente da MMC a partir de abril de 2010, também foi denunciado por financiar a organização criminosa.

No caso do recurso administrativo – acatado por 4 a 2, no julgamento do Carf – a empresa MMC deixou de pagar mais de R$ 266 milhões. Já o valor conseguido com a renúncia fiscal decorrente da prorrogação promovida pela Medida Provisória 471/09 alcançou a cifra de R$ 879,5 milhões. Como financiamento ao longo do tempo, a MMC teria repassado ao grupo de lobistas R$ 57 milhões. Na denúncia, o MPF frisa que, em função do alto valor, o pagamento foi feito de forma parcelada, entre os anos de 2009 e 2015. Explica ainda que, para ocultar sua relação com a SGR, o relacionamento financeiro da MMC se restringiu à M&M, com quem tinha uma “história” comercial antiga.

Outros envolvidos

Além das pessoas com vínculos diretos com a SGR e a M&M e dos três representantes da montadora MMC (Eduardo de Souza Ramos, Paulo Arantes Ferraz e Robert Rittscher), o MPF denunciou outros envolvidos no esquema. Neste aspecto, destaca-se a servidora pública Lytha Battiston Spíndola e seus dois filhos, Vladimir e Camilo Spíndola, além do ex-diretor de comunicação do Senado, Fernando Cesar de Moreira Mesquista. Mesquita, frisam os autores da ação, recebeu R$ 78 mil como pagamento por ter monitorado a tramitação da Medida Provisória 471 no Congresso Nacional. Aprovada como pretendiam os investigados, a MP foi convertida na Lei 12.218/2010 e rendeu benefícios fiscais às empresas Caoa e MMC de 2010 a 2015.

No caso de Lytha Spíndola, as investigações mostraram que, entre os “trabalhos” realizados por ela, consta a análise do texto da Medida Provisória 512, que tinha recomendação de veto pelo Ministério da Fazenda (MF). Uma mensagem trocada entre a então assessora especial do gabinete da Casa Civil da Presidência da República e o assessor especial do então ministro Antonio Palocci não deixa dúvidas de que Lytha trabalhou no sentido que a Presidência ignorasse o parecer técnico do MF e garantisse os benefícios a empresas do setor automobilístico que atuam na região Centro-Oeste, ou seja, a Caoa e a MMC.

Entre 2010 e 2014, Lytha Spíndola, que também foi secretária executiva da Camex e lotada no gabinete do secretário da Receita Federal do Brasil, recebeu R$ 2 milhões da M&M. Para disfarçar o repasse ilegal de dinheiro, Lytha usou empresas dos filhos para receber os recursos. Segundo o MPF, Vladimir e Camilo não só conheciam as irregularidades, como ajudavam a mãe ocasionalmente.

Ex-diretor financeiro da Fundac também é denunciado 

Os dois últimos denunciados são Halysson Carvalho Silva e Marcos Augusto Henares Vilarinho, que, como explicam os investigadores, atuaram na prática do crime de extorsão. Neste caso, a participação se deve ao fato de o grupo Caoa ter se recusado a pagar a parte acertada na negociação que levou à aprovação da MP 471. Na denúncia, os investigadores mencionam a existência de documentos, segundo os quais MMC e Caoa, juntas, deveriam pagar R$ 32 milhões à M&M. Valor que seria dividido em partes iguais entre a SGR e a M&M. A denúncia cita mensagens registradas em documentos apreendidos pelos investigadores, segundos as quais, 40% deste total seriam usados para pagar “colaboradores” – que na verdade, seriam os agentes públicos corrompidos (incluindo parlamentares federais cujos nomes ainda não foram identificados) – e os outros 60% distribuídos entre os lobistas.

No entanto, apenas a primeira fez o repasse. Mauro Marcondes teria, então, negado-se a repassar a parte da SGR, com o argumento de que precisava pagar os “colaboradores”. “Com o passar do tempo, a situação ficou insustentável, pois a SGR também tinha seus compromissos espúrios”, enfatiza um dos trechos da ação. Foi neste contexto que, em 2010, Halysson e Marcos Augusto foram contratados pelos responsáveis pela SGR para ameaçar Mauro Marcondes e Eduardo Ramos. O valor exigido nas conversas, feitas a partir de um celular e de informações pessoais falsas, era de U$ 1,5 milhão.

