8/26/2019

Zé Hamilton pode indicar vice de Mão Santa em Parnaíba



Foto: Reprodução
"A falta de disposição" do ex-prefeito e ex-deputado estadual José Hamilton Castelo Branco, para disputar a Prefeitura de Parnaíba, segunda mais importante cidade do Piaui, teria levado seus amigos mais próximos e uns poucos familiares a iniciarem um processo de articulações com o esquema político do prefeito Francisco de Assis Moraes Souza, o Mão Santa, com vistas a um entendimento que abriria para o grupo de Castelo Branco a indicação de um nome para concorrer a vice na chapa do prefeito.

O nome para uma hipotética composição com Mão Santa seria o de um familiar de Zé Hamilton, podendo ser sua filha ou um vereador de Parnaíba.



Governador discute saídas para reduzir o déficit previdenciário no estado



Foto: Jorge Bastos
O governador Wellington Dias esteve reunido na manhã desta segunda-feira (26) com o economista, Raul Veloso; com o presidente Fundação Piauí Previdência, Ricardo Pontes e o superintendente de Gestão de Previdência Complementar, Marcos Steiner para tratar sobre questões que envolvem o fundo previdenciário no Piauí. 

“Nós estivemos com economista Raul Veloso e sua equipe para tratar sobre algumas ações que devemos tomar pra reduzir o déficit previdenciário no estado. Uma delas é tratar a questão dos imóveis urbanos e rurais que estamos acelerando o processo de identificação e fazendo georreferenciamento para que possamos tomar uma decisão”, explicou o presidente Fundação Piauí Previdência, Ricardo Pontes. 
Pontes acrescenta que os imóveis podem ser alugados, vendidos ou ainda colocados à disposição de Parcerias Público-Privadas (PPPs).  Desde o final do ano passado, o Governo do Estado do Piauí tem articulado um levantamento de imóveis com o apoio de um grupo técnico formado por vários órgãos, como a Secretaria de Administração e Previdência (SeadPrev), Agência de Desenvolvimento Habitacional (ADH), Secretaria de Fazenda (Sefaz), Secretaria de Planejamento (Seplan) e Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Toda essa ação faz parte do Plano de Desmobilização de Ativos Imobiliários (Pdepi), que é uma maneira de fomentar a economia do estado e otimizar espaços públicos que não estão sendo utilizados, para que gerem receita através do interesse do mercado imobiliário. Projetos parecidos já foram executados com êxito nos estados de Minas Gerais e São Paulo. 
“Estamos focados em um planejamento para o equilíbrio do déficit atuarial, ou seja, precisamos saber como será o comportamento da previdência este ano e nos próximos. Para isso, estamos atualizando o déficit atuarial e com base nele, vamos planejar aquilo o que já criamos de mecanismo para dar sustentabilidade ao pagamento de aposentados e pensionistas, além das receitas próprias, recursos de recebíveis, como recursos do programa novo de securitização da dívida ativa e programas relacionados ao fundo imobiliário, ao fundo de bens que o estado tem, e que possam gerar receitas para o equilíbrio da previdência, seja com terras rurais, seja com imóveis que são disponibilizados para venda, para aluguel para a geração de receitas”, disse o governador.
Dias acrescenta que há ainda o acerto com Ministério da Fazenda e o INSS onde o estado tem compensações a receber. Também é preciso identificar todos os servidores que estão na folha de pagamento mas que são, pelo regramento, colocados no regime geral da previdência do INSS. "O Piauí quer ser um dos estados pioneiros nesse trabalho, para que tenhamos um plano com começo, meio e fim. Precisamos saber exatamente o tamanho do nosso déficit, ano a ano, e, a partir daí, ter um planejamento para, de forma organizada, encontrar uma solução", afirmou. 
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019 (Reforma da Previdência) está em fase de discussão na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A leitura do relatório na CCJ está marcada para o dia 28 de agosto e a votação na semana seguinte, dia 4 de setembro. Depois da votação na CCJ, a proposta ainda precisa passar por dois turnos de votação no plenário do Senado. Em cada um deles, são necessários, pelo menos, 49 votos para que o texto avance.


