Presidente Jair Bolsonaro durante evento para entrega de ônibus escolares, em Goiás(foto: Isac Nóbrega/PR) |
Goiânia (GO) — O presidente
Jair Bolsonaro cancelou uma entrevista coletiva que daria depois da
entrega de ônibus escolares em Goiás. Tudo para não comentar sobre a
libertação do ex-presidente Lula. A equipe de Bolsonaro havia levado os
repórteres para uma sala no estádio Serra Dourada, onde ocorreu a entrega
dos veículos, mas, minutos depois, todos foram avisados de que o presidente não
falaria mais.
Durante a cerimônia em que
entregou 214 ônibus em Goiânia, no Estádio Serra Dourada, o presidente
Jair Bolsonaro (PSL) tentou disfarçar o semblante ao saber da notícia de
que o ex-presidente Lula havia sido solto. No minuto em que um dos
assessores apresentou a ele a informação, ele falou ao ouvido do ministro da
Educação, Abraham Weintraub.
Ao discursar na solenidade, Bolsonaro não
tocou no assunto. Mas suas ações demonstraram a contrariedade do peselista. Uma
coletiva de imprensa que estava prevista para acontecer após a entrega dos
ônibus, foi cancelada no último minuto. Os órgãos de imprensa já estavam
posicionados e mesmo funcionários da comunicação do governo foram pegos de
surpresa com a atitude do presidente, que tiveram que sair correndo atrás do
chefe do Executivo.
Em seguida, Bolsonaro compareceu
a uma outra agenda, de inauguração do escritório político do deputado Major
Vitor Hugo, líder do PSL na Câmara. Bolsonaro fez um rápido discurso onde
elogiou o deputado. Depois, Bolsonaro fugiu novamente das perguntas da
imprensa, embarcando em seguida para Brasília.
Na entrega de ônibus, Bolsonaro falou
sobre o horário de verão, afirmando que a ‘grande maioria gostou da ideia’ e
‘vamos seguir assim’. O presidente ainda sinalizou uma mudança nos livros
didáticos para 2021.
“A garotada, a partir de
2021, terá uma nova maneira de se educar. Tivemos há pouco a primeira parte do
Enem. Ninguém foi deseducado nas questões apresentadas e ninguém será
deseducado nesta segunda parte, no domingo. Queremos colocar matérias onde a
grande maioria reconheça a família, o valor do estado brasileiro e respeite as
crianças em sala de aula, sem ideologia. Queremos que estude sim, sabendo que o
que lhes será cobrado será aquilo que seus pais querem e aquilo que interessa
ao nosso Brasil. Vamos ensinar sem ideologia”, concluiu Bolsonaro.
Weintraub, que discursou
antes, afirmou que ‘a escola ensina a ler, ensina a escrever, ensina a fazer
conta, ensina uma profissão. Quem educa é a família’. “Esse negócio de
Ministério da Educação começou com Getúlio Vargas e caiu como uma luva para os
vermelhinhos. Os vermelhinhos querem dizer como a gente educa os nossos filhos.
Não é o Estado que tem que dizer como a gente educa”, apontou.
O ministro da Educação aproveitou
para alfinetar Lula. “A gente batalha pela educação, batalha pela
liberdade. Quem não sabe ler é escravo, quem não lê a bíblia não consegue
contestar com seu pregador. Não consegue se livrar do ‘bolsa esmola’. Fica
refém daquele que diz: ou vota em mim ou eu corto a bolsa”, atacou.
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