Para forçar o pagamento, Halysson ameaçava entregar à oposição e à imprensa um dossiê sobre a compra da MP 471. “Os e-mails de Halysson Carvalho, recebidos pela secretária de Eduardo Ramos (Lilian Gasperoni Pina), foram imediatamente repassados para Mauro Marcondes e não deletados ou comunicados para a polícia. Isso revela três coisas: a) a ameaça era séria; b) a polícia não podia saber do seu teor, pois comprometia Eduardo Ramos; e c) Mauro Marcondes era a pessoa indicada para resolver o problema”, completam os procuradores.

Halysson Carvalho é ex-diretor financeiro da extinta Fundação Cultural do Piauí (Fundac), que foi substituída pela Secretária de Cultura do Estado.

Pedidos apresentados

Além das penas de prisão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e extorsão, previstas no Código Penal e leis especiais, o MPF requer que a justiça determine outras punições aos envolvidos. A lista de pedidos inclui a perda dos cargos e a cassação de aposentadoria dos funcionários públicos, o pagamento de, no mínimo, R$ 879,5 milhões como reparação aos cofres públicos e a perda, em favor da União, de R$ 1.581.263,17 decorrentes da prática de lavagem de dinheiro praticada por parte dos denunciados.

Veja abaixo a lista de 16 denunciados

- José Ricardo da Silva (preso): ex-conselheiro do Carf (2007 a 2014), é considerado o principal nome da SGR Consultoria Empresarial, que, segundo o MPF, oferecia decisões favoráveis no órgão tributário. Acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e extorsão;

- Eivany Antônio da Silva: ex-auditor da Receita Federal, é pai de José Ricardo e fundador da SGR. Acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e extorsão;

- Alexandre Paes dos Santos (preso): lobista e membro da SGR. Acusado de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e extorsão;

- Eduardo Gonçalves Valadão (preso): membro da SGR. Acusado de quadrilha, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e extorsão;

- Mauro Marcondes Machado (preso): dono da M&M, empresa suspeita de “patrocinar interesses particulares junto ao Estado”, segundo o MPF. Acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa;

- Cristina Mautoni Marcondes Machado (presa): sócia da M&M. Acusada de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa;

- Francisco Mirto Florêncio da Silva (preso): trabalhava regularmente para a M&M, suspeito de receber R$ 500 mil da empresa. Acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa;

- Lytha Battiston Spíndola: ex-assessora da Casa Civil, responsável por análise de medida provisória que garantiu benefícios fiscais a montadoras. Segundo denúncia, recebeu R$ 2 milhões da M&M. Acusada de organização criminosa e lavagem de dinheiro;

- Eduardo de Souza Ramos: representante da MMC, suspeito de financiar o esquema. Acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção ativa;

- Robert de Macedo Soares Rittscher: presidente da MMC a partir de 2010, suspeito de financiar o esquema. Acusado de organização criminosa e lavagem de dinheiro;

- Paulo Arantes Ferraz: representante da MMC. Acusado de corrupção ativa;

- Vladimir Spíndola: filho de Lytha Spíndola, teria recebido propina para a mãe através de sua empresa. Acusado de lavagem de dinheiro;

- Camilo Spíndola: filho de Lytha Spíndola, teria recebido propina para a mãe através de sua empresa. Acusado de lavagem de dinheiro;

- Fernando Cesar Moreira da Mesquita: ex-diretor de comunicação do Senado, teria recebido R$ 78 mil para monitorar tramitação de medida provisória na Casa. Acusado de corrupção passiva;

- Halysson Carvalho Silva (preso): teria sido contratado pela SGR para ameaçar membros da M&M e da MMC para pagar propina. Acusado de extorsão;

- Marcos Augusto Henares Vilarinho: teria sido contratado pela SGR para ameaçar membros da M&M e da MMC para pagar propina. Acusado de extorsão.

Estação Cocal

Wellington baixa decreto sobre favorecimento de empresas em licitações

O governador afirma no decreto que leva em consideração a nova política de compras governamentais instituída em âmbito estadual.

BÁRBARA RODRIGUES, DO GP1
Atualizada em 30/11/2015 - 19h29
O governador Wellington Dias (PT) baixou decreto de nº 16.307, de 27 de novembro, sobre o tratamento favorecido e diferenciado para empresas pela administração estadual.

