A estudante Vitória Castro, 19
anos, foi uma das estudantes do Piauí que conquistaram nota 1 mil na prova
da redação do Enem 2019. Segundo ela, dois dos segredos para a nota máxima
foram: fazer três redações por semana e estudar assuntos gerais de forma ampla,
sem decorar temas específicos.
Vitória Castro,
aluna nota 1000 na redação do Enem 2019 no Piauí. — Foto: Andrê Nascimento/G1
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“A gente nunca pensa que vai
tirar uma bota nota, ainda mais nota 1 mil, mas eu estava confiante de que
tinha feito uma bota redação. Quando vi o número na nota, fiquei muito feliz,
corri pra falar pra todo mundo”, disse a candidata.
Vitória contou o que fez para
obter a nota máxima: praticou muito. Essa foi a terceira vez que ela fez a
prova e já tinha obtido 940 pontos no Enem em 2018.
“Fazia de duas a três redações
por semana, no cursinho, em casa, e isso contribuiu muito, porque a prática
leva à perfeição", disse Castro. "Alguns dos autores que li e citei
na prova foram Gilberto Dimenstein, Milton Santos e John Locke.”
Gilberto Dimenstein é um
escritor e jornalista brasileiro; Milton Santos foi um geógrafo brasileiro que
ganhou, em 1994, o Prêmio Vautrin Lud de Geografia, na França, considerado o
Nobel de Geografia. Ele foi o primeiro brasileiro a realizar este feito e
faleceu em 2001. John Locke é um filósofo britânico e considerado um dos
principais expoentes do liberalismo, autor da obra 'Dois Tratados do Governo Civil'.
A outra estudante avaliadas com nota 1 mil
na redação do Enem no Piauí foi Letícia Silva, ela falou ao G1 que usou na prova o
embasamento que adquiriu lendo autores clássicos como o escritor Machado de
Assis e o filósofo alemão Immanuel Kant.
Letícia Silva,
do Piauí, foi uma das alunas a obter nota 1000 na redação do Enem em 2019. —
Foto: Letícia Silva/Arquivo pessoal
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O professor de Letícia, Thiago Morais, disse que o foco da
preparação dos alunos, durante o ano, foi a interpretação de texto. Além de
Letícia, o professor já teve outros três estudantes com a nota máxima na prova
em anos anteriores.
“Eu me preparei fazendo umas
três redações por semana. Busquei ter embasamento em autores clássicos como
Machado de Assis, de pensadores como Kant. No momento eu não lembro quais
autores eu usei na prova, mas o tema permitia desenvolver e defender um ponto
de vista, apesar de ter sido inesperado”, contou a estudante.
O professor da garota disse
que ela, assim como os outros alunos do cursinho de redação, fez muitas
leituras durante o ano e um dos focos foi a interpretação de texto. Segundo
ele, muitos alunos não obtêm boas notas porque não entendem o que é pedido na
prova.
Professor de
redação, Thiago Morais. — Foto: Andrê Nascimento/G1
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“Muitos alunos vão mal no Enem
porque não conseguem interpretar o tema. Muitos, no ano passado, acabaram
entendendo que [o tema, "democratização do acesso ao cinema no Brasil"]
tratava de acessibilidade, eles entenderam errado e isso acabou com a redação
deles. Em 2018, muitos também não conseguiram entender o tema ‘manipulação do
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet’. Por exemplo, não
entenderam o sentido da palavra ‘dados’, que é polissêmica, tem muitos
sentidos, então ficaram em dúvida e também não foram bem”, disse o professor.
Letícia disse que nos anos
anteriores, em que já fez a prova por duas vezes, tinha obtido 840 e 940
pontos. A jovem disse que pretende cursar medicina na Universidade Estadual do
Piauí (Uespi).
Fonte: G1 PIAUÍ
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