11/04/2013

Estação cocal



  • 03/11/2013 12h56

    Um vôo 30 anos atrasado

    A coluna de Rangel Cavalcante é publicada todos os domingos aqui e nos jornais Florida News e Diário do Nordeeste

    (Brasília–DF)  A mídia de todo o mundo deu destaque na semana passada ao voio que a empresa brasileira GOL realizou com um avião abastecido com combustível derivado de óleo de cozinha reciclado de restaurantes da Califórnia. E mesmo assim em mistura com querosene de aviação. Mais uma grande farsa dos nossos amigos ianques tentando apagar a supremacia brasileira na área da aviação.
     A memória fraca dos brasileiros não registra que há exatos 29 anos, em 23 de outubro de 1984, o “Dia do Aviador”, um avião Bandeirante fabricado no Brasil pela EMBRAER decolou de São José dos Campos (SP) e voou até Brasília usando combustível derivado de óleos vegetais, o bioquerosene inventado pelo cientista cearense Expedito Parente, professor da Universidade Federal do Ceará. Ele já criara o biodiesel, em 1970, para uso em veículos e motores estacionários. Expedito começou suas experiências n o Ceará e depois mudou-se para o Piauí, onde recebeu apoio total do governador Alberto Silva para desenvolver o seu trabalho. Foi um sucesso. Recebeu a maior com decoração da Aeronáutica e doou a patente do seu invento à Força Aérea Brasileira. O grande incentivador de suas pesquisas foi o então ministro da Aeronáutica, brigadeiro Délio Jardim de Matos. Em 1981 o governador VirgílioTávora inaugurou a primeira usina produtora de biodiesel, em Fortaleza, com a presença do vice-presidente da República Aureliano Chaves. Hoje centenas de usinas produzem o biodiesel por todo país, abastecendo veículos e máquinas no campo e nas cidades. Em 1991 a Alemanha e a Áustria copiaram o modelo de Expedito. O pioneirismo do cearense não teve mais sucesso porque foi arquivado pelos militares, por razões até hoje não explicadas. O vôo da GOL hoje alardeado não é novidade alguma. Chegou com quase 30 anos de atraso. E ainda meio capenga, justamente quando a Petrobrás está atolada até o pescoço importando bilhões de dólares em combustível de aviação derivado do petróleo. 
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