Análises laboratoriais
realizadas por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) em
amostras do óleo que já atingiu mais de 150 praias do Nordeste brasileiro
corroboram a informação de que o material contaminante tem “forte correlação”
com produto extraído na Venezuela.
Em parceria com
especialistas da Universidade Federal de Sergipe (UFS), os pesquisadores do
Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo, Energia e Meio Ambiente do
Instituto de Geociências da Ufba recolheram 27 amostras de resíduos ao longo do
litoral do Sergipe e da Bahia. Nove destas amostras foram submetidas a
minuciosas análises geoquímicas.
A conclusão dos
especialistas é de que o óleo analisado tem correlação com um dos tipos de
petróleo produzido no país vizinho. Segundo os pesquisadores, nenhuma das
variedades de petróleo produzidas no Brasil apresenta características
semelhantes às encontradas nas amostras analisadas. A análise dos pesquisadores
é compatível com a análise que a Petrobras fez.
Segundo os acadêmicos, o trabalho
em laboratório permite identificar compostos químicos que são como uma espécie
de impressão digital ou marca de procedência, pois revelam características
físicas e químicas do material que se formam única e exclusivamente no local de
onde foi extraído. São os chamados biomarcadores, identificados por meio da
geoquímica forense.
“Através dos resultados das
análises dos biomarcadores e dos isótopos estáveis de carbono, observou-se uma
forte correlação do óleo derramado no mar com um dos tipos de petróleo
produzido na Venezuela”, informa a UFBA, em nota. “Constatou-se ainda que
nenhum dos petróleos gerados por matéria orgânica marinha produzidos no Brasil
apresenta tal distribuição de biomarcadores e razão de isótopos de carbono”,
acrescenta a universidade.
A associação entre o
petróleo venezuelano e a substância que já poluiu trechos do litoral de
Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do
Norte e Sergipe, tinha origem em estudos da Petrobras e chegou a ser mencionada
pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Agência Brasil
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário