8/26/2019

Macron diz que debate sobre internacionalização da Amazônia está 'em aberto'

Presidente francês, Emmanuel Macron, dá entrevista coletiva após reunião do G7, em Biarritz, na França Foto: BERTRAND GUAY / AFP

Em meio à crise provocada pelas queimadas na Amazônia, o presidente francês, Emmanuel Macron, deixou " em aberto " o debate sobre a internacionalização jurídica da floresta .
— Associações, ONGs e também certos atores jurídicos internacionais levantaram a questão de saber se é possível definir um status internacional da Amazônia. Não é o caso de nossa iniciativa, hoje, mas é um verdadeiro caso que se coloca se um Estado soberano tomasse de maneira clara e concreta medidas que se opõem ao interesse de todo o planeta. Há todo um trabalho jurídico e político a ser feito. Mas creio poder dizer que as conversas que o presidente Sebastián Piñera  (Chile) teve com o presidente Jair Bolsonaro não vão nesse sentido. Acredito que ele tem consciência dessa importância. Em todo caso, tenho esta esperança. Mas é um tema que permanece em aberto e continuará a prosperar nos próximos meses e anos. A importância é tão grande no plano climático que não se pode dizer que “é apenas o meu problema”.
A declaração foi dada durante o anúncio para um acordo de 20 milhões de euros (pouco mais de R$ 90 milhões) para uma ajuda emergencial contra as  queimadas  na  Amazônia , no último dia do encontro do  G7 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Japão, Itália e Canadá), em Biarritz, na França.
Mais tarde, a TV francesa exibiu nova entrevista com Macron em que ele critica Bolsonaro e reafirma que a França não assinará o acordo União Europeia-Mercosul se não houver mudanças.
Ainda no G-7, o líder francês acrescentou ainda que a ajuda virá respeitando a soberania de cada país da região, mas construindo uma governança que inclua diferentes atores.
— A Amazônia é uma floresta repartida entre nove Estados. Juridicamente falando, cada um é soberano. Devemos construir uma iniciativa que permitirá reflorestar a Amazônia, mas que seja respeitosa da soberania de cada um, do papel das regiões, e a Guiana Francesa será plenamente associada dos estados do Brasil, dos povos nativos, que são os que fazem viver essa floresta há milênios, e que não podem ser excluídos dessa transição. É preciso encontrar a boa governança — detalhou.



Fonte: O Globo

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