8/25/2015

Estação Cocal


Dilma diz que a economia ainda vai enfrentar dificuldades em 2016

Presidente disse que acredita que a situação vai melhorar. Sobre o tamanho da crise que está atravessando, em 24 horas, ela deu respostas diferentes.

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (25) que a economia ainda vai enfrentar dificuldades, em 2016, mas que acredita que a situação vai melhorar. Sobre o tamanho da crise que está atravessando, em menos de 24 horas ela deu respostas bem diferentes.

Foi no Palácio do Planalto em entrevista, na segunda-feira (24), aos jornais O Globo, O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo. Os jornalistas perguntaram à presidente se ela imaginava anteriormente que militantes ou pessoas ligadas ao PT estivessem envolvidas no escândalo da Petrobras.

“Não”, reagiu a presidente.

Questionada se fora completamente surpreendida, confirmou: “Fui! E lamento profundamente.”

Em um “mea culpa”, a presidente comentou a crise econômica.
“Errei em ter demorado tanto para perceber que a situação era mais grave do que imaginávamos. Talvez, tivéssemos que ter começado a fazer uma inflexão antes. Não dava para saber ainda em agosto. Não tinha indício de uma coisa dessa envergadura. Talvez setembro, outubro, novembro”, disse a presidente Dilma Rousseff.

A presidente disse para os jornais que só teve noção do tamanho da crise depois da reeleição. Nesta terça-feira (26), em entrevista para duas rádios do interior paulista, Rádio Morada do Sol, de Araraquara, e Difusora, de Catanduva, a presidente disse que o governo sabia da crise e tinha adotado medidas preventivas. 

“Nós percebemos que a crise começava de forma bastante intensa quando acaba o chamado superciclo das commodities, ou seja, o reino dos preços altos de minérios, de grãos, e sobretudo de petróleo. Nós tivemos percepção que havia uma deterioração do quadro internacional - obviamente ninguém consegue prever qual é a dimensão, porque você não controla a economia dos outros países. Agora, eu acredito que as nossas medidas já começaram”, afirmou Dilma Rousseff.

A presidente terminou a entrevista para as rádios dizendo que espera sim uma situação melhor, mas que o Brasil ainda vai enfrentar dificuldades no ano que vem.

“Eu espero uma situação melhor. Não tenho como te garantir que a situação em 2016 vai ser maravilhosa. Não vai ser, muito provavelmente não será. Agora, também não será a dificuldade imensa que muitos pintam. Nós vamos continuar tendo dificuldades, até porque não sabemos a repercussão de tudo que está acontecendo na economia internacional”, declarou a presidente.

Logo após a entrevista para as rádios, a presidente viajou para Catanduva. Chegou lá debaixo de chuva. Foi inaugurar casas do programa ‘Minha Casa, Minha Vida’. No centro da cidade, manifestantes protestaram contra a presidente, que não viu a manifestação.
Na entrega das casas, a presidente foi aplaudida. Ela estava otimista. E voltou a comentar a crise econômica: disse que vai ser passageira.

“Nós vamos superar esses momentos de dificuldades. Todos nós que somos brasileiros e brasileiras sabemos que temos capacidade de superar desafios, de apresentar e de construir caminhos e de chegar a resultados. Quanto mais rápido fizermos isso, mais rápida será a superação das nossas dificuldades. A gente tem de enfrentar os problemas de frente“, discursou Dilma.

As declarações da presidente Dilma provocaram reações no Congresso Nacional.
“A verdade é que a senhora presidente da República estabeleceu a mentira como método. Foi assim que ela se conduziu durante toda campanha eleitoral e, infelizmente, continua a se conduzir agora. Porque os alertas, em relação a situação econômica, o agravamento da crise fiscal do país, foram feitas durante todo processo eleitoral, não apenas por nós da oposição, foram feitos por especialistas”, disse o senador Aécio Neves, do PSDB-MG e presidente do partido.
“Ela deveria ter um gesto de humildade plena e pedir desculpas ao povo brasileiro de forma formal e não dizer que foi enganada, que não calculou adequadamente o quadro que ela enfrentaria do ponto de vista econômico. Ela tinha consciência dessas dificuldades e infelizmente, a presidente Dilma não tem a humildade de reconhecer os seus erros e os erros praticados pelo seu próprio governo que penalizam dramaticamente o povo brasileiro”, deputado Mendonça Filho, do DEM-PE e líder do partido.   
“Eu acho que foi um reconhecimento, uma manifestação de humildade, mas eu acho que era impossível, naquele momento, identificar que nós chegaríamos a uma situação como essa. Quem olha o gráfico do crescimento da economia no Brasil vê que é em setembro que nós começamos a ter, de fato, uma queda mais abrupta. E a incerteza, ela é geral. Quem era capaz de há um mês imaginar que a China, por exemplo, estaria vivendo essa situação que tá vivendo agora. O importante é que ela tomou as medidas necessárias para conter essa situação no tempo correto”, disse o senador Humberto Costa, do PT-PE e líder do Governo.

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