7/15/2023

Saiba o que é 'greedflation', a inflação gerada pela ganância de empresas, e por que a ideia é controversa


De 2021 para cá, a inflação nos Estados Unidos e na Europa atingiu níveis bem mais elevados do que a média das últimas décadas: o índice nos EUA chegou a bater em 8,6%, e, na zona do euro, passou de 7%.

Nos veículos de imprensa estrangeiros surgiu uma nova explicação para esses índices de preços: a inflação estaria sendo acelerada pela ganância das empresas, que conseguiram aumentar preços sem perder margens de lucro --ou seja, as vendas não caíram.

A esse conceito se deu o nome de “greedflation”, um neologismo de composição que junta “greed” (ganância) e inflação.

A ideia é que as empresas que têm poder de mercado tiraram vantagem dessa força e aumentaram preços para além do que seria razoável. Isso, no entanto, é controverso.

Modelo de estudos econômicos

Nas aulas de economia, os modelos de estudo mais simples preveem que os mercados são plenamente competitivos –ou seja, nenhum agente econômico consegue, sozinho, estabelecer um preço; e todos, empresas e consumidores, estão sujeitos às curvas de oferta e demanda.

Nesses modelos, se o preço de um bem está muito alto, mais empresas vão começar a ofertar esse mesmo produto, e o preço vai voltar ao equilíbrio.

E o que causaria a inflação, por esses modelos? As explicações mais comuns são as seguintes:

Pressões de oferta (por exemplo, se uma seca destruiu a lavoura de tomate, haverá menos oferta, e o preço vai subir).

Pressões de demanda (se todos quiserem comprar tomates, o preço do tomate vai subir).

Teoria quantitativa da moeda (há excesso de dinheiro em circulação, o que faz com que o dinheiro perca valor –por exemplo, na Argentina, o governo emite muita moeda).

No entanto, no mundo real, os mercados não são plenamente competitivos. Algumas empresas têm uma fatia tão grande das vendas de um produto que conseguem, sozinhas, estabelecer os preços --isso que é a concentração de mercado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário