2/04/2015

Estação cocal

04/02/2015 20h58 - Atualizado em 04/02/2015 20h58

Petrobras anuncia que Graça Foster pediu para deixar presidência

Empresa anunciou também a renúncia de outros cinco diretores, dez meses depois das primeiras denúncias de corrupção descobertas na Lava Jato.

APetrobras anunciou nesta quarta-feira (4) a renúncia da presidente Graça Foster e de cinco diretores - dez meses depois das primeiras denúncias de corrupção descobertas na Operação Lava Jato.
A saída de Graça Foster foi confirmada em um comunicado de apenas três linhas. Segundo a Petrobras, o Conselho de Administração da empresa vai se reunir na próxima sexta (6) para eleger nova diretoria por causa da renúncia da presidente e de cinco diretores.
A companhia só deu a informação ao ser cobrada pela Comissão de Valores Mobiliários, que faz a supervisão do mercado financeiro do Brasil.
A CVM pediu explicações depois que os rumores do afastamento de Graça Foster provocaram fortes oscilações no preço das ações da Petrobras.
Na terça-feira (3), os papéis da companhia subiram mais de 15%. Nesta quarta-feira (4), depois da confirmação da renúncia, a alta foi bem menor.
A Petrobras não divulgou os nomes dos cinco diretores que também renunciaram. Mas o Jornal Nacional apurou que seriam:
- Almir Guilherme Barbassa, da área financeira
- José Carlos Cosenza, do abastecimento 
- José Antonio de Figueiredo, de engenharia e tecnologia
- José Miranda Formigli, de exploração e produção
- José Alcides Santoro Martins, de gás e energia. 
Permanecem na companhia apenas:
- José Eduardo Dutra, diretor corporativo e de serviços, ex-presidente do PT, que já comandou a estatal entre 2003 e 2005
- O novo diretor, escolhido recentemente, João Adalberto Elek Junior, diretor de governança, risco e conformidade.
O governo ainda não decidiu quem vai substituir Graça Foster, mas não vai ser fácil convencer um executivo a assumir o posto.
O novo presidente terá pela frente a aprovação das contas de 2014 e isso inclui chegar ao valor real do prejuízo com a corrupção e ter o balanço aprovado por auditores.
Graça Foster começou a carreira como estagiária
Graça Foster começou a carreira como estagiária, na Petrobras. Foi a presidente Dilma Rousseff que a levou ao posto mais alto da empresa.
Maria das Graças Silva Foster foi a primeira mulher a comandar a Petrobras. Ela assumiu o principal posto na maior estatal brasileira em 2012, depois de mais de 30 anos na companhia.
Substituiu José Sérgio Gabrielli, ligado ao ex-presidente Lula, com a missão de fazer uma gestão mais técnica e menos política.
Foi uma escolha da presidente Dilma. As duas se conheceram no fim dos anos 90 e se aproximaram ainda mais quando trabalharam no Ministério de Minas e Energia entre 2003 e 2005.
Nos dois primeiros anos à frente da Petrobras, Graça foi considerada uma das executivas mais poderosas do mundo por duas publicações internacionais.
Mas no período em que esteve na presidência, a companhia perdeu quase 80% do valor de mercado.
Em março de 2014, Graça Foster passou a enfrentar a pior crise da história da companhia, mesmo com a empresa batendo recorde de produção. Foi quando começaram as prisões da Operação Lava Jato.
Graça Foster esteve no Congresso para responder a perguntas sobre a corrupção na estatal.
No fim do ano passado, a empresa teve que adiar duas vezes a divulgação do balanço, porque precisava de tempo para avaliar os prejuízos com a corrupção.
Em uma entrevista coletiva, ela disse que só soube da corrupção com a Operação Lava Jato, e que havia colocado o cargo à disposição da presidente Dilma por três vezes.
“Hoje eu estou aqui presidente da Petrobras enquanto eu contar com a confiança da presidenta e ela entender que eu deva ficar”, afirmou em discurso.
O balanço do terceiro trimestre do ano passado só foi divulgado na madrugada da última quarta-feira (28) sem a assinatura de auditores contratados pela companhia e sem incluir os prejuízos com a corrupção. Mas a companhia estimou perdas em R$ 88 bilhões.
Na terça-feira (3), passada uma semana, Graça Foster foi chamada para uma reunião com a presidente Dilma, em Brasília.
Ninguém sabia ainda, mas era a despedida da funcionária de carreira que entrou na companhia como estagiária há 35 anos.

Fonte G1

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