O presidente Jair Bolsonaro, assiste à apresentação da 2ª Fase da Campanha Publicitária da Nova Previdência. |
Por Andreia Verdélio
O presidente Jair Bolsonaro
defendeu um pacto entre os Três Poderes da República para a aprovação das
reformas que destravem a economia e promovam o desenvolvimento do país. “Temos
tudo para ser uma grande nação. Falta nós, aqui em Brasília, conversarmos um
pouco mais, discutirmos o que temos que votar em especial, e juntos fazer
aquilo que povo pediu por ocasião das eleições e por ocasião das manifestações
do dia de hoje [ontem, 26]”, disse o presidente em entrevista ao programa Domingo
Espetacular, da Rede Record, na noite de ontem (26).
Atos em apoio ao governo
Bolsonaro ocorreram neste domingo (26) em várias cidades do país. Os apoiadores
defenderam, entre outras pautas, a reforma da Previdência, o pacote anticrime,
o porte e posse de armas, além de ministros do governo como o da Justiça,
Sergio Moro, e o da Economia, Paulo Guedes.
O presidente disse que
conversará com os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, do Senado
Federal, David Alcolumbre, e do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, sobre
esse pacto e as propostas para o país. “Estamos em harmonia [com os líderes dos
poderes], mas acho que falta conversar um pouco mais, e a culpa é minha também,
para que nós coloquemos na mesa o que nós temos que aprovar, o que também temos
que revogar porque tem muita legislação que atrapalha o crescimento do Brasil”,
disse.
Para o presidente, as
manifestações deste domingo (26) foram um recado aos Três Poderes e “para todos
aqueles que, de uma forma ou de outra, interferem na feitura de leis, de modo
que essas leis venham a ser feitas de forma mais rápida, para que saiamos dessa
situação crítica que nos encontramos”.
“Então precisamos de pautas
outras, de uma reforma tributária, precisamos destravar nossa economia, votar
coisa que facilite você empreender no Brasil, que você tenha prazer em ser
patrão e dessa maneira apareçam empregos para tirar o Brasil da ociosidade que
se encontra”, disse Bolsonaro.
Reforma da Previdência
Sobre a articulação política
para a aprovação das reformas, em especial a da Previdência, Bolsonaro disse
que, na medida do possível, tem recebido parlamentares em seu gabinete e mantém
o diálogo com Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre para destravar as pautas
governistas. “Tenho conversado com eles. Eles têm essa vontade também, mas
alegam, em parte, que têm o problema de algumas lideranças que pensam de
maneira contrária”, disse o presidente, destacando a autonomia do Parlamento.
Para Bolsonaro, aprovar a
reforma de Previdência é importante para o Brasil não “sucumbir
economicamente”, apesar de ser desgastante, já que mexe com a vida do
trabalhador. “Como o Paulo Guedes {ministro da Economia] falou há pouco,
ficaria insustentável nossa situação econômica”, disse o presidente, negando a
existência de conflitos com o ministro. “Fizeram até fofoca que eu teria falado
que ele pode ir embora [se não aprovar a nova Previdência]. Não é que ele pode
ir embora, se o Brasil economicamente naufragar acaba a função dele, vai
administrar o que? Dívidas?”, disse.
Estados
O presidente Jair Bolsonaro
falou ainda de suas intenções de dar mais liberdade aos estados para legislarem
sobre questões específicas, reformando a Constituição no que for possível.
“Gostaria que cada estado tratasse do seu código penal, da sua legislação
ambiental, do seu código de trânsito. Gostaria que eles tratassem desses
assuntos e, assim sendo, deixar a União pensar naquilo que é mais importante no
macro, e essas coisas um pouco menores fiquem para os estados”, disse.
Como exemplo, o presidente
citou a Assembleia Legislativa do Pará, que teria um conhecimento mais profundo
sobre a questão mineral do estado para decidir sobre a legalização dos
garimpos. “Ou a questão indígena. Quem tem que tratar desse assunto é o estado
do Amazonas, já que em grande parte está lá os nossos índios”, argumentou
Bolsonaro.
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