* Com informações da Ccom


Seis estados pedem ajuda das Forças Armadas para combater queimadas


Seis dos nove estados da Amazônia Legal já pediram a ajuda das Forças Armadas no combate aos focos de incêndio. As primeiras ações começaram neste sábado à tarde (24), em Rondônia.
Dois aviões modelo Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) sobrevoaram uma área de floresta próxima a Porto Velho. Segundo a FAB, as ações deste sábado (24) ainda não são parte do apoio oferecido pelo governo federal através da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o envio das Forças Armadas para combater focos de incêndio.
Em Belém está prevista uma reunião no domingo (25) entre representantes do governo do Pará e do Comando Militar do Norte. Eles vão definir as estratégias da ação conjunta dos Bombeiros e do Exército. As primeiras equipes devem ser deslocadas para combater os incêndios florestais em quatro municípios do sudeste do estado.
Na próxima terça (27), os governadores da região amazônica irão se reunir em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro. Esse foi um dos pedidos feitos pelos estados numa carta entregue na sexta-feira (23) à Presidência.
O documento alertou que as queimadas se agravam a cada dia por causa da velocidade do fogo, dificuldade de acesso às áreas atingidas e da falta de recursos para combater as chamas. Os governadores também pediram apoio para enfrentar o desmatamento ilegal e construir uma agenda para o desenvolvimento sustentável na região.
“É uma boa oportunidade de a gente unir as forças para uma estratégia de desenvolvimento, de geração de empregos e oportunidades. Não basta só se mobilizar um mês, dois, para combater as práticas ilegais e depois abrir a guarda e não ter alternativa para a população em termos de desenvolvimento”, disse o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT).
A parte brasileira da Amazônia inclui os sete estados do Norte, Mato Grosso e uma área do Maranhão. Amazonas, Amapá e Maranhão ainda não pediram ajudas das tropas.
De janeiro até agora, foram detectados mais de 57 mil focos de queimada na região, o dobro do registrado no mesmo período em 2018.
As tropas devem agir, especialmente, em áreas de fronteira e unidades de conservação. No Pará, os focos se concentram em áreas de expansão agropecuária perto da BR-163, onde também existem nove florestas e parques nacionais, além de duas terras indígenas.
Na manhã deste sábado, uma equipe da organização ambiental Greenpeace sobrevoou a região e flagrou várias áreas sendo queimadas.
No Amazonas, o fogo se espalhou por uma área próxima da rodovia Transamazônica, no município de Lábrea.
No Acre, o governo decretou situação de emergência. Há mais de um mês os moradores de Rio Branco acordam com a paisagem cinzenta.
Em Senador Guiomard, perto da capital, Bombeiros não conseguiram evitar que mais de dez hectares de mata fossem destruídos.
Em Mato Grosso, Bombeiros mantêm a vigilância no Parque Estadual Águas de Cuiabá. Uma aeronave lançou 20 mil litros de água para combater as chamas.
No Tocantins, helicópteros ajudaram os brigadistas a combater os focos de queimadas em uma serra na região de Palmas.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, ligou para o presidente Jair Bolsonaro e colocou à disposição 200 bombeiros para ajudar no combate aos focos de incêndios na Amazônia. E o Banco de Desenvolvimento da América Latina disse que vai doar cerca de 500 mil dólares para combater queimadas em países sul-americanos, entre eles Brasil e Bolívia.


