3/09/2017

Estação Cocal

PSB deve fechar questão contra reforma da Previdência

Aliado do presidente Michel Temer, o PSB deve fechar questão contra a proposta de reforma da Previdência Social proposta pelo governo.

Em várias reuniões ao longo desta semana, a cúpula do partido rejeitou os principais pontos da reforma. Há quem defenda, inclusive, que o partido entregue os cargos no governo.

Atualmente, o PSB comanda o Ministério de Minas e Energia.

Um levantamento informal feito na bancada mostra que 30 dos 35 deputados do PSB não apoiam as mudanças na Previdência.

"Estamos realizando no PSB uma amplo debate sobre a questão e percebo, claramente, que a maioria da bancada, felizmente, não votará na proposta tal como ela foi apresentada pelo governo", disse ao Blog o presidente do partido, Carlos Siqueira.

"Nós temos uma proposta completa que será finalizada  nos próximos dias, que preserva os requisitos distributivo, solidário e inclusivo que permeia o sistema de saúde, assistência e previdência, que consideramos a maior e melhor política social do perdido democrático", acrescentou.

Siqueira disse, ainda, que o partido reconhece a "necessidade" de reformar a Previdência e dar "maior sustentabilidade" ao INSS, mas não pode ser realizada "retirando ou diminuído direitos dos mais vulneráveis".

Questionado sobre a permanência no governo, Siqueira sinalizou que o partido não vai ficar negociando cargos pela reforma da Previdência.

"A sua pergunta de sair do governo, não é problema da direção partidária, uma vez que não indicamos nenhum nome para compor governo, embora estejamos colaborando com as propostas do governo, quando consideramos corretas, para superar a grave crise econômica que vive o nosso país", completou Carlos Siqueira.

O presidente do PSB disse ainda ser "oportuno" lembrar que, quando o PSB conversou com Temer à época da composição do governo, a legenda "fez questão" de dizer ao então presidente em exercício que teria "ampla liberdade" para escolher os integrantes do alto escalão e, por isso, a sigla não indicaria nomes.

Estação Cocal

Temer diz preferir ser 'impopular a populista' em entrevista para revista

Presidente foi entrevistado pela revista norte-americana 'The Economist' em Brasília. Ele falou sobre reformas, investigação de sua chapa eleitoral e disse ter 'paz de espírito' em relação a doações.

O presidente Michel Temer disse em entrevista à revista norte-americana “The Economist” que “prefere ser impopular agora do que um populista”. O texto publicado nesta quinta-feira (9) fala das reformas promovidas pelo governo, de seu apoio no Congresso, menciona as investigações da chapa que o elegeu vice-presidente e até a possibilidade de uma reeleição. Neste caso, Temer diz ter “total paz de espírito” e afirma que todas as doações de campanha foram registradas legalmente.
A revista diz que Temer é um presidente “acidental”, mas com consequências – e lista as mudanças e reformas propostas e colocadas em vigor por seu governo, como o congelamento dos gastos públicos por 20 anos e a reforma da previdência, apontadas pelo Executivo como medidas necessárias para tirar o país da recessão.
O presidente cita a si mesmo como um exemplo de aposentadoria prematura e diz que as reformas vão proteger “o futuro de todos os programas sociais”.
Temer deu entrevista à revista 'The Economist' (Foto: Reprodução/The Economist)
Temer deu entrevista à revista 'The Economist' (Foto: Reprodução/The Economist)
Temer deu entrevista à revista 'The Economist' (Foto: Reprodução/The Economist)
Na entrevista, Temer rebate as acusações da oposição de que as reformas estão sendo feitas às custas dos mais pobres, e diz que sem as medidas o governo federal terá o mesmo destino de estados como RJ e MG, “virtualmente falidos”.
A “The Economist” aponta que até agora o Congresso seguiu os planos de Temer, que cita que o governo tem “uma base parlamentar extremamente sólida”. Apesar disso, ele reclama do sistema político brasileiro - “o Brasil não tem partidos, só acrônimos”.
A revista ainda menciona as investigações contra a chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014 e o depoimento de um dos delatores da Lava Jato que aponta que o presidente negociou o pagamento de doações de campanha. Ele diz, no entanto, que a operação é “o melhor exemplo” do processo de fortalecimento das instituições nacionais brasileiras, e que todas as doações de sua campanha foram feitas legalmente.
A entrevista aconteceu em Brasília. Segundo a publicação, Temer não demostrava estar alarmado com os problemas – mesmo tendo menos de 30% de aprovação, aliados na mira de investigações e sendo considerado por muitos brasileiros como ilegítimo. O presidente estava, segundo a revista, com a camisa aberta no colarinho e com as mangas dobradas até os cotovelos, diferentemente da maioria de suas aparições públicas.


Para ele, os protestos que pedem sua saída – como em uma pichação no caminho de sua residência oficial até o Palácio do Planalto – são “prova da vibração da democracia”.

