O Palácio do Planalto já começa a demonstrar incômodo com o voo solo do presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, que tem negociado diretamente com governadores liberação de financiamento para os Estados.

Esse movimento do presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social tem sido criticado por aliados do presidente Michel Temer, inclusive pelo presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A percepção é que nesse movimento individual, Rabello de Castro não capitaliza as ações de governo em favor de Temer, que tem priorizado esforços para aprovar a reforma da Previdência.

Outro incômodo é que o presidente do BNDES teve seu nome colocado como pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSC.  “Rabello de Castro não está em sintonia com as ações do governo. Faz uma ação individual”, reclamou um interlocutor próximo de Temer.
Atualização de 12h25: Em mensagem enviada ao blog agora há pouco, o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, fez as seguintes considerações a respeito do conteúdo desta nota:
1 – O BNDES não decide apoios financeiros por critérios políticos, pois isso seria sua ruína como banco de desenvolvimento. 
2 – São as equipes técnicas do Banco que conversam com as equipes técnicas de estados e municípios, com vistas à renegociação de dívidas. 
3 – A repactuação ocorrida em dezembro se refere ao previsto na Lei Complementar 156/2016, promovida pelo próprio presidente Michel Temer, e seu primeiro êxito é justamente contribuir para ajustar as finanças dos estados. 
4 – Foi o presidente Michel Temer que promoveu um jantar em junho de 2017 com todos os governadores e o BNDES, para discutir e fortalecer a repactuação de dívidas agora ocorrida. 
5 – O presidente do BNDES é governo e, como economista e cidadão brasileiro, apoia a reforma da Previdência desde os anos 80. Provavelmente sou quem mais tem defendido essa medida por mais de três décadas.