Fica acrescentado §§ 8º e 9º, ao artigo 4º, do decreto de nº 16.212, de 5 de outubro de 2015, que regulamenta o tratamento favorecido , diferenciado e simplificado para microempresas, empresas de pequeno porte e microempreendedores individuais nas licitações de bens, serviços e obras no âmbito da Administração Estadual.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Governador Wellington Dias(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Governador Wellington Dias
O governador leva em consideração a nova política de compras governamentais instituída em âmbito estadual e a necessidade de ampliação do acesso às compras governamentais pelas microempresas, empresas de pequeno porte e microempreendedores individuais.

Wellington explica ainda que é necessário a identificação ou caracterização técnica dos elementos que possam dar precisão aos conceitos indeterminados de que a lei se serviu. Fica acrescentado ao artigo 4º a inviabilidade para utilização do pregão na forma eletrônica, a licitação que não favoreça: a promoção do desenvolvimento econômico e social, o incentivo à inovação tecnológica ou ampliação da eficiência de políticas públicas em relação ao acesso às compras governamentais pelas microempresas, empresas de pequeno porte e microempreendedores individuais.

Estação Cocal


LULA mantém força no PI e ainda é preferência da maioria

180 TRAZ LEVANTAMENTO DO BRVOX em 12 municípios e revela força do ex-presidente


Em entrevista concedida ao Estadão em julho deste ano, a diretora executiva do Ibope, Márcia Cavalcante cravava: “É fato que a base de Lula diminuiu, mas não se pode dizer que ele esteja morto, em termos políticos”. Márcia analisava a perda do eleitorado de Lula, mas ressaltava que entre as classes e regiões mais pobres do país, os lulistas ainda se concentravam.Pois bem, no Piauí, Lula está mais vivo do que nunca. É o que mostram dados do Instituto BrVox levantados em 12 cidades. Mesmo em regiões onde os líderes políticos locais não são petistas, Lula teria vantagem do eleitorado caso fossem hoje as eleições.O próprio Estadão já lembrou que o terceiro mandato de Lula é sim um “fantasma” que continua a ameaçar a oposição. Não seria de se estranhar que, caso dispute novamente a presidência, o líder petista obtenha perto ou mais do que os 78% de votos conquistados por Dilma no Piauí, no pleito de 2014. O maior percetual alcançado pela presidente em todo país. Quando foi reeleito em 2006, Lula obteve 77,32% dos votos válidos no Estado.

Muito cedo para analisar a popularidade de Lula para 2018? Os escândalos de corrupção ainda podem afetar o ex-presidente?

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O 180graus conversou com o professor doutor e cientista político Ricardo Arraes. Ele considera que ainda é muito cedo para a realização de sondagens pré-eleitorais, mas admite que os números “animam” o processo.”Isso anima o mundo político, infelizmente não sei se mais atrapalha do que ajuda, mas as pessoas gostam de ver pesquisas, embora nem sempre deem muita credibilidade”, analisa.

Em relação ao ex-presidente Lula, Ricardo Arraes acredita que as preferências ainda podem mudar, mas que hoje, com certeza, Lula ainda possui muito ‘recall político’, não só no Piauí, como em todo Nordeste. “Até o momento, embora familiares de Lula tenham sido citados em delações premiadas ou depoimentos, o nome dele ainda não foi citado. E com o recall político muito forte, não só no Piauí, mas em todo Nordeste, Lula tem sua posição marcada. Agora, se o nome dele aparecer como ponta de lança nesta história, é possível que tudo vá por água abaixo, tanto que se faz necessário medir novamente esta preferência sobre o nome dele”, afirma o professor.

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A popularidade de Lula com as faixas mais carentes da população ainda o capacita com boa vantagem, afirma o cientista político. “A população carente é ainda muito afeita aos programas sociais, que já não são mais programas de governo e sim, programa de Estado”.

Ao questionarmos o professor sobre o fato de que, a dificuldade de acesso à informação por parte da população mais carente, daria vantagem a Lula, diante das notícias de escândalos que volta e meia tocam no nome do petista, o cientista político respondeu. “Uma coisa tem de ser dita. Não é que os outros não tenham informação. A diferença está na medida em como ela é digerida. Essas notícias, para boa parte da população que vota nele [Lula], é capitalizada de maneira positiva. As denúncias servem para vitimizar e, ainda assim, manter a preferência e a simpatia do eleitorado”.

