11/27/2015

estação Cocal

Edson Ribeiro deixa PF e vai para a cela especial, sem grade, no Rio

Voz de advogado de Cerveró aparece em gravação de áudio da Lava Jato.
Em depoimento, Ribeiro alegou inocência, segundo seu advogado.

Daniel SilveiraDo G1 Rio
O advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, deixou a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro por volta das 20h desta sexta-feira (27). Ele foi levado, primeiramente, para o Presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte do Rio, e de lá foi transferido para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, localizada em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da capital fluminense, onde chegou por volta das 22h.
A transferência foi determinada depois que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido apresentado pela defesa de Edson Ribeiro de revogação da prisão. Na mesma decisão, porém, o magistrado atendeu um pedido alternativo da defesa, autorizando a transferência de Ribeiro para uma Sala de Estado Maior.
Caso não houvesse disponibilidade de uma Sala de Estado Maior, Ribeiro poderia ficar em prisão domiciliar. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap), a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira possui o espaço.
A Sala de Estado Maior consiste num ambiente separado, sem grades, localizado em unidades prisionais ou em batalhões da Polícia Militar, que tenha instalações e comodidades adequadas à higiene e à segurança do advogado.
Preso no aeroporto
Ribeiro foi preso na manhã desta sexta ao desembarcar no Rio de Janeiro, ao voltar de uma viagem a Miami. Ele foi gravado numa suposta tentativa de evitar delação premiada de seu cliente dentro da Operação Lava Jato e tramar plano de fuga para Cerveró.
Em depoimento à Polícia Federal, ele disse ser inocente. Segundo um de seus advogados, Carlo Luchione, a "estratégia defensiva" de Ribeiro "foi mal interpretada pela acusação".
A prisão foi pedida pela Procuradoria Geral da República, que viu indícios de crime de embaraçar investigação sobre organização criminosa e patrocínio infiel na atuação do advogado [trair o dever profissional, prejudicando interesse do cliente].

Permissão para advogar suspensa
Horas depois da prisão de Edson Ribeiro, a seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) suspendeu preventivamente a permissão dele para advogar.
A suspensão foi determinada depois que o presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, enviou ofício à seccional do Distrito Federal da entidade solicitando a abertura de um procedimento ético-disciplinar para apurar a conduta do advogado. Ribeiro pode vir até o registro profissional cassado.

O advogado Bruno Espinheira, um dos defensores que representa Ribeiro em Brasília, disse que decisão de suspender a permissão de Ribeiro da OAB-RJ é "equivocada" e "precipitada".
"A gente imaginou que isso acontecer, mas não com essa agilidade", afirmou à TV Globo, acrescentando que o cliente deveria ter sido ouvido antes.

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