Fonte: O Globo


Macron diz que debate sobre internacionalização da Amazônia está 'em aberto'

Presidente francês, Emmanuel Macron, dá entrevista coletiva após reunião do G7, em Biarritz, na França Foto: BERTRAND GUAY / AFP

Em meio à crise provocada pelas queimadas na Amazônia, o presidente francês, Emmanuel Macron, deixou " em aberto " o debate sobre a internacionalização jurídica da floresta .
— Associações, ONGs e também certos atores jurídicos internacionais levantaram a questão de saber se é possível definir um status internacional da Amazônia. Não é o caso de nossa iniciativa, hoje, mas é um verdadeiro caso que se coloca se um Estado soberano tomasse de maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta. Há todo um trabalho jurídico e político a ser feito. Mas creio poder dizer que as conversas que o presidente Sebastián Piñera  (Chile) teve com o presidente Jair Bolsonaro não vão nesse sentido. Acredito que ele tem consciência dessa importância. Em todo caso, tenho esta esperança. Mas é um tema que permanece em aberto e continuará a prosperar nos próximos meses e anos. A importância é tão grande no plano climático que não se pode dizer que “é apenas o meu problema”.
A declaração foi dada durante o anúncio para um acordo de 20 milhões de euros (pouco mais de R$ 90 milhões) para uma ajuda emergencial contra as  queimadas  na  Amazônia , no último dia do encontro do  G7 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá), em Biarritz, na França.
Mais tarde, a TV francesa exibiu nova entrevista com Macron em que ele critica Bolsonaro e reafirma que a França não assinará o acordo União Europeia-Mercosul se não houver mudanças.
Ainda no G-7, o líder francês acrescentou ainda que a ajuda virá respeitando a soberania de cada país da região, mas construindo uma governança que inclua diferentes atores.
— A Amazônia é uma floresta repartida entre nove Estados. Juridicamente falando, cada um é soberano. Devemos construir uma iniciativa que permitirá reflorestar a Amazônia, mas que seja respeitosa da soberania de cada um, do papel das regiões, e a Guiana Francesa será plenamente associada dos estados do Brasil, dos povos nativos, que são os que fazem viver essa floresta há milênios, e que não podem ser excluídos dessa transição. É preciso encontrar a boa governança — detalhou.



Fonte: O Globo

8/10/2019

"Bancada dos direitos humanos" agora é suspeita de envolvimento com o PCC




Marcel Van Hatten (Foto: Divulgação)
O jornalista Cláudio Humberto, do Diário do Poder, diz na sua coluna de hoje que o líder do Partido Novo  na Câmara Federal, Marcel Van Hatten( RS ), depois de ouvir gravação de membro de organização criminosa xingando Sérgio Moro, "agora entende por que muitos deputados da esquerda fazem obstrução a projetos contra a impunidade e por endurecimento das leis contra o crime organizado".

Está sob suspensão de ligação com o PCC, a maior organização criminosa do país, a chamada bancada dos "Direitos Humanos" e alguns parlamentares que são radicalmente contra o pacote anticrime do ministro Sérgio Moro.

Em discurso em que pede a abertura de uma CPI para apurar as atividades do crime organizado, o deputado Marcel Van Hatten denuncia a existência de parlamentares envolvidos com o crime organizado.

Deputado de primeiro mandato que tem se destacado, Van Hatten, afirmou: " temos um longo caminho pela frente para tirar os bandidos das ruas e vencer seus defensores na política, alguns também bandidos" 
* Com informações da Redação 


8/01/2019

Dallagnol buscou dados para ofensiva contra Toffoli: “Quem aposta que ele cai até o fim da Lava Jato?”



