3/15/2016

Estação Cocal

Ministro envia investigação da mulher e da filha de Cunha para Sérgio Moro

Cláudia Cruz alega que inquérito sobre deputado tem as mesmas provas.
Teori Zavascki seguiu recomendação da Procuradoria Geral da República.

Mariana OliveiraDa TV Globo, em Brasília

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, decidiu nesta terça-feira (15) enviar para o juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, as suspeitas do envolvimento da jornalista Cláudia Cruz, mulher do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e da filha dele, Danielle Cunha, com as supostas irregularidades investigadas no inquérito sobre contas secretas na Suíça em nome do casal.
No último dia 4, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou denúncia contra Cunha no STF acusando-o de evasão de divisas, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral no caso das contas na Suíça.
Segundo a Procuradoria, Cunha recebeu pelo menos US$ 1,31 milhão -- R$ 5,2 milhões --  em uma conta na Suíça. O dinheiro, segundo a Suíça, foi recebido como propina pela viabilização da aquisição, pela Petrobras, de um campo de petróleo em Benin, na África.
O dinheiro teria sido usado para compra de itens de luxo para a família, tudo sem declarar às autoridades bancárias nem à Justiça Eleitoral.
A PGR pede a devolução de valores e reparação de danos materiais e morais no valor de duas vezes a propina -- R$ 10,5 milhões.
A denúncia no Supremo, no entanto, foi feita apenas contra o deputado, já que a PGR entendeu que Cláudia e Danielle, por não serem parlamentares, podem responder às investigações na primeira instância da Justiça Federal no Paraná.
Na semana passada, a defesa de Cláudia Cruz tentou que as investigações sobre elapermanecessem no STF. No pedido, a defesa defendeu a investigação conjunta no STF sob o argumento de que as provas e testemunhas sobre o caso são as mesmas.
Além de negar o pedido da defesa e remeter o caso para Moro, o ministro Teori Zavascki também decidiu impor sigilo à denúncia contra Cunha.
Após a decisão de Teori, os advogados da mulher e da filha de Cunha informaram que ainda não foram notificados da decisão do Supremo. A defesa ainda pode recorrer da decisão
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