MAIORIA ABSOLUTA
Das cidades pesquisadas pelo BrVox, foi em Monsenhor Gil onde Lula obteve o maior percentual de intenções de voto, com 86,88% de preferência dos entrevistados quando questionados se votariam em Lula para presidente. O prefeito da cidade é professor Pila (PSB), que durante a campanha presidencial em 2014, colocou no peito o adesivo da presidente Dilma.

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No município de pouco mais de 10.330 habitantes, a renda per capta da população é R$ 273,95 [Pnud-2013], bem abaixo da média no Piauí, que é de R$ 659,00. No mês de outubro o Governo Federal repassou para o município R$ 364.827,00 mil em recursos para o programa Bolsa Família, total este que em janeiro passava de R$ 388 mil.
Na terra de Wilsão – que votou em Marina Silva – Lula reina absoluto. Na cidade onde a sobrinha do ex-governador do Piauí governa, o petista obteve mais de 85% de intenções de voto. Na cidade, a renda per capta da população é de R$ 278,49. Para o programa Bolsa Família, a cidade recebeu durante este ano R$ 2.468.474,00 milhões.
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Também acima dos 80% de intenção de voto para Lula estão os números nas cidades de Curralinhos, Inhuma e São Pedro do Piauí. É justamente Curralinhos a cidade, das pesquisadas, com menor renda per capta. A média salarial por domicílio no município é de apenas R$ 193,65.
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Na faixa dos 70% estão Regeneração, Cajueiro da Praia e Novo Santo Antônio. Já Buriti dos Lopes, conhecida como a terra de Zé Filho – que votou em Aécio – o índice de eleitores que disseram votar em Lula é de 64,38%. O município já recebeu este ano mais de R$ 5,8 milhões para o programa Bolsa Família.
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Nas duas das cidades pesquisadas com os maiores valores repassados ao programa, Esperantina [R$ 12,2 milhões] e Altos [R$ 7,7 milhões], 59% e 56%, respectivamente, disseram que votariam em Lula.
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Com Bolsa Família ou não, com ou sem apoio das lideranças políticas locais, Lula é tem força no Piauí. Se for mesmo o árbitro da próxima eleição, como profetizou o jornalista Paulo Henrique Amorim, Lula dará trabalho aos seus adversários, que terão de rodar o interior do Piauí para desfazer a imagem de “pai dos pobres”.
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Fonte: BrVox/180graus
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Fonte: Portal da Transparência
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Fonte: Pnud 2013
Publicado Por: Apoliana Oliveira


Estação Cocal

Corte de gastos poderá atrasar salário de terceirizados, diz governo

Decreto que bloqueia recursos federais foi publicado nesta segunda (30).
Ministério mais afetado é o das Cidades, com corte de R$ 1,6 bilhões.

Débora CruzDo G1, em Brasília

O secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Dyogo Oliveira, afirmou nesta segunda-feira (30) que
 o novo bloqueio de recursos no Orçamento da União, no valor de R$ 10,7 bilhões, poderá resultar em atraso no pagamento de funcionários terceirizados do Executivo federal.


O contingenciamento, anunciado na sexta-feira (27), foi publicado no Diário Oficial da União nesta segunda e detalhado pelo Ministério do Planejamento. O bloqueio inclui, por exemplo, gastos com investimento, manutenção, pagamento de aluguel, água, luz, transporte, passagens e diárias.

O maior corte diz respeito às despesas do Ministério das Cidades (R$ 1,6 bilhão), seguido pelo Ministério dos Transportes (R$ 1,4 bilhão) e Ministério da Integração Nacional (R$ 1,09 bilhão).