O presidente do STF, Dias Toffoli.NELSON JR
O procurador da República Deltan Dallagnol buscou ativamente informações e dados na investigação da Operação Lava Jato que pudessem constranger o ministro do Supremo Tribunal Federal, Antonio Dias Toffoli, em um momento em que o atual presidente da Corte começava a ser visto como um adversário pela operação. Ainda que ministros do Supremo não possam ser investigados por procuradores de primeira instância (como Dallagnol e seus colegas) —a Constituição determina que eles só podem ser investigados pelo Procurador-geral da República com autorização do próprio STF—, mensagens obtidas pelo site The Intercept Brasil e analisadas com a Folha de S. Paulo mostram que o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba solicitou informações sobre as finanças pessoais de Toffoli e sua mulher e a respeito de uma possível ligação de ambos com empreiteiras envolvidas com a corrupção na Petrobras.
A nova reportagem, feita com base no material vazado ao The Intercept e cuja origem está em investigação na Polícia Federal, acirra o embate entre os procuradores de Curitiba e o Supremo no dia da retomada dos trabalhos do Judiciário. O STF tem na fila de espera julgamentos a respeito da Lava Jato, o mais esperado deles o que retoma a análise do pedido da defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, que acusa o então juiz da Lava Jato —e também alvo dos vazamentos— Sergio Moro de parcialidade  Em declarações à Folha nesta quinta-feira, o ministro Gilmar Mendes afirmou que as revelações dos diálogos reforçam a certeza de que "o Brasil está diante da maior crise que se abateu sobre o aparato judicial desde a redemocratização". Segundo Mendes, as conversas provam que os procedimentos da Operação Lava Jato "atingiram, num só ato, dois pilares do sistema: a PGR e a Justiça Federal" e "e explicitam os abusos perpetrados pela denominada força-tarefa", além de reclamar "as providências cabíveis por parte de órgãos de supervisão e correição". "Como eu já havia apontado antes, não se trata apenas de um grupo de investigação, mas de um projeto de poder que também pensava na obtenção de vantagens pessoais", criticou Mendes.
As mensagens publicadas na nova reportagem também sugerem que, além de recorrer aos colegas para obter informações sobre Toffoli, Dallagnol sabia que a Receita Federal tinha dados sobre ele e sua cônjuge na Receita Federal, especificamente, sobre o escritório de advocacia de Roberta Rangel. Nesta quinta-feira, o ministro do Supremo Alexandre Moraes determinou a suspensão da investigação na Receita Federal sobre 133 contribuintes, entre os quais Gilmar Mendes e Roberta Rangel, e mandou afastar dois servidores do órgão que atuaram nessa investigação.
O procurador pôs a mira sobre o ministro do STF em julho de 2016, quando a empreiteira OAS negociava um acordo para colaborar com a Lava Jato em troca de benefícios penais para seus executivos. Poucos meses antes, Toffoli tomou duas decisões no Supremo que contrariaram os interesses da Lava Jato: votou para afastar de Curitiba as investigações sobre corrupção na Eletronuclear e soltou o ex-ministro petista Paulo Bernardo, poucos dias após sua prisão pelo braço da Lava Jato em São Paulo.
De acordo com a reportagem de The Intercept e da Folha, no dia 13 de julho, Dallagnol perguntou aos procuradores que negociavam com a OAS: "Caros, a OAS trouxe a questão do apto do Toffoli?". O promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes, de Brasília, respondeu que não. Duas semanas depois, Dallagnol procurou Eduardo Pelella, chefe do gabinete do então procurador-geral Rodrigo Janot, para repassar informações que apontavam Toffoli como sócio de um primo num resort no interior do Paraná e perguntar sobre "o apartamento que foi reformado". Pelella passou-lhe, então, o endereço da casa de Toffoli. “Sei que o competente é o PGR rs, mas talvez possa contribuir com vocês com alguma informação [sobre Toffoli], acessando umas fontes”, ofereceu-se Dallagnol na conversa com Pelella.
Dallagnol interessou-se no imóvel porque, nas primeiras reuniões com os procuradores da Lava Jato, os advogados da OAS contaram que a empreiteira havia participado de uma reforma na casa de Toffoli em Brasília. Os serviços tinham sido executados por outra empresa indicada pela construtora ao ministro, e ele fora o responsável pelo pagamento. O ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que disse ter tratado do assunto com Toffoli e era réu em vários processos da Lava Jato, afirmou a seus advogados que não havia nada de errado na reforma, mas o caso despertou a curiosidade dos procuradores mesmo assim.   
