3/09/2017

Estação Cocal

Temer diz preferir ser 'impopular a populista' em entrevista para revista

Presidente foi entrevistado pela revista norte-americana 'The Economist' em Brasília. Ele falou sobre reformas, investigação de sua chapa eleitoral e disse ter 'paz de espírito' em relação a doações.

O presidente Michel Temer disse em entrevista à revista norte-americana “The Economist” que “prefere ser impopular agora do que um populista”. O texto publicado nesta quinta-feira (9) fala das reformas promovidas pelo governo, de seu apoio no Congresso, menciona as investigações da chapa que o elegeu vice-presidente e até a possibilidade de uma reeleição. Neste caso, Temer diz ter “total paz de espírito” e afirma que todas as doações de campanha foram registradas legalmente.
A revista diz que Temer é um presidente “acidental”, mas com consequências – e lista as mudanças e reformas propostas e colocadas em vigor por seu governo, como o congelamento dos gastos públicos por 20 anos e a reforma da previdência, apontadas pelo Executivo como medidas necessárias para tirar o país da recessão.
O presidente cita a si mesmo como um exemplo de aposentadoria prematura e diz que as reformas vão proteger “o futuro de todos os programas sociais”.
Temer deu entrevista à revista 'The Economist' (Foto: Reprodução/The Economist)
Temer deu entrevista à revista 'The Economist' (Foto: Reprodução/The Economist)
Temer deu entrevista à revista 'The Economist' (Foto: Reprodução/The Economist)
Na entrevista, Temer rebate as acusações da oposição de que as reformas estão sendo feitas às custas dos mais pobres, e diz que sem as medidas o governo federal terá o mesmo destino de estados como RJ e MG, “virtualmente falidos”.
A “The Economist” aponta que até agora o Congresso seguiu os planos de Temer, que cita que o governo tem “uma base parlamentar extremamente sólida”. Apesar disso, ele reclama do sistema político brasileiro - “o Brasil não tem partidos, só acrônimos”.
A revista ainda menciona as investigações contra a chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014 e o depoimento de um dos delatores da Lava Jato que aponta que o presidente negociou o pagamento de doações de campanha. Ele diz, no entanto, que a operação é “o melhor exemplo” do processo de fortalecimento das instituições nacionais brasileiras, e que todas as doações de sua campanha foram feitas legalmente.
A entrevista aconteceu em Brasília. Segundo a publicação, Temer não demostrava estar alarmado com os problemas – mesmo tendo menos de 30% de aprovação, aliados na mira de investigações e sendo considerado por muitos brasileiros como ilegítimo. O presidente estava, segundo a revista, com a camisa aberta no colarinho e com as mangas dobradas até os cotovelos, diferentemente da maioria de suas aparições públicas.


Para ele, os protestos que pedem sua saída – como em uma pichação no caminho de sua residência oficial até o Palácio do Planalto – são “prova da vibração da democracia”.

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