Edson Ribeiro deixa PF e vai para a cela especial, sem grade, no Rio
Voz de advogado de Cerveró aparece em gravação de áudio da Lava Jato.
Em depoimento, Ribeiro alegou inocência, segundo seu advogado.
O advogado do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Edson Ribeiro, deixou a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro por volta das 20h desta sexta-feira (27). Ele foi levado, primeiramente, para o Presídio Ary Franco, em Água Santa, Zona Norte do Rio, e de lá foi transferido para a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, localizada em Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste da capital fluminense, onde chegou por volta das 22h.
A transferência foi determinada depois que o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou pedido apresentado pela defesa de Edson Ribeiro de revogação da prisão. Na mesma decisão, porém, o magistrado atendeu um pedido alternativo da defesa, autorizando a transferência de Ribeiro para uma Sala de Estado Maior.
Caso não houvesse disponibilidade de uma Sala de Estado Maior, Ribeiro poderia ficar em prisão domiciliar. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (Seap), a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira possui o espaço.
A Sala de Estado Maior consiste num ambiente separado, sem grades, localizado em unidades prisionais ou em batalhões da Polícia Militar, que tenha instalações e comodidades adequadas à higiene e à segurança do advogado.
Preso no aeroporto
Ribeiro foi preso na manhã desta sexta ao desembarcar no Rio de Janeiro, ao voltar de uma viagem a Miami. Ele foi gravado numa suposta tentativa de evitar delação premiada de seu cliente dentro da Operação Lava Jato e tramar plano de fuga para Cerveró.
Em depoimento à Polícia Federal, ele disse ser inocente. Segundo um de seus advogados, Carlo Luchione, a "estratégia defensiva" de Ribeiro "foi mal interpretada pela acusação".
A prisão foi pedida pela Procuradoria Geral da República, que viu indícios de crime de embaraçar investigação sobre organização criminosa e patrocínio infiel na atuação do advogado [trair o dever profissional, prejudicando interesse do cliente].
Permissão para advogar suspensa
Horas depois da prisão de Edson Ribeiro, a seccional do Rio de Janeiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) suspendeu preventivamente a permissão dele para advogar.
A suspensão foi determinada depois que o presidente da OAB Nacional, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, enviou ofício à seccional do Distrito Federal da entidade solicitando a abertura de um procedimento ético-disciplinar para apurar a conduta do advogado. Ribeiro pode vir até o registro profissional cassado.
O advogado Bruno Espinheira, um dos defensores que representa Ribeiro em Brasília, disse que decisão de suspender a permissão de Ribeiro da OAB-RJ é "equivocada" e "precipitada".
"A gente imaginou que isso acontecer, mas não com essa agilidade", afirmou à TV Globo, acrescentando que o cliente deveria ter sido ouvido antes.
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