5/29/2015

Estação Cocal

Delegada defende castração dos suspeitos de estupro coletivo no Piauí

Para Vilma Alves, crime foi bárbaro e os suspeitos deveriam ser castrados.
Quatro adolescentes foram agredidas e violentadas em Castelo Branco do PI.

Gilcilene AraújoDo G1 PI
Delegada Vilma Alves defende castração dos suspeitos de estupro coletivo (Foto: Priscila Caldas)Vilma Alves defende castração dos suspeitos de estupro coletivo (Foto: /Arquivo pessoal/Priscila Caldas)
A titular da delegacia da mulher de Teresina, Vilma Alves, esteve no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) na manhã desta sexta-feira (29) para acompanhar o estado de saúde das quatro adolescentes violentadas na quarta-feira (27) em Castelo do Piauí. Para a delegada, o crime foi bárbaro e os suspeitos deveriam ser castrados.
Uma multidão se aglomerou em frente a delegacia de Castelo do Piauí (Foto: Catarina Costa/G1)Uma multidão se aglomerou em frente a delegacia
de Castelo do Piauí (Foto: Catarina Costa/G1)
“Esta é uma tragédia que comoveu todo o Piauí. Não podemos aceitar que os suspeitos de  violentar mulheres sejam punidos apenas com a prisão porque o estupro, depois dos homicídios, é pior crime que existe. Imaginem a tortura de ser estuprada coletivamente, humilhada, pedindo socorro e não ter uma proteção naquele momento? Isso jamais aconteceu em nosso estado. Por isso sou a favor da castração”, declarou.

Vilma também defendeu uma reformulação no Código Penal. “É preciso mudar a aplicação de penas no Brasil porque o sistema atual não é eficiente, pois o criminoso é preso, depois  solto e logo em seguida volta a cometer os mesmos crimes. Não tem que ser punido? Não tem que ser levado a júri? Então, acho que os estupradores devem ser castrados quimicamente ou fisicamente para que eles possam sentir na pele o que as suas vítimas sentem. No Brasil não cabe mais pena leve, mulher não é lixo, não é objeto. Mulher é cidadã e tem que ser respeitada neste país”, finalizou.
Diretor Gilberto Albuquerque avalia como estável estado de saúde dos sobreviventes (Foto: Catarina Costa / G1)Diretor do HUT, Gilberto Albuquerque  (Foto:
Catarina Costa / G1)
Apesar de não ser a delegada que investiga o caso, Vilma contou que esteve no hospital para prestar solidariedade às vítimas. Segundo o diretor do Hospital de Urgência, Gilberto Albuquerque, apenas uma das quatro garotas está em estado grave e corre risco de morte.
Entenda o caso
Segundo a polícia, as quatro adolescentes foram agredidas, violentadas e jogadas de um penhasco de 10 metros no município deCastelo do Piauí, a 190 km de Teresina. O crime ocorreu na quarta-feira (27) e em menos de 24 horas depois, quatro adolescentes foram apreendidos pela polícia suspeitos de cometerem o crime.
Um quinto suspeito maior de idade continua foragido. Revoltados com a barbárie, moradores protestaram em frente a delegacia da cidade. Eles atearam fogo em pneus e clamavam por justiça.

Por volta de 21h de quinta-feira (28), os suspeitos foram transferidos para o complexo do Menor Infrator em Teresina.

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Preso mentor de estupro coletivo em Castelo do Piauí

Adão José de Sousa foi preso no início da noite desta sexta-feira no município de Campo Maior

LUCAS BARBOSA, DO GP1
Atualizada em 29/05/2015 - 22h14
No início da noite desta sexta-feira (29), uma ação conjunta entre as polícias Militar e Civil prendeu Adão José de Sousa, de 40 anos, suspeito de ser o mentor do grupo que estuprou quatro garotas no município de Castelo do Piauí na última quarta-feira (27). A prisão do suspeito ocorreu na cidade de Campo Maior. 
Imagem: DivulgaçãoAdão José de Sousa (Imagem:Divulgação)Adão José de Sousa
Adão já estava foragido há quase 48 horas. Em entrevista ao GP1, o comandante de policiamento do interior, coronel Paulo de Tarso, afirmou que o acusado foi preso após denúncias de populares, que avistaram o suspeito pela região.

