3/15/2016

Estação Cocal


Renan classifica de 'delírio' delação premiada de Delcídio do Amaral

Presidente do Senado foi citado por senador em depoimentos à PGR.
Peemedebista defendeu agravamento da pena para delação não-comprovada.

Gustavo GarciaDo G1, em Brasília

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chamou nesta terça-feira (15) de "delírio" a delação premiada do ex-líder do governo na Casa Delcídio do Amaral (sem partido-MS).
Um dos políticos mencionados no acordo de delação premiada fechado entre Delcídio e a Procuradoria Geral da República (PGR), Renan defendeu que as acusações não comprovadas devem servir como agravamento da pena dos delatores (leia a íntegra da delação premiada).
Segundo o senador do PMDB, em nenhuma circunstância Mercadante falou com ele ou o procurou. "E acho que não me procuraria para isso", ironizou.
“Eu não tenho nenhuma preocupação com essa delação, muito mais com o delírio do senador Delcídio do Amaral. Eu acho que a maior providência que todos deveriam tomar com relação às delações é, na medida que as delações não se confirmassem, agravar a pena”, declarou Renan.
Nesta terça, o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou a delação premiada do senador do Mato Grosso do Sul. O documento cita políticos e crimes praticados no âmbito do Palácio do Planalto, do Senado, da Câmara, do Ministério de Minas e Energia e da Petrobras.
Delcídio foi preso no ano passado acusado de tentar obstruir o andamento das investigações da Operação Lava Jato. Em fevereiro, após ele fechar a delação, o STF concedeu a ele o direito à prisão domiciliar.
Nas negociações da delação, a PGR recebeu de Delcídio uma gravação que revela uma tentativa do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, de oferecer ajuda política e financeira para evitar que o parlamentar fechasse o acordo com os procuradores.
Em um dos depoimentos, Mercadante a um dos assessores do senador sul-matogrossenese que intercederia junto a Renan Calheiros para elaborar uma maneira de fazer com que os senadores revogassem o aval da Casa para que o então senador do PT fosse preso.
"Por que é que não pede reconsideração ao Senado? Pode?", questionou o ministro ao auxiliar de Delcídio. "Acho que não", pondera o assessor. "Em política, tudo pode", ressalta Mercadante.
Em uma entrevista coletiva no Senado, Renan afirmou que não foi procurado pelo ministro da Educação para que ele agisse em favor do senador do Mato Grosso do Sul.
“Com relação a mim, ele [Mercadante] não falou, não falaria, e a decisão do Senado que aconteceu foi pública, foi em favor da decisão judicial do Supremo Tribunal Federal”, disse Renan, referindo-se à decisão do Senado que avalizou a prisão de Delcídio.
Em nota, a assessoria do Senado destacou que Renan "não foi e nem poderia ser procurado" pelo ministro da Educação para tratar de nenhum dos assuntos relacionados por Mercadante.
"O Senado Federal não tomou nenhuma iniciativa nesse sentido, pelo contrário, confirmou a decisão judicial", diz trecho do comunicado.

"A propósito das falsas imputações do ex-líder do governo, o senador refuta todos os delírios acusatórios do senador e sugere que delações não comprovadas sirvam para agravar as penas dos delatores", complementa a nota.

Belo Monte
Questionado sobre a declaração de Delcídio que teria recebido dinheiro desviado da usina hidrelétrica de Belo Monte, Renan Calheiros disse que “não conhecia as pessoas que poderiam ter viabilizado o esquema e voltou a chamar a delação de “delírio”.

“Eu nem conheço essas pessoas de Belo Monte, nem conhecer eu conheço, isso é um delírio, é uma degradação pessoal [do senador Delcídio].”
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