12/15/2015

Estação Cocal

Cardozo cita atuação 'isenta' da PF e diz que Cunha pode ficar 'tranquilo'

Ministro da Justiça rebateu nesta terça acusações do presidente da Câmara.
Cunha questionou viagem de Cardozo e disse que Lava Jato mira PMDB.

Roniara CastilhosDa TV Globo, em Brasília

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, rebateu nesta terça-feira (15) as declarações do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou que a Polícia Federal atua de forma "isenta" e disse que o peemebista pode ficar "tranquilo".

Mais cedo, Cunha afirmou que a nova fase da Operação Lava Jato, deflagrada nesta terça, mira políticos do PMDB, poupa o PT e mostra "revanchismo" do governo em relação a ele. Além disso, o presidente da Câmara questionou o fato de Cardozo ter viajado a Curitiba nesta semana.

Nesta nova fase, batizada Catilinárias, a PF cumpriu 53 mandados de busca e apreensão em sete estados e no Distrito Federal. Entre os endereços nos quais foram cumpridos esses mandados, estão as residências de Eduardo Cunha em Brasília e no Rio de Janeiro.

"A PF tem atuado de forma absolutamente isenta e autônoma, isso é uma postura que nós temos tido e continuará sendo assim. Nós não influenciamos absolutamente nada em relação a quem deve ou não deve ser investigado. Portanto, esse tipo de acusação é absolutamente indevida, incorreta e a própria realidade está ai para mostrar o contrário", disse Cardozo.

"Ele [Cunha] citou viagem minha a Curitiba, que está na minha agenda o que eu fui fazer. Eu fui a uma reunião com o secretario de Segurança Pública, a partir de uma demanda que, no dia anterior, me havia sido apresentada pelo governador, Beto Richa. [...] Portanto, algo que está registrado publicamente", acrescentou o ministro da Justiça.

Cardozo também foi irônico ao dizer que sua viagem a Curitiba não foi para "esconder bens nem ocultar bens no exterior".

O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados conduz processo para apurar se Eduardo Cunha mentiu à CPI da Petrobras por dizer que não tem contas na Suíça – suspeito de envolvimento no esquema de corrupção que atuou na Petrobras e é investigado na Operação Lava Jato, Cunha disse, em entrevista ao G1 e à TV Globo, que tem "usufruto" de contas no país europeu.

Perguntado sobre se, na hipótese de o Ministério da Justiça "controlar" a Polícia Federal, Cunha já estaria preso, Cardozo afirmou que "todos, inclusive o presidente da Câmara, têm direito ao contraditório e à ampla defesa".

"Eu não sou daqueles que faz retaliações, eu não sou daqueles que uso o meu poder para fazer vingança. Eu sou daqueles que defende a democracia. Então, portanto, o presidente da Câmara merece um tratamento justo, nos termos da lei, para que ele possa apresentar sua defesa. Jamais retaliarei àqueles que usam também o seu poder para me retaliar", declarou.

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