Paulo de Tarso afirmou, ainda, que Adão está negando participação no crime. “A princípio ele nega ter participado do estupro, mas é ele o cara de quem a gente estava atrás. A população aqui está muito aflita e revoltada”, declarou o coronel. 

Imagem: Divulgação/PolíciaAdão foi preso em Campo Maior(Imagem:Divulgação/Polícia)Adão foi preso em Campo Maior
O secretário estadual da Segurança Pública, Fábio Abreu, afirmou que a abordagem aconteceu quando o suspeito transitava de mototáxi.“Ele será transferido para Teresina ainda hoje”, afirmou Fábio Abreu. “O nosso objetivo é cumprir a lei e garantir que este indivíduo seja transferido com segurança. Nós não podemos permitir que esta situação seja resolvida com justiça com as próprias mãos”, finalizou. 
Imagem: Lucas Dias/GP1Fábio Abreu(Imagem:Lucas Dias/GP1)Fábio Abreu

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Keywords: preso, castelo, estupro, adão

Estação Cocal

Garotas foram jogadas de penhasco com mais de 10 metros de altura

Segundo delegado, crime contra adolescentes foi bárbaro e cruel.
Polícia buscava assaltantes quando encontraram as meninas desacordadas.

Do G1 PI
O delegado da Polícia Civil de Castelo do Piauí, Laércio Evangelista, afirmou em entrevista ao G1que o crime contra as quatro adolescentes ocorrido na noite da quarta-feira (27) foi "cruel e muito bárbaro". De acordo com ele, as garotas sofreram várias agressões e ainda foram arremessadas do alto de um penhasco com mais de 10 metros de altura (assista ao vídeo acima).
(Correção: G1 errou ao informar que altura do penhasco era de cinco metros. A informação foi dada pelo delegado Laércio Evangelista e retificada em seguida. A informação foi corrigida às 19h04).
"Foi um crime muito bárbaro e cruel. Eles cortaram os pulsos das meninas, furaram mamilos e olhos e depois ainda as arremessaram de cima de um morro", disse o delegado. Segundo ele, as garotas ainda foram amarradas antes de sofrerem a violência sexual.
De acordo com a polícia, cinco homens participaram do crime. Quatro deles, todos menores de idade, já foram apreendidos e conduzidos para a delegacia da cidade de Campo Maior, a 78 Km de Teresina. Um outro suspeito ainda está foragido e a polícia realiza buscas na região para tentar prendê-lo.
Moradores pediram justiça durante virgília em frente à delegacia (Foto: Catarina Costa/G1)Moradores pediram justiça durante virgília em frente
à delegacia (Foto: Catarina Costa/G1)
Ainda de acordo com o delegado Laércio Evangelista, a polícia descobriu o crime contra as adolescentes quando investigava um assalto a um posto de combustíveis ocorrido na sexta-feira (22).
Durante as buscas por um dos criminosos foragidos no assalto, a polícia encontrou duas motos abandonadas no mato.
Gilberto Albuquerque, diretor do HUT (Foto: Ellyo Teixeira/G1)Gilberto Albuquerque, diretor do HUT
(Foto: Ellyo Teixeira/G1)
"Nós levamos essas motos para a delegacia e pouco depois familiares das meninas chegaram para registrar o desaparecimento. Ao ver as motos, os parentes reconheceram que eram as mesmas que as meninas andavam e aí começamos as buscas", disse o delegado.
Estado grave
Segundo ele, a própria polícia encontrou as adolescentes. As jovens foram levadas para o hospital da cidade e logo depois transferidas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). De acordo com a direção do hospital, são duas garotas de 17 anos, uma de 16 e outra de apenas 15 anos.
Conforme boletim médico divulgado pelo hospital às 12h, uma das adolescentes está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela teve traumatismo craniano e chegou a perder parte da orelha. A garota também apresenta sangramento na barriga e os médicos tentam controlar a hemorragia.

Ainda de acordo com o boletim, outra garota sofreu afundamento da face do lado direito e também passou por cirurgia no pescoço. A adolescente que teve múltiplas lesões no couro cabeludo e ainda por todo o corpo está sob efeito de analgésico.

A única das garotas consciente ainda fala pouco e será transferida para um hospital particular por decisão da família.

