2/24/2015

Estação Cocal

Cenário preocupante


No encontro com a cúpula do PMDB, na noite de segunda-feira (23), o primeiro a falar foi o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, que mostrou um cenário delicado para a economia brasileira para justificar a rápida aprovação das medidas do ajuste fiscal já enviadas ao Congresso. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, revelou que a previsão é a de que a inflação neste ano de 2015 fique em 7%, portanto, acima do teto da meta que é de 6,5%.

Sem fazer críticas diretas à política econômica nos últimos dois anos, Levy afirmou que as "medidas anticíclicas" adotadas até ano passado não resultaram no crescimento da economia do Brasil e contribuiram para o que chamou de "forte desorganização fiscal". 

Segundo um dos presentes, ficou claro pelas palavras de Levy que, se esta desorganização fiscal não for combatida logo, a situação deve pressionar o câmbio e isso se refletir na inflação, que já está alta.

O senador Romero Jucá, relator do Orçamento de 2015, que ainda não está aprovado, disse que o partido irá apoiar as medidas do ajuste fiscal mas considera que são insuficientes. "Não é só cortar despesas, é preciso o pilar da animação da economia. Nós não queremos ser parceiros apenas nas notícias ruins, mas também nas medidas para o futuro", disse ele, cobrando um projeto de retomada do crescimento.

"O Brasil precisa ter segurança jurídica, recuperar a confiabilidade no governo e a previsibilidade na economia
para retomar o crescimento", disse Jucá.
  
Segundo um dos presentes, de acordo com a avaliação feita pelos ministros Levy e Tombini, a pressão no câmbio pode levar o dólar a subir ainda mais e bater nos R$ 3,00 (já chegou a R$ 2,90).
 
"O cenário apresentado por Levy foi bastante realista", afirmou um dos presentes.

Na reunião, houve um momento mais tenso quando um peemedebista falou das dificuldades de relacionamento do partido com o governo. O ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) interrompeu, segundo um presente, para dizer que aquela reunião tinha o objetivo de tratar da economia e não de política. "Política econômica é política pública e vamos falar disso", respondeu o senador.

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