5/04/2015

Estação Cocal

Balança comercial tem pior resultado para meses de abril em dois anos

No mês passado, houve superávit comercial de US$ 491 milhões.
Na parcial de 2015, por sua vez, foi registrado déficit de US$ 5,06 bilhões.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
As exportações superaram as importações em US$ 491 milhões em abril deste ano, resultando em superávit da balança comercial brasileira, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) nesta segunda-feira (4).
BALANÇA COMERCIAL
Meses de abril - em US$ milhões
3.6901.2801.850879-989506491Ano 2009Ano 2010Ano 2011Ano 2012Ano 2013Ano 2014Ano 2015-2k-1k0k1k2k3k4k
Fonte: MDIC
Mesmo com resultado positivo, o segundo mês seguido no qual isso acontece neste ano, houve pequena piora em relação a abril de 2014, quando foi registrado um superávit de US$ 506 milhões. Com isso, o resultado do mês passado foi o pior, para meses de abril, desde 2013 (déficit de US$ 989 milhões).
Em janeiro deste ano, a balança comercial registrou déficit (com mais importações do que vendas externas) de US$ 3,17 bilhões e, em fevereiro, o resultado ficou negativo em US$ 2,84 bilhões. Já em março, houve um superávit – com exportações superando as compras do exterior - de US$ 458 milhões.
O diretor do Departamento de Estatística e Apoio à Exportação do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, informou que os embarques de soja ainda estão lentos neste ano, em comparação com 2014, por conta de questões climáticas, paralisações de caminhoneiros e, também, do incêndio registrado no Porto de Santos no mês passado. Ele avaliou que os embarques deste produto tendem a aumentar nos próximos meses.
Exportações e importações em abril
Segundo o governo, as exportações somaram US$ 15,15 bilhões em abril, com queda de 23,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, por conta do recuo das vendas de básicos (-28,9%), manufaturados (-14,9%) e, também, semimanufaturados (-20%).
Do lado das importações, que totalizaram US$ 14,66 bilhões em abril, houve recuo de 23,7% frente ao mesmo mês de 2014 por conta da retração de compras de todas as categorias de produtos do exterior. Os combustíveis e lubrificantes registraram queda de 48,3% nas importações, as matérias-primas e intermediários de 19,8%, os bens de capital de 16,4% e os bens de consumo de 17,9%.
Conta petróleo melhora
Os números oficiais mostram que a melhora da balança comercial, neste ano, está relacionada principalmente com a chamada "conta petróleo" - que contabiliza exportações e importações deste produto, além de combustíveis e lubrificantes.
Nos quatro primeiros meses do ano passado, o déficit desta conta foi de US$ 6,05 bilhões, recuando para um saldo negativo de US$ 3,51 bilhões no mesmo período deste ano. Com isso, somente a melhora do resultado negativo da conta petróleo influenciou o resultado comercial, para cima, em US$ 2,54 bilhões nos primeiros quatro meses de 2015.
"Com a menor atividade econômica, uma da consequências é redução por bens importados, mas também houve grandes investimentos, o que aumentou a produção nacional. Com isso, há menor necessidade de produtos [derivados do petróleo] importados. Mesmo com a melhora, o déficit da conta petróleo ainda é significativo", avaliou Brandão, do MDIC.
Acumulado do ano
Nos quatro primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, a balança comercial registrou déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 5,06 bilhões. Apesar do saldo negativo, houve pequena melhora frente ao mesmo período do ano passado, quando o déficit das transações comerciais do Brasil somou US$ 5,57 bilhões.
Na parcial de 2015, as exportações somaram US$ 57,93 bilhões, com média diária de US$ 715 milhões (queda de 16,4% sobre o mesmo período do ano passado). As importações, por sua vez, somaram US$ 62,99 bilhões, ou US$ 777 milhões por dia útil, uma queda de 15,9% em relação ao mesmo período de 2014.
Resultado de 2014
Em 2014, a balança comercial brasileira teve déficit (importações maiores do que vendas externas) de US$ 3,93 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 1998, quando houve saldo negativo de US$ 6,62 bilhões. Também foi o primeiro déficit comercial desde o ano 2000, quando as compras do exterior ficaram US$ 731 milhões acima das exportações.
De acordo com o governo, a piora do resultado comercial no ano passado aconteceu, principalmente, por conta da queda no preço das "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como minério de ferro, petróleo e alimentos, por exemplo); pela crise econômica na Argentina – país que é um dos principais compradores de produtos brasileiros – e pelos gastos do Brasil com importação de combustíveis.
Estimativas do mercado e do BC para 2015
A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras na semana passada, é de melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 4 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.
Já o Banco Central prevê um superávit da balança comercial de US$ 4 bilhões para 2015, com exportações em US$ 210 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 206 bilhões.

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