Estação Cocal

Câmara já checou 400 mil assinaturas do pacote anticorrupção

Os técnicos da Câmara dos Deputados já checaram 400 mil assinaturas do pacote anticorrupção aprovado pela Casa em 2016. 

O projeto teve o apoio de mais de 2 milhões de pessoas. Das 400 mil, 90% estão aprovadas.

Após a Secretaria-Geral da Mesa concluir a checagem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vai enviar o pacote para a Comissão de Constituição e Justiça validar as assinaturas.

A previsão do presidente da Câmara é enviar ainda em março o projeto para o Senado. 

Pressão
Enquanto a Câmara checa as assinaturas, senadores pressionam Maia para que ele não devolva o projeto ao Senado e, sim, vote novamente o tema na Câmara.

Os senadores querem ganhar tempo. Eles argumentam que serão pressionados a pautar o projeto em meio às delações da Odebrecht, o que geraria mais desgaste a eles por concordarem com as alterações feitas pelos deputados no pacote. 

Os deputados desfiguraram o projeto original no ano passado. Os parlamentares retiraram seis das dez propostas apresentadas pelo Ministério Público Federal. 

Senadores admitem que serão alvo de críticas por também defenderem a inclusão de outras medidas no pacote em reação às investigações da Lava Jato. 

Uma das medidas é a anistia ao crime de caixa dois. 

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Edson Lobão (PMDB-MA), já disse considerar a anistia constitucional.

Parlamentares querem aprovar a ideia, mas avaliam que, por ora, não há ambiente para aprová-la. 

Apesar da pressão, Maia já avisou aos senadores que, se as assinaturas conferirem e o rito for validado pela CCJ, ele não repetirá a votação.

Inclusive, o presidente da Câmara usa a explicação de sua assessoria jurídica aos senadores ao dizer que, se pautar novamente um projeto que cumpriu o rito normal, o projeto será "facilmente derrubado" na Justiça.

Estação Cocal

Em meio à briga no PMDB, Temer chama Renan ao Planalto

Após as críticas públicas do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) ao governo federal, o presidente Michel Temer e o parlamentar alagoano conversaram na tarde desta quinta (9) por telefone. 

Ficou combinado um encontro na noite desta quinta entre Temer e Renan no Palácio do Planalto. 

O presidente quer acalmar os ânimos do líder do PMDB no Senado, que acusou o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) – que está preso pela Lava Jato em Curitiba – de influenciar indicações na gestão de Temer.

Estação Cocal

Delegacias da mulher registram mais de 370 ocorrências nas capitais no 8 de março

Levantamento feito pelo G1 em 22 cidades contabiliza 375 boletins de ocorrência no Dia Internacional da Mulher de crimes que vão de injúria e ameaça a agressões e estupros.

3/05/2017

Estação Cocal

Janot pedirá investigação de ministros e aliados de Temer

Alan Marques - 22.jun.2016/Folhapress
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante reunião no Supremo Tribunal Federal
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, durante reunião no Supremo Tribunal Federal


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedirá nos próximos dias ao STF (Supremo Tribunal Federal) a abertura de inquérito para investigar pelo menos dois ministros do governo de Michel Temer, além de senadores do PMDB e do PSDB, todos citados nas delações premiadas da Odebrecht.
Janot vai requerer, ainda, o desmembramento para instâncias inferiores de casos envolvendo dezenas de políticos sem foro no Supremo, mas que foram mencionados nos depoimentos.
Entre eles, estão os petistas e ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, além dos ex-ministros Guido Mantega e Antonio Palocci, o marqueteiro João Santana, governadores, ex-governadores e ex-parlamentares.
Da equipe de Temer, segundo a Folha apurou, já estão na lista da Procuradoria-Geral da República (PGR) os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência).
Outros ministros podem aparecer. Por exemplo, Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia e Comunicações) –a Procuradoria, por enquanto, estuda esse caso.
Da bancada do PMDB no Congresso, a PGR quer investigar o presidente do Senado, Eunício Oliveira (CE), o líder do partido e ex-presidente, Renan Calheiros (AL), e os senadores Edison Lobão (MA) e Romero Jucá (RR).
Integram também a lista da procuradoria os tucanos José Serra (SP) e Aécio Neves (MG).
ESTRATÉGIA
A estratégia de Janot é tentar entregar, na próxima semana, todos os pedidos de uma vez ao relator da Lava Jato no STF, Edson Fachin.
O número de solicitações ao ministro do Supremo pode passar de 40. Os detalhes sobre os inquéritos devem ser concluídos até esta segunda-feira (6) em Brasília.
O procurador-geral vai sugerir diligências, incluindo depoimentos e quebra de sigilos bancários e fiscal.
Cada solicitação vai conter documentos e gravações referentes ao nome a ser investigado –caberá ao ministro Fachin decidir ou pela abertura dos inquéritos e ou pela manutenção de seu sigilo.
A PGR pretende preservar o segredo das informações que não podem ser reveladas na fase de investigação.
Ao todo, cerca de 850 depoimentos de 77 executivos da Odebrecht foram analisados. Muitos deles contêm fatos semelhantes –outros podem ser anexados a investigações já em andamento.

HIPÓTESES

De acordo com quem tem acesso às delações, Janot e sua equipe estudam, ainda, a viabilidade jurídica de incluir ou não o nome do presidente Michel Temer como alvo de inquérito.
Pela Constituição, o presidente da República não pode ser investigado por atos cometidos fora do período do mandato. Temer assumiu a presidência no ano passado, com o impeachment de Dilma Rousseff.
As delações da Odebrecht incluem o peemedebista em episódios quando ele era vice-presidente –por exemplo, um jantar no Palácio do Jaburu com Marcelo Odebrecht, em 2014. E quando ainda era deputado e candidato a vice da petista em 2010, ano em que teria participado de uma reunião com a empreiteira para discutir repasse de recursos.
A discussão interna na PGR é se o cargo de vice pode ser considerado um "mandato presidencial". Nesse caso, o STF pode autorizar a investigação da participação de Temer no jantar de 2014.
Outra hipótese é se os inquéritos precisam estar relacionados a fatos ocorridos desde o ano passado, após o impeachment de Dilma. A palavra final caberá a Janot.
O procurador-geral já sinalizou que pretende dar a Temer o mesmo tratamento recebido por Dilma, que ficou de fora de pedidos de investigação referentes a desvios na Petrobras no período em que ela não era presidente.
Além de inquéritos e pedidos de desmembramentos, o procurador-geral vai solicitar o arquivamento de casos em que entendeu não haver indícios de crime configurado.
Exemplo: o relato de um delator de que a Odebrecht teve de fazer doação eleitoral oficial porque foi pressionada por um político. Não haveria ilegalidade neste contexto, segundo um investigador.
OUTRO LADO
Os ministros do governo Temer e senadores tucanos e peemedebistas que serão alvos da Procuradoria-Geral da República têm negado qualquer irregularidade relatada por executivos da Odebrecht.
Licenciado por razões médicas, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) é apontado na delação de Cláudio Melo Filho, ex-diretor da Odebrecht, como o responsável por orientar a distribuição de R$ 10 milhões da empresa ao PMDB.
Parte desse dinheiro teria sido entregue no escritório de José Yunes, ex-assessor de Temer, que confirma ter recebido documentos a pedido de Padilha em 2014.
Padilha ainda não se manifestou sobre a versão de Yunes. Porém, quando a delação de Cláudio Melo foi divulgada em dezembro, negou ter tratado de arrecadação para deputados do partido.
Citado 34 vezes nesse mesmo depoimento, Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) é apontado como arrecadador. O ministro tem negado as acusações e diz jamais ter falado de recursos para o PMDB com o delator da empreiteira.
Segundo o mesmo delator, Romero Jucá (PMDB-RR) centralizou a distribuição de ao menos R$ 23 milhões dentro do partido. O senador é apontado como o "homem de frente" para negociar no Congresso medidas de interesse da Odebrecht.
Jucá já afirmou que desconhece a delação e nega ter recebido recursos para o PMDB. Recentemente, em discurso na tribuna do Senado, criticou a imprensa e novamente se defendeu das acusações.
Sobre o papel de Renan, Melo Filho afirmou que o senador alagoano atuava no "mesmo sentido" de Jucá e foi beneficiado por recursos da empreiteira.
Na sua defesa, o senador tem alegado que "jamais credenciou, autorizou ou consentiu que terceiros falassem em seu nome". Afirma também que é "zero" a chance de haver irregularidades em sua contas pessoais ou eleitorais.
De acordo com a delação do executivo da Odebrecht, o senador Eunício Oliveira (PMDB-CE) recebeu R$ 2,1 milhões de propina em troca da aprovação de uma medida provisória. O senador nega.
Em entrevista à Folha, afirmou que delatores no "desespero" "inventam". O senador Edison Lobão (PMDB-MA) também nega recebimento de propina da empreiteira.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) é mencionado em episódios ligados a esquema de propina na Cidade Administrativa, sede do governo mineiro, e à arrecadação de caixa dois eleitoral.
Na sua defesa, o tucano diz que jamais recebeu recursos não oficiais para campanha e refuta a ligação de seu nome a propina, afirmando que as alegações são "falsas e absurdas".
Já José Serra, que recentemente pediu demissão do Ministério de Relações Exteriores, é apontado como beneficiário de R$ 23 milhões de caixa dois na campanha de 2010 –parte desse valor depositada em contas na Suíça. Quando a Folha revelou o caso, o tucano disse que não cometeu nenhuma irregularidade e declarou que não se pronunciaria sobre supostos vazamentos de delações.

De acordo com o depoimento do ex-presidente da Odebrecht Transport, Paulo Cesena, o ministro Gilberto Kassab teria recebido R$ 14 milhões de caixa dois entre 2013 e 2014. Kassab diz não ter conhecimento de doações fora da lei.