5/24/2014

NA CBN

Resumo comentado das principais notícias da semana


Prévia da inflação desacelera no mês – O IPCA-15 mostrou desaceleração da inflação mensal, que passou de 0,78% em abril para 0,58% em maio. Mas ela continua subindo no acumulado de 12 meses, chegando a 6,31%. E deve continuar com esse comportamento nos próximos meses. Nessa época do ano, os preços dos alimentos, que estavam bastante pressionados, sobem menos. Apesar de o IPCA ainda estar em patamar elevado, o BC deve interromper a alta dos juros na semana que vem, após um ano de elevação da Selic. A atividade econômica fraca também abre espaço para isso. Nesse ciclo de aumento dos juros, que começou em abril do ano passado, a Selic subiu 3,75 pontos (de 7,25% para 11%), mas a inflação acumulada em 12 meses caiu só 0,21 ponto (de 6,49% para 6,28%), como mostramos no blog.
Governo prevê inflação maior – A projeção do Ministério da Fazenda para o IPCA deste ano subiu de 5,3% para 5,6%, mas ainda está bem abaixo da previsão do mercado, em 6,43%. O teto da meta é 6,5%. Também elevou a estimativa para as receitas extraordinárias para R$ 24,3 bi, em R$ 5,6 bi a mais. Ele conta com receitas que ainda não estão garantidas para fechar as contas. É que as despesas estão aumentando, e a arrecadação, caindo.
Mercado de trabalho ainda forte, mas criando vagas em ritmo menor – Saíram esta semana dados de emprego do IBGE e do Caged referentes ao mês de abril. A PME mostrou que a taxa de desocupação nas seis regiões metropolitanas pesquisadas ficou em 4,9%, a menor para o mês desde 2002. O Caged, por sua vez, revelou que a criação de vagas formais foi de 105.384 empregos, 46,5% menor em relação a abril do ano passado. Não há contradição. Essa pesquisa é mais abrangente, feita em todo o país, e estima só a geração de postos com carteira assinada. O mercado de trabalho continua indo bem, permanece como o ponto mais positivo da economia, mas cria empregos num ritmo menor.
Militares denunciados por morte de Rubens Paiva – O Ministério Público Federal denunciou cinco militares pela morte, em 1971, do deputado Rubens Paiva. O MPF diz que por se tratar de um crime de lesa-humanidade, não prescreveu nem foi perdoado pela Lei de Anistia, de 1979. Se a Justiça aceitar a denúncia, eles responderão por homicídio, associação criminosa, ocultação de cadáver e fraude processual.
Trabalho forçado – Estudo da OIT divulgado esta semana mostrou que 21 milhões de pessoas estão submetidas ao trabalho forçado no mundo, que inclui o infantil, o análogo à escravidão, o trabalho em condições degradantes e a exploração sexual. Do total, 56% estão na Ásia. Ele gera US$ 150 bilhões anuais. No Brasil, os dados têm melhorado, mas é preciso mais fiscalização e a aprovação das leis. A PEC do Trabalho Escravo, que prevê a retirada da terra de quem praticar trabalho escravo, por exemplo, está parada há muito tempo no Senado.
Mais confusão no setor elétrico – Depois do socorro de R$ 11,2 bilhões, as distribuidoras de energia querem mais um de R$ 7,9 bi, podendo chegar perto de R$ 20 bi só neste ano de 2014. E a conta vai ser paga pelo consumidor, não há dúvida. Mas só depois das eleições: em 2015 e 2016.
Governo vai ajudar bancos a pagarem dívidas – Os bancos com dívidas bilionárias conseguirão pagá-las com mais facilidade - inclusive aquelas do Proer, como mostrou o “Valor” esta semana. Um artigo da Medida Provisória 627, transformada em lei, prevê isso. Vai facilitar a vida dos banqueiros que, à época da crise bancária, perderam seus bancos e tiveram de responder processos na Justiça. A iniciativa é curiosa porque o governo que criticou o Proer agora vai ajudar os bancos a pagarem dívidas.
Gabrielli depõe na CPI da Petrobras – O ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, depôs esta semana na CPI do Senado que investiga irregularidades na companhia. Gabrielli isentou a presidente Dilma e a ele próprio de responsabilidades na compra da refinaria de Pasadena. Mas acabou, de novo, havendo versões divergentes no governo sobre se os aditivos aos contratos eram decididos só pelo ex-diretor Paulo Roberto ou se por toda a diretoria, como disse a empresa em nota.
Novos capítulos da operação Lava-Jato - Ministro manda soltar e depois volta atrás – Primeiro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki mandou soltar 12 réus da operação Lava-Jato, incluindo o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Depois, ele reconsiderou sua decisão, mantendo na prisão os doleiros, por temer que eles fugissem do país. No final das contas, só o ex-diretor da Petrobras está solto. Isso lembra o velho defeito do Brasil de “fidalguia”, alguns são mais que os outros. Por que apenas um dos investigados foi solto? Com a palavra o ministro Teori Zavascki.
Mais protestos e paralisações nas grandes cidades – Em São Paulo, os motoristas de ônibus fizeram paralisação, e a cidade parou. Em alguns estados, policiais civis também cruzaram os braços. No Rio, protesto de professores em greve deixou o trânsito caótico na quinta-feira.
Confiança do consumidor em baixo nível – A FGV divulgou hoje o índice de confiança do consumidor. Entre abril e maio, o indicador caiu 3,3% pontos, e está no menor patamar em cinco anos.
Contas externas – O BC divulgou hoje que o déficit em conta corrente atingiu US$ 33,4 bi nos quatro primeiros meses do ano. Corresponde a 4,65% do PIB. No mesmo período de 2013, havia sido de US$ 32,9 bi. Em abril, as transações correntes registraram um déficit de US$ 8,291 bilhões


Enviado por Míriam Leitão e Valéria Maniero 

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