3/30/2016

Estação Cocal

Governo quer criar 'centrão' e dar mais força a PP, PR e PSD

Em substituição ao PMDB, que anunciou nesta terça-feira seu desembarque do governo, a presidente Dilma Rousseff deu início a conversas para a formação de um novo bloco na Câmara, formado por PP, PR e PSD que, juntos, somam 129 votos – contra os 69 votos do PMDB. Para isso, a presidente está disposta a abrir mais espaço a esses partidos. 

O "espólio" do PMDB (sete ministérios e mais de 700 cargos) está sendo disputado: o PP sonha conquistar o Ministério da Saúde; o PR, além do Ministério dos Transportes, que comanda hoje, gostaria de ter também o comando de Portos; e o PSD gostaria de ter também o Ministério dos Esportes. 

Com essa reoganização do ministério, a presidente espera reunir pelo menos 172 votos, número necessário para barrar o processo de impeachment em tramitação na Câmara. Se conseguir isso, desempenho considerado difícil no quadro atual, ela se disporia a comandar um governo com minoria, mas com base mais estável.

A presidente está sendo aconselhada a definir as mudanças na equipe até a próxima sexta-feira, como anunciou o chefe de Gabinete da Presidência, Jacques Wagner, nesta terça, ao comentar a saída do PMDB do governo. 

Nesta terça, ela teve conversas com o presidente do PSD, Gilberto Kassab; e com o presidente do PP, Ciro Nogueira. 

A Kassab foi dito que o partido só ganhará mais espaço se a bancada estiver unida em apoio ao governo. Kassab disse à presidente que não houve a liberação dos votos da bancada – negando, portanto, informação transmitida por deputados.

Para um auxiliar do governo, a união de PP, PR e PSD seria um "novo centrão", numa referência a um bloco formado na Constituinte reunindo vários partidos que, na ocasião, deu maioria aos conservadores. O "centrão" na Constituinte acabou superando o PMDB, partido que tinha a maior bancada na Câmara e no Senado.

A ideia da presidente, segundo auxiliares, é aguardar uma manifestação dos ministros do PMDB (que marcaram reunião para a noite desta terça na tentativa de buscar uma solução conjunta) e, depois disso, tomar a decisão. 

Na avaliação do Planalto, se o líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani, assegurar votos de 15 a 20 deputados, o partido poderá manter o comando de um ministério – o da Saúde ou o da Ciência e Tecnologia, dependendo das negociações com outros partidos. Dos ministros senadores, pelo menos Kátia Abreu deve continuar – permanecendo ou não no PMDB.

Esse quebra-cabeça foi discutido nesta terça-feira no Palácio da Alvorada, em reunião da presidente Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com os ministros Ricardo Berzoini e Jaques Wagner.

3/29/2016

Estação Cocal

Ciro Nogueira admite que permanência do PP no Governo é difícil

A maior parte dos parlamentares progressistas são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

RAYANE TRAJANO, DO GP1

O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, admitiu que o partido deve romper com o Governo Dilma, sobretudo após o anúncio da saída do PMDB. A maior parte dos parlamentares progressistas são a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. 

Na semana passada, o Partido Progressista já havia informado a Dilma sobre a dificuldade de manter as bancadas na Câmara e no Senado. "Só conseguimos garantir os 35 votos para o Governo se for para ganhar. Se for para perder, não conseguimos", afirmou um interlocutor de Ciro, segundo matéria publicada pela Veja, nesta terça-feira (29). Pelo menos quinze, dos 49 deputados da legenda, são declaradamente a favor do impeachment e os demais aguardam o direcionamento da legenda
Imagem: Brunno Suênio/GP1Senador Ciro Nogueira(Imagem:Brunno Suênio/GP1)Senador Ciro Nogueira
Parlamentares do PP assinaram um documento e entregaram a Ciro, na semana passada, pedindo o adiantamento da convenção para decidir sobre a saída ou não da base governista. A petição foi assinada por 22 deputados e quatro senadores. Por prudência e tentando ganhar tempo, o presidente prometeu marcar a data para a reunião, mas espera a decisão dos outros partidos da base, como PSD e PR. 
 
