Presidente francês, Emmanuel Macron, dá entrevista coletiva após reunião do G7, em Biarritz, na França Foto: BERTRAND GUAY / AFP |
Em meio à crise provocada
pelas queimadas na Amazônia, o presidente francês, Emmanuel Macron, deixou
" em aberto " o debate sobre a internacionalização
jurídica da floresta .
— Associações, ONGs e também
certos atores jurídicos internacionais levantaram a questão de saber se é
possível definir um status internacional da Amazônia. Não é o caso de nossa
iniciativa, hoje, mas é um verdadeiro caso que se coloca se um Estado soberano
tomasse de maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o
planeta. Há todo um trabalho jurídico e político a ser feito. Mas creio poder
dizer que as conversas que o presidente Sebastián Piñera (Chile) teve
com o presidente Jair Bolsonaro não vão nesse sentido. Acredito que ele tem
consciência dessa importância. Em todo caso, tenho esta esperança. Mas é um
tema que permanece em aberto e continuará a prosperar nos próximos meses e
anos. A importância é tão grande no plano climático que não se pode dizer que
“é apenas o meu problema”.
A declaração foi dada
durante o anúncio para um acordo de 20 milhões de euros (pouco mais de R$
90 milhões) para uma ajuda emergencial contra as queimadas na Amazônia ,
no último dia do encontro do G7 (Estados Unidos, França, Reino
Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá), em Biarritz, na França.
Mais tarde, a TV francesa
exibiu nova entrevista com Macron em que ele critica Bolsonaro e reafirma
que a França não assinará o acordo União Europeia-Mercosul se não houver
mudanças.
Ainda no G-7, o líder
francês acrescentou ainda que a ajuda virá respeitando a soberania de cada país
da região, mas construindo uma governança que inclua diferentes atores.
— A Amazônia é uma floresta
repartida entre nove Estados. Juridicamente falando, cada um é soberano.
Devemos construir uma iniciativa que permitirá reflorestar a Amazônia, mas que
seja respeitosa da soberania de cada um, do papel das regiões, e a Guiana
Francesa será plenamente associada dos estados do Brasil, dos povos nativos,
que são os que fazem viver essa floresta há milênios, e que não podem ser
excluídos dessa transição. É preciso encontrar a boa governança — detalhou.
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