Quando a revista Veja publicou, em agosto de 2016, uma reportagem de capa sobre o imóvel de Toffoli, indicando a delação de Leo Pinheiro como fonte das informações. O vazamento causou um mal estar no STF e levou a Procuradoria-Geral da República a suspender as negociações com a OAS, para evitar conflitos prejudicariam o andamento de outras investigações. “Qdo chega no judiciário, eles se fecham”, reagiu Dallagnol no chat com os colegas um dia após a publicação da reportagem sobre Toffoli. “Corrupção para apurar é a dos outros.” Até hoje a delação de Leo Pinheiro, da OAS, está pendente de homologação do Supremo.
Em outro momento, o procurador Orlando Martello sugeriu que os colegas pedissem à Secretaria de Pesquisa e Análise (SPEA) da Procuradoria-Geral da República um levantamento sobre pagamentos da OAS ao escritório da mulher de Toffoli. "A respeito do Toffoli, peçam pesquisa para a Spea de pagamentos da OAS para o escritório da esposa do rapaz q terão mais alguns assuntos para a Veja”, disse no Telegram. “Não é nada relevante, mas acho q da uns 500 mil”. Em resposta ao colega, Dallagnol disse que a Receita Federal já pesquisava o tema, mas que ele desconhecia os pagamentos que teriam sido feitos pela OAS. “A RF tá olhando", escreveu. “Mas isso eu não sabia”.
Quando o também ministro do STF Gilmar Mendes saiu em defesa de Toffoli, após a publicação da Veja, Dallagnol voltou a procurar Orlando Martello em busca de novidades sobre a mulher de Toffoli e sugeriu que ele também buscasse informações sobre a mulher de Gilmar, Guiomar Mendes. “Tem uma conversa de que haveria recebimentos cruzados pelas esposas do Toffoli e Gilmar”, escreveu Dallagnol. “Tem mta especulação. Temos a prova disso na nossa base? Vc teve contato com isso?”. Martello negou as suspeitas, mas passou informações sobre a atuação do escritório da mulher de Toffoli na defesa da empreiteira Queiroz Galvão, no Tribunal de Contas da União. O informante de Martello, não identificado na conversa, dizia ter encontrado uma procuração na qual apareciam Toffoli e a esposa como representantes da empresa no TCU e sugeria que essa ligação obrigava o ministro a se afastar dos processos da Lava Jato.
De fato, Toffoli e a mulher foram sócios do escritório de advocacia até 2007, quando ele saiu para assumir a chefia da Advocacia-Geral da União. Em fevereiro de 2019, O Estado de São Paulo publicou que tanto a esposa de Toffoli unto a de Gilmar Mendes foram alvo da Receita Federal: elas fizeram parte de um grupo de 134 contribuintes investigados por uma equipe especial criada pelo fisco em 2017.
Em 14 de novembro de 2016, Dallagnol fez uma brincadeira com a possibilidade de Toffoli ser enquadrado pela força-tarefa da Operação. “Quem aposta que Toffoli cai até o fim da LJ? Por enquanto a aposta de que cai para mais, mas a coisa pode se inverter kkkk”, escreveu aos colegas do grupo Filhos do Januario 1, no Telegram.
Outros alvos
As mensagens obtidas também mostram que Dallagnol usou a delação da OAS para tentar barrar a indicação do ministro do Superior Tribunal de Justiça Humberto Martins para para a vaga aberta no STF com a morte de Teori Zavascki em 2017. Martins foi mencionado na delação de Léo Pinheiro, e Dallagnol voltou a procurar o assessor de Rodrigo Janot para que o procurador-geral alertasse o então presidente Michel Temer sobre o fato. “É importante o PGR levar ao Temer a questão do Humberto Martins, que é mencionado na OAS como recebendo propina…”, disse Dallagnol ao colega. “Deixa com ‘nós'”, respondeu Pelella.
À Folha, Martins disse nesta quinta-feira que os procuradores "passaram de todos os limites" e que ele sempre julgou contra os interesses da OAS no STJ. "O objetivo deles era me tirar [da disputa pela vaga no Supremo]. Mas quem sou eu para ir para o STF? Um simples mortal. Nunca disputei, nunca pedi, nunca quis isso", afirmou.
Em nota, a força-tarefa da Lava Jato afirma que Dallagnol "nunca solicitou à Receita Federal que investigasse ministros do Supremo Tribunal Federal ou familiares e tampouco orientou os trabalhos do órgão, sequer tendo conhecimento de quem são os auditores responsáveis por eventual ação". Os investigadores salientam que suas ações restringiram-se ao escopo de sua competência, ou seja, a primeira instância do Judiciário. "As informações sobre detentores de foro privilegiado que chegaram ao grupo sempre foram repassadas à Procuradoria-Geral da República, como determina a lei. Algumas dessas informações chegaram à força-tarefa porque ela desempenha o papel de auxiliar da PGR na elaboração de acordos, mas nunca por causa de investigações", acrescenta a nota.