Atualmente o PP é o segundo maior aliado da presidente Dilma Rousseff, em números, e está à frente do Ministério da Integração Nacional. 
 


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Estação Cocal


Maioria dos diretórios declara apoio à saída do PMDB do governo

Partido vai se reunir na terça-feira (29) em convenção nacional.
Nesta segunda, ministro Henrique Alves (PMDB) entregou cargo.

Do G1, em São Paulo *
Ao menos 14 diretórios estaduais do PMDB sinalizam que votarão pela saída do governo Dilma Rousseff na reunião desta terça-feira (29). Em levantamento feito pelo G1, apenas o diretório doMaranhão se declarou pela manutenção da aliança (veja lista completa abaixo).
Representantes de 12 diretórios não divulgaram posicionamento, mas a maioria neste grupo sinalizou que seguirá a decisão tomada na convenção nacional.
APOIAM A SAÍDA DO GOVERNOA reunião nacional do partido está marcada para 15h, no Plenário 2 das Comissões da Câmara dos Deputados, em Brasília. Na convocação oficial está a avaliação das moções sobre o "Rompimento da Aliança Política Administrativa com o Governo Federal".

A reunião foi convocada por líderes de 13 estados: Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Pernambuco, Piauí, Santa Catarina, São Paulo, Rio Grande do Sul, Rondônia, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

Líderes trabalham para que a saída ocorra por aclamação, dispensando a contagem de votos. Caso a votação ocorra, cada um dos delegados estaduais terá voto individual. A contagem de votos não é por estado ou unificada por diretório.

Na reunião, 119 integrantes podem votar. Esse total representa 155 votos, já que alguns membros natos têm direito a mais de um voto. Para a decisão ser tomada, basta maioria simples dos presentes. Somente no dia da reunião se decidirá se a votação será fechada ou aberta.


Acre
Tanto o presidente regional quanto dois representantes do Acre que estarão na reunião se declaram na oposição. "Nós não podemos jogar a história de luta do PMDB na lama por causa de uma dúzia de membros que querem apenas virar governistas. O Acre vota pelo desembarque do PMDB do governo", disse a deputada Estadual Eliane Pereira Sinhasique (PMDB).

Bahia
O deputado federal Lúcio Vieira Lima, representante do PMDB na Bahia, disse ao G1 que o diretório defende o rompimento. "O PMDB da Bahia é totalmente a favor da saída do governo, há muito tempo. Assinamos a moção propondo o rompimento e convocando o diretório para o corte de relações com o governo". Pelo estado, participam da convenção Lúcio Vieira Lima, Geddel Vieira Lima, Almir Melo, Pedro Tavares e Colbert Martins.

Espírito Santo
O diretório capixaba formalizou na segunda-feira (21) o desembarque. "Estamos criando as condições para que, no dia 29, nós tenhamos uma boa reunião com legitimação para dar o passo seguinte, onde o partido todo possa assumir essa posição de desembarque ", afirmou o deputado federal e presidente estadual do PMDB-ES, Lelo Coimbra. "Dilma perdeu de vez a capacidade de conduzir o Brasil. E população não pode pagar pelos erros desse governo”, afirmou Lelo.

Goiás
Por meio de sua assessoria, o diretório de Goiás diz que a maioria é favorável à saída do governo. Em seu perfil no Twiiter, o presidente estadual Daniel Vilela diz que a Executiva do PMDB-GO aprovou moção pela ruptura da aliança político-administrativa com o governo da presidente Dilma.

Mato Grosso do Sul
O diretório do PMDB-MS afirma que seus representantes vão votar em bloco pela saída do governo. Devem participar da reunião os diretores André Puccinelli, Waldemir Moka, Simone Tebet, Carlos Marun, Júnior Mochi e Eduardo Rocha.

Minas Gerais
Em reunião realizada nesta segunda-feira (28), a executiva estadual do PMDB de Minas Geraisdecidiu por 11 votos a favor e uma abstenção aderir à proposta de afastamento do partido do governo federal.

Após reunião em Brasília nesta segunda-feira, o senador José Maranhão informou que, para manter a unidade nacional do partido, o diretório estadual da Paraíba decidiu apoiar o desembarque do governo.