O que nós orientamos aos ministérios é que privilegiem as despesas mais relevantes e aquelas que podem prejudicar ou afetar os serviços"
secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira
Ficam preservadas todas as despesas obrigatórias, como salários de servidores, benefícios previdenciários e sociais e pagamentos do programa Bolsa-Família.
Em entrevista coletiva à imprensa, o secretário-executivo do Ministério do Planejamento explicou que o repasse de dinheiro para as empresas terceirizadas é considerado pelo governo como gasto não obrigatório. Segundo ele, as transferências irão ocorrer dentro das possibilidades orçamentárias de cada pasta.
“Eu imagino que todos os ministérios vão tomar todas as medidas para privilegiar o pagamento dos terceirizados. Há um limite que cada ministério recebeu, com base nesse decreto. Dentro desse limite, ele pode privilegiar essas despesas ou outras. O que nós orientamos aos ministérios é que privilegiem as despesas mais relevantes e aquelas que podem prejudicar ou afetar os serviços ”, afirmou Oliveira.


O secretário-executivo disse ainda que a responsabilidade pelo pagamento dos salários é das empresas contratadas, e não do Executivo.

O governo poderá reverter o bloqueio do Orçamento se a mudança da meta fiscal, para um déficit de até R$ 119,9 bilhões neste ano, for autorizada pelo Congresso Nacional. Conforme Oliveira, o governo está confiante de que a nova meta será aprovada ainda esta semana.

Na entrevista, Oliveira afirmou que o corte de gastos não afetará o pagamento dos bolsistas do programa de pesquisa Ciência sem Fronteiras. Conforme o secretário-executivo, o repasse dos recursos para as empresas responsáveis pelo pagamento das bolsas já havia sido feito pelo governo.

Desta forma, não haverá alterações nos pagamentos previstos para ocorrer no mês de dezembro. Além disso, segundo ele, como o corte de gastos se refere ao Orçamento deste ano, os pagamentos de 2016 não serão afetados. 

Cortes e recomendações
Além do corte de R$ 10,7 bilhões no Orçamento do Executivo federal, o decreto publicado nesta segunda bloqueia R$ 500 milhões que seriam destinados a emendas impositivas. O governo também recomendou um contingenciamento de R$ 1,7 bilhão ao Legislativo e ao Judiciário.

O total contigenciado nos três Poderes alcança, portanto, R$ 12,9 bilhões. No ano, ainda de acordo com o Ministério do Planejamento, os cortes no Orçamento somam R$ 92,4 bilhões.

Meta fiscal de 2015

Mesmo com o novo corte, não será possível atingir a meta fiscal de R$ 55,3 bilhões de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública e tentar manter sua trajetória de queda) que está legalmente em vigor.

Até outubro, as contas apresentaram um rombo de R$ 33 bilhões, o maior da história. Para cumprir a meta deste ano, teria de haver um superávit de R$ 88,3 bilhões em novembro e dezembro.
Recentemente, o governo enviou ao Congresso uma proposta de alteração da meta, para um déficit de R$ 51,8 bilhões.
Se forem incluídas as chamadas "pedaladas" fiscais – os atrasos de pagamento aos bancos públicos dos últimos anos, que o governo pode ter que pagar este ano – e uma eventual frustração de receitas do leilão de hidrelétricas (que pode ficar para 2016), o resultado negativo pode chegar a R$ 119,9 bilhões pelo projeto que já foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento.
Votação adiada no Congresso

A expectativa do governo era de que a votação da nova meta fiscal acontecesse na semana passada. Entretanto, a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e do banqueiro André Esteves, acusados de estarem atrapalhando as apurações da Operação Lava Jato, impediu a votação da matéria no plenário do Congresso Nacional. A expectativa agora é que o Legislativo analise a revisão nos pLei de Responsabilidade Fiscal

Como o projeto que altera a meta fiscal passou apenas pela Comissão Mista de Orçamento, mas não pelo plenário, o governo teria, teoricamente, de fazer o contingenciamento de despesas para atingir a o objetivo fiscal que está valendo (superávit primário de R$ 55,3 bilhões para este ano) por meio de decreto presidencial.


Isso porque a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) diz que, se for verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas, os "Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e nos montantes necessários, nos trinta dias subseqüentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias".

Com isso, caso não fizesse o bloqueio de gastos, o governo poderia vir a incorrer em crime de reponsabilidade e ter as contas de 2015 reprovadas pelo TCU – como já aconteceu com as contas do ano passado. Oficialmente, o TCU informou que "não há orientação do TCU sobre cumprimento de superávit primário em 2015, pois não há fiscalização do tribunal sobre o assunto até o momento", mas observou que a LRF estabelece a necessidade de bloqueio de recursos caso seja necessário.
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