8/26/2019

Seis estados pedem ajuda das Forças Armadas para combater queimadas


Seis dos nove estados da Amazônia Legal já pediram a ajuda das Forças Armadas no combate aos focos de incêndio. As primeiras ações começaram neste sábado à tarde (24), em Rondônia.
Dois aviões modelo Hércules da Força Aérea Brasileira (FAB) sobrevoaram uma área de floresta próxima a Porto Velho. Segundo a FAB, as ações deste sábado (24) ainda não são parte do apoio oferecido pelo governo federal através da Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Nesta sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro autorizou o envio das Forças Armadas para combater focos de incêndio.
Em Belém está prevista uma reunião no domingo (25) entre representantes do governo do Pará e do Comando Militar do Norte. Eles vão definir as estratégias da ação conjunta dos Bombeiros e do Exército. As primeiras equipes devem ser deslocadas para combater os incêndios florestais em quatro municípios do sudeste do estado.
Na próxima terça (27), os governadores da região amazônica irão se reunir em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro. Esse foi um dos pedidos feitos pelos estados numa carta entregue na sexta-feira (23) à Presidência.
O documento alertou que as queimadas se agravam a cada dia por causa da velocidade do fogo, dificuldade de acesso às áreas atingidas e da falta de recursos para combater as chamas. Os governadores também pediram apoio para enfrentar o desmatamento ilegal e construir uma agenda para o desenvolvimento sustentável na região.
“É uma boa oportunidade de a gente unir as forças para uma estratégia de desenvolvimento, de geração de empregos e oportunidades. Não basta só se mobilizar um mês, dois, para combater as práticas ilegais e depois abrir a guarda e não ter alternativa para a população em termos de desenvolvimento”, disse o governador do Amapá, Waldez Góes (PDT).
A parte brasileira da Amazônia inclui os sete estados do Norte, Mato Grosso e uma área do Maranhão. Amazonas, Amapá e Maranhão ainda não pediram ajudas das tropas.
De janeiro até agora, foram detectados mais de 57 mil focos de queimada na região, o dobro do registrado no mesmo período em 2018.
As tropas devem agir, especialmente, em áreas de fronteira e unidades de conservação. No Pará, os focos se concentram em áreas de expansão agropecuária perto da BR-163, onde também existem nove florestas e parques nacionais, além de duas terras indígenas.
Na manhã deste sábado, uma equipe da organização ambiental Greenpeace sobrevoou a região e flagrou várias áreas sendo queimadas.
No Amazonas, o fogo se espalhou por uma área próxima da rodovia Transamazônica, no município de Lábrea.
No Acre, o governo decretou situação de emergência. Há mais de um mês os moradores de Rio Branco acordam com a paisagem cinzenta.
Em Senador Guiomard, perto da capital, Bombeiros não conseguiram evitar que mais de dez hectares de mata fossem destruídos.
Em Mato Grosso, Bombeiros mantêm a vigilância no Parque Estadual Águas de Cuiabá. Uma aeronave lançou 20 mil litros de água para combater as chamas.
No Tocantins, helicópteros ajudaram os brigadistas a combater os focos de queimadas em uma serra na região de Palmas.
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, ligou para o presidente Jair Bolsonaro e colocou à disposição 200 bombeiros para ajudar no combate aos focos de incêndios na Amazônia. E o Banco de Desenvolvimento da América Latina disse que vai doar cerca de 500 mil dólares para combater queimadas em países sul-americanos, entre eles Brasil e Bolívia.


Fonte: O Globo


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