Resultado de professora no Google |
Depois que causou polêmica
na internet o fato de as palavras professora e prostituta aparecerem
relacionadas em definição do site de buscas Google a Confederação Nacional
dos Trabalhadores em Educação (CNTE) questionará o site de buscas.
A confederação também vai
notificar a editora Positivo e demais responsáveis publicação do Novo
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, onde o termo professora também é
relacionado a "prostituta com quem adolescentes se iniciam na vida
sexual".
A CNTE representa 4,5
milhões de profissionais que atuam nas escolas públicas do país e publicou nota
sobre o assunto. Confira na íntegra:
"A
Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, entidade representativa de
mais de 4,5 milhões de profissionais que atuam nas escolas públicas do país,
vem a público informar que notificará a empresa multinacional de serviços
online Google e a editora Positivo e demais responsáveis pela publicação do
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, em razão da definição empregada
ao substantivo feminino “professora” em suas respectivas publicações.
O
dicionário assinado pelo escritor Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, define
assim a palavra professora: “[…] 1. Mulher que ensina ou exerce o professorado;
mestra. 2. Bras. N.E. Pop. Prostituta com que adolescentes se iniciam na vida
sexual […]”. Por sua vez, a empresa Google reproduz essa mesma definição em seu
serviço de consulta online, copiando do Novo Dicionário
Aurélio,
uma vez que a mesma não possui dicionário próprio e tão somente disponibiliza
informações advindas de outras fontes.
Em
consulta a outros dicionários de renome da Língua Portuguesa, a CNTE não
encontrou a definição pejorativa à palavra “professora”. Os verbetes até então
consultados fazem referência às aptidões da profissão de educadora.
Mesmo
em respeito às prostitutas brasileiras, que tentam se organizar numa categoria
profissional, a CNTE considera inapropriado, machista e misógino confundir a
definição gramatical (ainda que em contexto de expressão popular, como sugere o
dicionário Aurélio) das palavras “professora” com “prostituta”. O mesmo não
ocorre, por exemplo, no verbete sobre “professor”, onde tanto o dicionário
Aurélio como o Google denominam como alguém que exerce atividades com
estudantes, que ensina, leciona, detém conhecimento, saber etc. Porém, ao
tratar o gênero feminino da mesma profissão, verifica-se a associação imprópria
de condutas sexuais, o que, inexoravelmente, denuncia a cultura do machismo, o
sexismo, a desvalorização e o preconceito contra as mulheres.
Em
razão do exposto, a CNTE reitera sua repulsa aos termos machistas utilizados
tanto pelo dicionário Aurélio – uma das referências de nossa literatura –
quanto pelo Google, este último por não adotar filtros em suas publicações,
devendo ambos os responsáveis serem notificados extrajudicialmente e
judicialmente, se necessário, para que revejam suas publicações.
Brasília,
22 de outubro de 2019
Diretoria
da CNTE”
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