O diretório do PMDB de Pernambuco defende o afastamento do governo. O diretório terá como delegado o vice-governador e presidente estadual Raul Henry.

Rio Grande do Norte
O ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, pediu demissão na véspera do encontro que deve selar o desembarque do PMDB ao governo. Alves é apontado como um dos políticos ligados ao vice-presidente Michel Temer. Ao G1, o senador Garibaldi Filho afirmou que estava prevista um a reunião nesta segunda-feira (28) entre os três representantes do PMDB do RN para definir um posicionamento. "Estou na expectativa dessa reunião. De qualquer forma, eu pretendo acompanhar a decisão de Henrique - que é presidente estadual do partido e ministro do governo - porque a essa altura não pretendo estabelecer uma ruptura no partido aqui no Rio Grande do Norte", afirmou.

Rio Grande do Sul
O presidente do PMDB no Rio Grande do Sul, Ibsen Pinheiro, afirmou ao G1 que é a favor do afastamento. "Sempre fomos contrários a participação neste governo. Nós do governo do RS nunca quisemos."  O Rio Grande do Sul terá oito representantes com voto na reunião. "Toda a bancada (gaúcha) vai votar pelo afastamento. Nosso voto é natural, não há mudança", observa Pinheiro.

Rondônia
De acordo com José Luiz Lenzi, secretário geral do PMDB em Rondônia, o diretório votará pelo desembarque. "É uma aspiração nacional. O governo atual apodreceu. É um cadáver ambulante. O sentimento nacional é por mudança, uma nova ordem administrativa. Hoje, a condição do governo está extremamente comprometida de forma que a permanência do PMDB significa morrer junto", afirmou Lenzi.

Santa Catarina
O presidente do PMDB de Santa Catarina, Mauro Mariani, disse ao G1 que é a favor do desembarque. “Fomos o primeiro estado a pedir o desembarque e a antecipação da reunião para o dia 29”. Ele também afirma que, se o desembarque for aprovado e algum ministro do PMDB continuar no governo, será pedido o desligamento ou expulsão do partido.

São Paulo
O diretório paulista foi um dos 13 diretórios que pediram oficialmente a realização da reunião de terça-feira, ao lado de outros com posição contra o governo. O presidente estadual do PMDB, Baleia Rossi, declarou nas redes sociais que é a favor da saída imediata do governo. Além de Rossi, Paulo Skaf (candidato derrotado nas últimas eleições ao governo estadual pelo PMDB e presidente da Fiesp) afirma que vai defender em Brasília o desligamento do partido com o governo e o impeachment da presidente. "A presidenta não tem mais a menor credibilidade. Temos que virar esta página."

Tocantins
O diretório do PMDB no Tocantins é a favor da saída do governo. "Na sexta-feira (18), no dia da filiação partidária, a Executiva do partido decidiu pela saída da base. Não significa que não tenha ânimo para ajudar na governabilidade, acontece que a relação está muito promiscua e cheia de ameaças”, disse o presidente, Derval de Paiva.

INDEFINIDOS

Alagoas
Procurado pelo G1, o PMDB-AL informou que não vai emitir nenhum posicionamento sobre o assunto até a reunião de terça-feira (29), segundo o secretário geral do partido no estado, Carlos Ricardo Nascimento Santa Ritta.

Amapá
Procurado pelo G1, o diretório informou que não têm posicionamento sobre o rompimento do partido com o governo.

Amazonas
Ao G1, Miguel Capobiango, secretário-geral do Partido, disse que o diretório seguirá a decisão nacional. "A gente não está com posição do diretório local, porque nós definimos seguir a orientação nacional, o que ficar decidido no dia 29, o PMDB do Amazonas vai acatar obviamente. É difícil fazer um prognóstico, tem um segmento significativo que quer sair e outro que quer ficar”, disse. O presidente do PMDB no Estado é Carlos Eduardo de Souza Braga, atual ministro de Minas e Energia.

Até a noite de segunda (28), o assessor do presidente do PMDB no Ceará, senador Eunício Oliveira, disse que o diretório estadual não tinha posição definida sobre deixar ou não a base aliada. 

Segundo a assessoria de Tadeu Filippelli, ex vice-governador e presidente regional do PMDB, o DF deve acompanhar a decisão que for orientada majoritariamente pelo partido, mas não adotou ainda posicionamento.

Procurado pelo G1, o diretório do PMDB em Mato Grosso informou que ainda não possui posicionamento em relação à possível saída da base aliada do governo.

Pará
As assessorias do ministro Helder Barbalho (PMDB - PA) e de Jader Barbalho (PMDB-PA) informaram ao G1 que o partido não irá antecipar ou comentar oficialmente a posição do diretório estadual.

Paraná
Segundo o senador Requião Filho, os seis representantes do estado votarão juntos a partir de um entendimento coletivo que será definido no dia do evento, dependendo da proposta que for apresentada. “Até porque não tem uma proposta colocada ainda”, explicou ao G1.

Piauí
Três integrantes do PMDB-PI participarão da reunião: o ministro da Saúde, deputado Marcelo Castro; o atual presidente do partido no Piauí, deputado João Henrique de Almeida; e o presidente da Assembleia Legislativa do Piauí, deputado Themístocles Filho.  "Não dá para prever o resultado. Mas há uma tendência, uma manifestação muito forte da convenção, de seja definido o rompimento. Se nesse eleitorado se mantiver esse clima, acredito que a maioria defina pelo rompimento”, disse o presidente João Henrique de Almeida, afirmando que não tem voto definido.

Roraima
O diretório informou ao G1 que os representantes do partido no estado não vão se pronunciar sobre a possível saída do partido da base aliada do governo.

Rio de Janeiro
O diretório estadual tinha reunião prevista para esta segunda-feira (28) para definir posição oficial. Entretanto, nesta noite, a assessoria do presidente do PMDB informou que o presidente estadual Jorge Picciani não vai divulgar posicionamento oficial e aguardará os desdobramentos da reunião em Brasília. Na semana passada, em entrevista ao blog de Ilimar Franco em "O Globo", Jorge Picciani disse que o diretório vai votar pela saída do governo.

Sergipe
O presidente do PMDB de Sergipe, João Augusto Gama, disse por telefone que uma reunião ainda será marcada até o dia 29 para definir posicionamento.

PERMANÊNCIA NO GOVERNO

Maranhão
O Senador João Alberto, presidente do PMDB-MA, disse que o posicionamento aqui será pela continuidade no governo Dilma e contra o impeachment.

(* Com informações do G1 AC, G1 AL, G1 AP, G1 AM, G1 BA, G1 CE, G1 DF, G1 ES, G1 GO, G1 MA, G1 MT, G1 MS, G1 MG, G1 PA, G1 PB, G1 PR, G1 PE, G1 PI, G1 RJ, G1 RN, G1 RS, G1 RO, G1 RR, G1 SC, G1 SP, G1 SE e G1 TO)

Estação Cocal

Na sessão para votar impeachment, Cunha anunciará nome dos ausentes

Em conversa com aliados, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem insistido no dia 17 de abril para votar abertura de processo de impeachment da presidente Dilma. A data vai cair num domingo. Caso não seja possível, ele já tem uma nova data no calendário: o feriado de 21 de abril. Cunha quer uma sessão longa. 

O grande temor dos aliados do impeachment é com a possibilidade de o Palácio do Planalto conseguir uma ausência maior de deputados para evitar os 342 votos necessários para a abertura do processo de impedimento de Dilma. Por causa disso, Cunha já avisou que fará uma sessão demorada e que vai registrar no microfone várias vezes os nomes dos deputados ausentes.

Estação Cocal

PMDB deve confirmar nesta terça-feira ruptura com governo

Diretório nacional do partido se reunirá para anunciar decisão.
Presidente do PMDB, Michel Temer, não deverá comparecer.

Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília

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O PMDB deverá confirmar nesta terça-feira (29), em uma reunião do diretório nacional, a ruptura já esperada com o governo da presidente Dilma Rousseff. A expectativa é que a decisão ocorra com a consequente entrega de cargos ocupados por peemedebistas e seus indicados.


