Sem asfalto, caminhões atolam e quebram na rodovia Transcerrados
Rodovia estadual tem 340 km dos quais apenas 50 são asfaltados.
Situação precária causa prejuízos a caminhoneiros e produtores de grãos.
A maior parte da principal rodovia para o escoamento da produção de grãos dos Cerrados Piauienses não tem asfalto e está em estado deplorável. A TV Clube percorreu os 340 km da PI-397, mais conhecida como Transcerrados, e se deparou com lama, buracos e muitos caminhões quebrados.
Apesar da situação, quem pega a Transcerrado no seu início imagina que vai fazer uma viagem tranquila, já que se depara com asfalto de boa qualidade. Entretanto, 50 km depois do seu começo, que fica na cidade de Sebastião Leal, o pavimento acaba e começam os problemas.
Com início do período chuvoso, a estrada se transformou em um mar de lama, atolando e quebrando caminhões, que fazem longas filas nos pontos mais difíceis. Muitos deles sequer conseguem seguir viagem.
“A gente vai tentar sair, se parar de chover. Se não, é sem chance. É(sic) mais dois, três dias ainda”, disse o caminhoneiro Cleison Araúno.
A Transcerrados é uma rodovia estadual e a principal via de escoamento da produção agrícola piauiense. Neste ano, mais de três milhões de toneladas de grãos, a maioria soja, devem passar pela via.
Quando a chuva dá uma trégua e a água desaparece, é possível ter uma noção melhor do tamanho dos buracos. A repórter Neyera Pinheiro entrou em um deles e praticamente desapareceu.
Um trecho de 117 km, entre as cidades de Sebastião Leal e Uruçui, começou a ser asfaltado em 2013. O governo do Piauí declarou que parou a obra por falta de dinheiro e retomou no mês passado. A previsão é que essa parte fique pronta até o fim desse ano, mais de um ano e oito meses depois da data inicial. Para os outros 223 km, o governo pretende fechar parcerias com o setor privado e ainda não tem prazo para o início das obras.
Os produtores esperam pela obra há quase duas décadas. “Pra trazer os insumos, trazer as sementes, trazer os insumos é ruim, pra escoar a produção é pior ainda", falou o produtor rural Valmor Bortolotto.
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