"O estado em que essas meninas chegaram aqui nos assustou bastante. Todas foram vítimas de muitas lesões. Uma delas ainda está na UTI porque teve traumatismo craniano. Uma das meninas chegou a ficar com a face desfigurada", relatou o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque.
Trabalho dos peritos

Cerca de dez peritos do Instituto Médico Legal (IML) foram ao Hospital de Urgência de Teresina para realizar exames. Segundo o diretor do IML, Antônio Nunes, material genético foi encontrado nas unhas das garotas, o que para ele indica que as vítimas lutaram com os agressores.

"Ainda não temos como precisar qual o instrumento usado nas agressões. Pode ter sido paus, pedras ou só socos. Há possibilidade de elas terem sido arrastadas antes de serem jogadas ou que tenham sido agredidas em um outro local e depois jogadas. Mas nós temos constatações graves, sendo que uma das adolescentes possui lesões sérias internada na UTI. Seguramente as meninas sofreram muito nas mãos dos suspeitos", explicou.
Cidade revoltada
Nesta manhã, o governo do estado divulgou uma nota lamentando o fato e manifestando solidariedade às famílias das adolescentes. A vice-governadora Margarete Coelho esteve no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e disse que as vítimas estão sendo acompanhadas por uma equipe que envolve médicos, psicólogos e assistentes sociais.
Moradores revoltados atearam fogo em frente à delegacia  (Foto: João Pedro/Portal Mais Castelo)Moradores revoltados atearam fogo em frente à delegacia (Foto: João Pedro/Portal Mais Castelo)
"Todas estão em estado de choque e ainda não relataram aos familiares e para os policiais o que de fato aconteceu. Pelas características desse crime não se trata só de um estupro, mas de tentativa de homicídio", disse.

Além do Grupamento da Polícia Militar de Castelo, foram deslocados para a cidade três outras equipes, além do Gerente de Policiamento do Interior, delegado Willame Moraes para dar apoio ao trabalho do delegado regional, Laércio Evangelista.
Revoltados com a brutalidade do crime, moradores de Castelo do Piauí protestaram na frente da delegacia da cidade. Os protestos continuaram nesta quinta-feira (28). De acordo com o delegado Laércio Evangelista, a população cobra justiça.
"A população está em alvoroço cobrando justiça em frente à delegacia", disse o delegado. Segundo ele, os quatro menores apreendidos são conhecidos na cidade e já possuem diversas passagens pela polícia. O outro foragido é um ex-presidiário.
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Quatro adolescentes são brutalmente agredidas e estupradas no Piauí

Vítimas foram trazidas para Teresina em estado grave após a violência.
Três suspeitos menores de idade já foram apreendidos pela polícia.

Do G1 PI
Moradores se aglomeraram em frente à delegacia em Castelo (Foto: Catarina Costa/G1)Moradores se aglomeraram em frente à delegacia em Castelo (Foto: Catarina Costa/G1)
Um crime bárbaro chocou a população da cidade de Castelo do Piauí, a 190 Km de Teresina. Quatro adolescentes foram brutalmente agredidas, estupradas e depois amarradas no final da tarde da quarta-feira (27).
De acordo com as polícias civil e militar, as garotas teriam saído para tirar fotos em um ponto turístico distante alguns quilômetros da zona urbana, quando foram rendidas por cinco homens. Ainda não há informações oficiais sobre o local onde o crime teria sido praticado.
Moradores revoltados atearam fogo em frente à delegacia  (Foto: João Pedro/Portal Mais Castelo)Moradores revoltados atearam fogo em frente à
delegacia (Foto: João Pedro/Portal Mais Castelo)
Somente por volta das 21h as famílias das adolescentes sentiram a falta das garotas. As quatro foram encontradas desacordadas, com graves ferimentos pelo corpo e levadas para o hospital da cidade. Por conta da gravidade, as adolescentes tiveram que ser transferidas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT).
De acordo com a assessoria de imprensa do HUT, são duas garotas de 17 anos, uma de 16 e outra de apenas 15 anos. Segundo o hospital, duas delas passaram por cirurgia e seguem em estado grave. Uma das adolescentes está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Segundo o delegado geral do Piauí, Riedel Batista, três menores de idade suspeitos de terem praticado o estupro coletivo foram apreendidos na manhã desta quinta-feira (28) e estão na delegacia de Castelo do Piauí. Ainda segundo Riedel, a polícia está em diligência à procura de outros dois suspeitos, um adolescente e outro maior de idade.
Os menores apreendidos vão ser conduzidos para a delegacia de Campo Maior, onde serão autuados. O delegado geral Riedel Batista confirmou que as meninas foram agredidas, amarradas e violentadas.
Na cidade o clima é de revolta. Vários populares se aglomeraram na porta da delegacia ainda na noite de quarta-feira e chegaram a atear fogo em pneus em protesto pela falta de segurança.
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5/25/2015