Diante do iminente desembarque da base aliada, o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, jáapresentou a sua carta de demissão na segunda-feira (28). O partido ainda está à frente de outras seis pastas (Saúde, Agricultura, Ciência e Tecnologia, Aviação Civil, Portos e Minas e Energia).

Principal legenda da base aliada, o PMDB detém a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 68 parlamentares. O apoio ao governo, porém, nunca foi unânime dentro da sigla e as críticas se intensificaram com a crise econômica e a deflagração do processo de impeachment.

O diretório nacional do PMDB tem 119 integrantes, mas com direito a 155 votos – alguns membros têm direito a mais de um voto, de acordo com o número de funções que acumulam no partido. A decisão sobre o rompimento, porém, deverá ser por aclamação, sem contagem nominal de votos
O acordo para que seja por aclamação foi costurado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB. Segundo a assessoria de imprensa dele, Temer não deverá comparecer à reunião, convocada para começar às 15h em um dos plenários de comissão da Câmara dos Deputados.


O motivo oficial da ausência dele é para evitar influenciar na decisão, mas, nos bastidores, Temer participou diretamente das articulações com caciques da sigla. Na noite de domingo (27), ele chegou a se encontrar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo. A expectativa do petista era tentar convencê-lo a manter o PMDB no governo. No entanto, o recado foi que a saída seria "irreversível".

Dilma também lançou mão dos últimos esforços para tentar resgatar o apoio do partido. Na manhã de segunda, ela chamou ao seu gabinete no Palácio do Planalto seis dos sete ministros do PMDB para avaliar o cenário. No entanto, no fim do dia, Henrique Alves, um dos presentes ao encontro, já apresentava a sua carta de renúncia.

Atritos com o Planalto
A discussão sobre a ruptura do PMDB com o governo ocorre em um momento delicado para a presidente Dilma, que é alvo de um processo de impeachment deflagrado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um dos seus maiores desafetos.

Desde o ano passado, os atritos do PMDB com o Palácio do Planalto aumentaram. A pressão para que a legenda deixasse a base ganhou corpo na convenção realizada no último dia 12 de março. Na ocasião, os peemedebistas decidiram que a cúpula do partido teria que se encontrar em até 30 dias para tomar uma decisão e, até lá, nenhum filiado poderia assumir cargos no governo.

No entanto, dias depois, a presidente Dilma ignorou a decisão e empossou o deputado licenciado Mauro Lopes (PMDB-MG) como ministro da Secretaria de Aviação Civil. A nomeação foi vista como uma afronta pelo partido, que abriu um processo no seu Conselho de Ética para expulsá-lo da legenda. O episódio ajudou a agravar a crise e acelerou a decisão do partido.

Sob o comando de Eduardo Cunha desde o início de 2015 – o que coincidiu com o começo do segundo mandato de Dilma –, a Câmara derrotou o Planalto em diversas ocasiões com a votação de matérias desfavoráveis ao governo. Além disso, no ano passado, houve na Casa a instalação da CPI da Petrobras, para investigar o escândalo de corrupção na estatal.

Para tentar conter a rebelião na base, a presidente promoveu no ano passado uma reforma ministerial para ampliar o espaço do PMDB no governo, que chegou a ter sete ministérios. No entanto, a estratégia não foi bem sucedida.

Para agradar os parlamentares na Câmara, o governo entregou ao líder da bancada, Leonardo Picciani (PMDB-RJ), a incumbência de indicar nomes para duas pastas, incluindo a da Saúde, com o maior orçamento da Esplanada. Essa aproximação descontentou ainda mais a ala rebelde do partido, que se voltou contra Picciani quando ele indicou integrantes menos críticos a Dilma para a comissão do impeachment.

Ele chegou a ser destituído do posto em dezembro por oito dias em uma articulação patrocinada diretamente por Temer e Cunha, mas conseguiu reaver o posto com o apoio da maioria.

Para ser reeleito neste ano, foi preciso uma atuação direta do Planalto para garantir a ele votos suficientes, inclusive com a exoneração temporária do ministro da Saúde, Marcelo Castro, para reassumir como deputado e votar a favor de Picciani.