Os técnicos da Câmara dos Deputados já checaram 400 mil assinaturas do pacote anticorrupção aprovado pela Casa em 2016. 

O projeto teve o apoio de mais de 2 milhões de pessoas. Das 400 mil, 90% estão aprovadas.

Após a Secretaria-Geral da Mesa concluir a checagem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, vai enviar o pacote para a Comissão de Constituição e Justiça validar as assinaturas.

A previsão do presidente da Câmara é enviar ainda em março o projeto para o Senado. 

Pressão
Enquanto a Câmara checa as assinaturas, senadores pressionam Maia para que ele não devolva o projeto ao Senado e, sim, vote novamente o tema na Câmara.

Os senadores querem ganhar tempo. Eles argumentam que serão pressionados a pautar o projeto em meio às delações da Odebrecht, o que geraria mais desgaste a eles por concordarem com as alterações feitas pelos deputados no pacote. 

Os deputados desfiguraram o projeto original no ano passado. Os parlamentares retiraram seis das dez propostas apresentadas pelo Ministério Público Federal. 

Senadores admitem que serão alvo de críticas por também defenderem a inclusão de outras medidas no pacote em reação às investigações da Lava Jato. 

Uma das medidas é a anistia ao crime de caixa dois. 

O presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado, Edson Lobão (PMDB-MA), já disse considerar a anistia constitucional.

Parlamentares querem aprovar a ideia, mas avaliam que, por ora, não há ambiente para aprová-la. 

Apesar da pressão, Maia já avisou aos senadores que, se as assinaturas conferirem e o rito for validado pela CCJ, ele não repetirá a votação.

Inclusive, o presidente da Câmara usa a explicação de sua assessoria jurídica aos senadores ao dizer que, se pautar novamente um projeto que cumpriu o rito normal, o projeto será "facilmente derrubado" na Justiça.