Fernando Haddad pagou do próprio bolso investigação contra fiscais da prefeitura de Sâo Paulo
O escritório fica no edifício chamado Ouro para o Bem de São Paulo, na região central da capital
04/11/2013 - 18:25
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), admitiu que pagou do próprio bolso o aluguel de uma sala ao lado do ponto de encontro usado pelo grupo de auditores acusado de cobrar propinas de construtoras na capital. De acordo com Haddad, isso foi feito para não levantar suspeitas dos envolvidos na investigação.
O escritório fica no edifício chamado Ouro para o Bem de São Paulo, na região central da capital. De acordo com Haddad, ele bancou dois meses de aluguel e o controlador-geral do município, Mário Vinicius Spinelli, arcou com o seguro-fiança.
Os gastos, segundo ele, foram de ao menos R$ 500, do aluguel, e de R$ 3.000, do seguro-fiança. "O juiz autorizou uma escuta ambiental [...] e a prefeitura não tem legislação para permitir um contrato de locação que não seja publicado no 'Diário Oficial'. Então se nós fizéssemos o contrato de locação da sala vizinha e publicássemos no 'Diário Oficial' eles saberiam que estavam sendo investigados no local onde eles dividiam a propina", disse o prefeito.
O prefeito ainda afirmou que esta prática comprova a falta de aparelhamento do Estado para combater a corrupção.
O escritório que os auditores Eduardo Horle Barcellos, Carlos Augusto di Lallo do Amaral, Ronilson Bezerra Rodrigues e Luis Alexandre Cardoso de Magalhães usavam como QG para cobrar propina de incorporadoras foi alugado pelo irmão do deputado federal licenciado Rodrigo Garcia (DEM-SP). O grupo chamava o local de "ninho".
O escândalo foi revelado na semana passada. Ontem, o fiscal Luis Alexandre Cardoso de Magalhães foi solto beneficiado pela delação premiada --dar detalhes do esquema em troca de redução de pena.
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