Fonte: El País

62,8% são contra Eduardo Bolsonaro na embaixada nos EUA e 81,8% se opõem a garimpo em área indígena





“Vou nomear, sim. E quem disser que não vai mais votar em mim, lamento”, repetiu Jair Bolsonaro no mês passado, em uma das inúmeras vezes em que teve de defender sua decisão de indicar o filho Eduardo, de 35 anos, para posto de embaixador nos Estados Unidos. A resistência ao desejo do mandatário, que aparecia em comentários nas redes sociais e nas declarações até de aliados, agora tem uma cifra: 62,8% dos brasileiros, segundo uma pesquisa inédita da consultoria Atlas Político, se opõem a que Eduardo deixe seu mandato de deputado para assumir um dos cargos mais nobres da diplomacia brasileira —o que para ser tornar efetivo ainda depende da aprovação do Senado. Outros 29,1% se dizem favoráveis e 8,1% não quiseram ou não souberam responder.

O levantamento, com 2.000 entrevistados recrutados pela Internet e com dois pontos percentuais de margem de erro, foi feito entre o último domingo e segunda-feira, 28 e 29 de julho, e registra uma oposição da opinião pública ainda maior quando o tema é exploração de reservas indígenas e ambientais na Amazônia, outro tema caro ao presidente. Na pesquisa, nada menos que 81,8% de dizem contra a extração de madeira e minério nas áreas protegidas da floresta, contra apenas 12,9% que se dizem a favor

A pesquisa também mostra estabilidade para a aprovação de Jair Bolsonaro, que acaba de completar 200 dias na presidência. Sua aprovação está em 31%, em comparação aos 30,4% medidos pelo Atlas Político em junho. Já a desaprovação teve um pequeno repique, passando de 37,4% em junho para 39,3% agora. Pela primeira vez, há empate técnico entre quem tem imagem negativa de Bolsonaro (46,8%) e positiva (46,2%).]
"Uma boa porção de pessoas, mesmo entre os que têm imagem positiva de Bolsonaro ou são de sua base fiel, começa a discordar do presidente em assuntos pontuais, como no caso da Amazônia", diz Andrei Roman, do Atlas Político. Para o cientista político, ainda é cedo para saber se essas questões, como meio ambiente ou a escolha do filho para embaixada, tem potencial para minar seu apoio de forma mais significativa no médio prazo.


Mensagens publicadas pelo 'The Intercept' e outros veículos

Como em junho, o Atlas Político também perguntou se os entrevistados tomaram conhecimento das publicações do The Intercept com mensagens entre os procuradores da Operação Lava Jato e o então juiz Sergio Moro: 78,6% disseram saber sobre o tema. O ministro da Justiça, aliás, segue como o político mais popular do país (com 51,1% de imagem positiva), ainda que a imagem negativa tenha tido leve alta (40,8%). Há um empate entre os que consideram que Moro cometeu abusos no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (44,4%), condenado por ele, e os que não creem nisso (43,8%). A maioria (55,3%), no entanto, considera que é "incorreto" que um juiz converse de forma privada com uma das partes do processo, como aparece nas mensagens.
Para 45,6%, os jornalistas que divulgaram as mensagens não devem ter nenhum tipo de punição.   Ante as insinuações e ameaças do presidente Jair Bolsonaro contra o jornalista Glenn Greenwald, fundador do The Intercept, 47,8% são contra a deportação do jornalista, contra 27,9% que são a favor.