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Prefeita Ana Cecília nomeou o pai como chefe de gabinete e a mãe para secretaria da Saúde

O pai teve a candidatura impugnada na eleição de 2012, responde a 07 ações na Justiça Federal e a mãe figura na relação de inelegíveis do Tribunal de Contas do Estado.

GIL SOBREIRA, DO GP1
Atualizada em 25/05/2015 - 21h27
A prefeita de Parnaguá, Ana Cecilia Silveira Rissi, não tem levado em consideração a famosa frase de Ulysses Guimarães que dizia que “é indecoroso fazer política uterina, em benefícios de pais, filhos, irmãos e cunhados. O bom político costuma ser mau parente”. Ana Cecilia nomeou o pai Miguel Omar Barreto Rossi como chefe de gabinete e mãe Josiane Theresina Silveira Rissi como secretária da Saúde do Município. As nomeações aconteceram no início de seu mandato.

Nada mal se ambos, Miguelão e Josiane, não fossem fichas sujas.
Imagem: Brunno Suênio/GP1Prefeita  Ana Cecilia(Imagem:Reprodução)Prefeita Ana Cecilia
O pai, Miguelão, teve a candidatura impugnada na eleição de 2012, responde a 07 ações na Justiça Federal e é considerado inelegível, por ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa. A mãe, Josiane figura na relação de inelegíveis do Tribunal de Contas do Estado por irregularidades na gestão do Fundo Municipal de Saúde, anos 2004 e 2005 e Unidade Mista de Saúde de Parnaguá, ano 2007.

Outro lado

A reportagem do GP1 entrou em contato com a prefeita Ana Cecília Silveira Rissi, mas ela não quis se pronunciar sobre o assunto.

"Não vou falar sobre isso por telefone, se vocês quiserem vir pessoamente a gente conversa", declarou a prefeita.

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João Mádison diz que Themistocles Filho pode ser o candidato do PMDB a prefeito de Teresina

"O presidente Themístocles pode ser o candidato nosso, mas nós só vamos para um embate desses se nós tivermos a consciência e a condição", disse o deputado.

LUIZ CARLOS JÚNIOR, DO GP1
Atualizada em 25/05/2015 - 21h32
O deputado estadual João Mádison afirmou que o presidente da Assembleia Legislativa, Themístocles Filho, poderá ser o candidato do PMDB à prefeitura de Teresina e que essa possibilidade só será decidida após pesquisas.

“O presidente Themístocles pode ser o candidato nosso, mas nós só vamos para um embate desses se nós tivermos a consciência e a condição, nós precisamos fazer pesquisas se essas pesquisas nos derem condição, o Themístocles é candidato”, disse o deputado em entrevista ao GP1.
Imagem: Lucas Dias/GP1João Madson(Imagem:Lucas Dias/GP1)João Madison
João Mádison ainda afirmou que, caso Themístocles Filho não seja candidato, o PMDB pretende buscar alianças para indicar um nome para vice-prefeito.

“Se a candidatura de Themístocles não for possível, nós vamos buscar um entendimento e vamos indicar o vice de alguma chapa. Nós ainda não temos uma decisão definida, mas isso passa necessariamente pela posição do presidente Themístocles”, pontuou. 

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Estação Cocal

25/05/2015 20h55 

Líderes decidem votar reforma política diretamente no plenário da Câmara

Sessão que votaria texto do relator em comissão especial foi cancelada.
Votação deve ocorrer nesta sexta e o novo relator será Rodrigo Maia (DEM).

