2/13/2017

Estação Cocal

No RS, agências estão cheias de carteiras de trabalho esquecidas

Cinco mil estão guardadas à espera dos donos há anos.
Diretor do FGTS atribui abandono à falta de perspectiva de emprego.







As agências de emprego do Rio Grande do Sul estão lotadas de carteiras de trabalho novas que os donos não vão buscar. E não foi só por esquecimento.
Em tempos de desemprego alto, as agências que fazem o encaminhamento junto ao Ministério do Trabalho estão sempre cheias.
O Leonardo fez 18 anos e correu para fazer a carteira de trabalho dele.
“Pra ver se consigo arrumar um emprego bom aí pra seguir a vida, né?”, diz Leonardo de Souza, estudante.
Muitas pessoas querem fazer a carteira de trabalho. Em uma agência no centro de Porto Alegre, são cerca de 400 atendimentos por dia. O problema é que muita gente não aparece depois para buscar o documento.
Nas agências de Atendimento ao Cidadão da capital gaúcha, quase seis mil carteiras estão guardadas em gavetas. Algumas esperam os donos há seis anos. O diretor técnico da Fundação Gaúcha do Trabalho atribui esse abandono à falta de perspectiva de um emprego e também ao aumento do trabalho informal. Só em 2016, dois mil trabalhadores passaram para esse mercado no Rio Grande do Sul e 63 mil vagas formais foram fechadas.
“O trabalhador tem que ter a sua carteira de trabalho em mãos sempre, mesmo que num determinado momento não tenha um emprego formal, mas ele tem que ter a carteira porque a qualquer momento ele pode ser chamado para uma vaga de trabalho e tendo a carteira em mãos ele tem esse documento já para ingressar na sua vaga de trabalho e tudo que depende para a aposentadoria e outras coisas mais e outros momentos a carteira de trabalho vale para isso”, explica diretor técnico da FGTS Darci Cunha.
A Patrícia garante que com ela vai ser diferente. De olho num emprego com carteira assinada, daqui alguns dias, ela está de volta para retirar o documento.
“Tem que vir buscar, né? Deus o livre porque é um trabalhão pra eles fazer, de depois não vir buscar. Ninguém é bobo, né?”, diz Patrícia Silva da Rosa, desempregada.

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