8/30/2013

Aliança PT-PMDB passa por indefinições em estados estratégicos

Murillo de Aragão
Importantes líderes do PT e PMDB realizaram um encontro em Brasília, onde foi avaliado o relacionamento entre os dois partidos nos estados. Participaram o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT-SP), os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente nacional do PMDB em exercício, senador Valdir Raupp (RO), o líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), e o do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM). Também estiveram presentes os senadores Jader Barbalho (PMDB-PA), Romero Jucá (PMDB-RR), Eunício Oliveira (PMDB-CE) e Wellington Dias (PT-PI).
A principal avaliação dos líderes petistas e peemedebistas é que o maior problema da aliança nacional entre os dois partidos localiza-se no Rio de Janeiro, onde o governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), que está politicamente desgastado, deseja fazer o vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ), seu sucessor. O problema é que o PT dificilmente abrirá mão da candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) ao Palácio Guanabara.
Como Pezão não “decolou” ainda nas pesquisas, até mesmo a troca da candidatura do vice-governador pela do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame (PMDB), é cogitada. E como PT e PMDB não devem abrir mão de ter candidatura próprio ao governo fluminense, começa a ser especulada a possibilidade de um palanque duplo para a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) no estado em 2014.
A situação do Rio de Janeiro é a que mais preocupa os defensores da reedição da aliança nacional PT e PMDB em 2014, pois o estado tem o maior número de votos na Convenção Nacional do PMDB, que tem o poder de aprovar ou não novamente a coligação entre petistas e peemedebistas em nível nacional.


Também há problemas regionais entre PMDB e PT na Bahia, no Rio Grande do Sul, no Ceará, no Paraná, em Pernambuco e Minas Gerais. Nesses estados, a maior tensão ocorre na Bahia, onde o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB-BA) será candidato ao governo baiano contra o representante do governo, Jaques Wagner (PT). Geddel, além de ser contra a reedição da aliança nacional entre os dois partidos, ainda pode negociar um acordo local com PSDB e DEM.
No Rio Grande do Sul, estado em que PT e PMDB são adversários históricos, não há possibilidade de os dois partidos estarem juntos na mesma aliança. No entanto, assim como pode ocorrer no Rio de Janeiro, existe a possibilidade de um palanque duplo para Dilma se o PMDB gaúcho apoiar a reeleição da presidente. O candidato do PT ao governo gaúcho será Tarso Genro, que busca a reeleição. O PMDB ainda não definiu seu candidato, que pode ser o ex-prefeito de Caxias do Sul José Ivo Sartori.
No Ceará também há indefinição. O PMDB deve lançar a candidatura do senador Eunício Oliveira à sucessão do governador Cid Gomes (PSB), que não poderá sair candidato à reeleição. No entanto, uma aliança local com o PT ainda é incerta. De um lado, a ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins defende uma candidatura própria petista. De outro, o deputado federal José Guimarães quer um entendimento com o PMDB. Outro fator importante será o posicionamento de Cid Gomes.
No Paraná, a indefinição se concentra no PMDB. Uma ala do partido quer a candidatura do senador Roberto Requião (PMDB-PR) ao governo do estado. Outro setor, liderado por Orlando Pessuti (PMDB-PR), defende uma aliança com o PT. Sem falar na bancada estadual, alinhada com o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).


Fonte: O Globo

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