Do G1, em Brasília

Os líderes partidários da Câmara decidiram nesta segunda-feira (25) levar a votação do projeto da reforma política diretamente para o plenário. Com isso, não será votado na comissão especial da Casa que discutiu a reforma política o relatório do deputado Marcelo Castro (PMDB-PI).
A votação do relatório estava prevista para esta segunda, mas a sessão da comissão especial foi cancelada após entendimento entre os líderes. O texto no plenário deve começar a ser votado nesta terça-feira (26) e terá como relator o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi o presidente da comissão especial.O relatório de Castro vinha sendo alvo de críticas do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele chegou a dizer que seria “preferível” que o texto não fosse votado do jeito que estava pelo colegiado.A votação feita diretamente no plenário é uma maneira de facilitar modificações no texto. Caso o relatório de Castro fosse aprovado, os deputados teriam que rejeitar o texto do relator e aprovar as mudanças desejadas por meio de destaques (propostas de alteração). Com o projeto sendo apreciado direto no plenário, os parlamentares poderão votar a proposta ponto a ponto, sem a necessidade de votar um texto-base.
Nesta segunda, pouco antes da reunião de líderes que ratificou a decisão de votar diretamente no plenário, Cunha reiterou as críticas ao relatório de Castro. Ele afirmou que a votação direto no plenário era um "sentimento da maioria dos líderes" e que o relatório de Castro era feito "em dissonância" com a vontade da maioria dos parlamentares, o que, segundo ele, dificultava "regimentalmente" a aprovação do projeto.
Pouco antes dos líderes oficializarem que o projeto seria votado diretamente no plenário, Castro disse ao G1 que a decisão é "esdrúxula" e "desrespeitosa". Ele disse ainda que nunca viu na história da Casa "uma comissão ser impedida de votar seu relatório".
O novo relator, Maia, respondeu às criticas de Castro e disse que se sente "confortável" de assumir a relatoria do projeto. Para Maia, "ninguém foi feito de bobo". Ele disse que prevaleceu a vontade da maioria dos líderes de votar a reforma política diretamente em plenário.
"Ninguém foi feito de bobo. Ele [Castro]  está sabendo há muito tempo a vontade do presidente da Câmara e do líder do partido dele, e o processo esticou até o limite de se tentar construir um texto que tivesse apoio. E, quando hoje no almoço, todos os partidos presentes e alguns que foram contactados por telefone entenderam que era melhor ir direto para o plenário, não era uma questão pessoal de A, de B ou de C, era a vontade de todos aqueles que representam os 513 deputados, inclusive o partido dele", afirmou Maia.
O novo relator disse ainda que apenas o líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), o vice-líder do PT, Henrique Fontana (RS), e a líder do PC do B, Jandira Feghali (RJ) não apoiaram a decisão.
'Comissão esfaqueada'
O líder do Psol, Chico Alencar (Psol), que participa da comissão da reforma política, afirmou por meio de nota que a decisão de votar o relatório diretamente no plenário é uma "ofensa ao rito parlamentar". A nota diz ainda que a comissão foi "esfaqueada".
"Trata-se de uma ofensa ao rito parlamentar e um absoluto desrespeito aos seus integrantes. Mais uma vez a vontade imperial do presidente Eduardo Cunha, seguida servilmente por aliados, sobrepõe-se aos procedimentos democráticos costumeiros", diz Alencar no texto.
Ele também afirmou que o Psol não foi consultado sobre levar o relatório diretamente ao plenário.
"Na Comissão, “explicam” que a extinção da Comissão foi “decisão dos líderes”. O do PSOL seguramente não foi consultado e não compactuaria com este golpe."
O deputado Henrique Fontana, membro da comissão especial da reforma política, usou o plenário da Câmara para criticar Cunha. Segundo Fontana, o presidente age de forma "ditatorial" ao "impedir" que o colegiado vote o relatório de Castro.
"O Presidente da Casa, o deputado Eduardo Cunha, que, de uma forma um tanto quanto ditatorial, declara em entrevistas que a comissão não deve votar essa matéria e que seu objetivo é trazer o relatório da reforma política para votação diretamente no plenário. [...] Ele [Cunha] é o presidente, mas o presidente não é o imperador. Ele não pode cancelar, a seu bel prazer, reuniões, terminar com comissões", afirmou.
Questionado sobre as críticas de Fontana, Cunha afirmou que a decisão de levar a votação direto ao plenário não será dele, mas sim, dos líderes partidários e que "ditatorial" seria submeter os deputados a um único modelo de votação.
"O Henrique Fontana é uma das pessoas que sempre atrapalharam a reforma política. A decisão não é minha, é dos líderes. Eu não faço parte da comissão e não voto na comissão. Se os líderes partidários não querem votar, então ele tá chamando todos os líderes de ditatoriais", afirmou.