Por: Renato Souza
(foto: RENAN OLAZ) |
A Polícia Federal atendeu
pedido do Ministério Público Federal (MPF) e abriu inquérito para
apurar se um dos porteiros que prestaram depoimento no âmbito das investigações
do assassinato da vereadora Marielle Franco mentiu ao citar o
presidente Jair Bolsonaro. O funcionário do Condomínio Vivendas da Barra,
onde o chefe do Executivo tem casa, afirmou que o ex-PM Élcio de Queiroz,
suspeito pela morte de Marielle, foi até o local em março do ano passado, horas
antes da vereadora ser assassinada.
Ao se identificar na
guarita, Élcio teria dito que iria para a casa de Jair Bolsonaro. O porteiro então
disse, em depoimento a Polícia Civil do Rio, que telefonou para a casa de
número 58, onde Bolsonaro morava até janeiro deste ano,e disse que a entrada de
Élcio foi autorizada pelo morador que ele identificou como "Seu
Jair".
Ainda de acordo com o depoimento,
ao entrar no residencial, Élcio se dirigiu a residência de número 65,
pertencente a Ronnie Lessa, outro suspeito do homicídio.
A visita de Élcio ao local
teria ocorrido em 14 de março do ano passado, horas antes de Marielle e o
motorista dela, Anderson Gomes, serem assassinados no centro do Rio. Naquele
dia, o presidente Jair Bolsonaro estava em Brasília. Essa informação foi confirmada
por registros da Câmara dos Deputados e também por lives que ele realizou em
seu gabinete e nas dependências do Congresso.
Investigação
Gravações da portaria do
Condomínio Vivendas da Barra divulgadas pelo vereador Carlos Bolsonaro revelam
que com a chegada de Élcio, um dos porteiros ligou para a casa 65 e quem
autorizou a entrada do dele foi Ronnie Lessa.
No entanto, de acordo com o
colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a Polícia Civil sabe que o porteiro
que realizou a ligação para a casa de Lessa não é o mesmo que afirmou em
depoimento ter obtido autorização de "Seu Jair" para liberar a
entrada de Élcio. Durante as diligências, a PF vai investigar se o funcionário
do local mentiu, e quais foram os motivos dele ter eventualmente prestado
informações falsas.
Além disso, os
investigadores também querem saber como funciona o sistema de ligação do
condomínio e se as chamadas podem ser efetuadas automaticamente para o celular
dos moradores, como ocorre em alguns sistemas de comunicação instalados nesses
empreendimentos. A depender do resultado das investigações, um trecho das
investigações pode ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) para
análise.
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