10/29/2013

Estação Cocal

O previsível, o imponderável

A coluna de Genésio Araújo Jr é publicada todos os domingos aqui e em vários sites e jornais do Nordeste

(Brasília-DF) A semana passada terminou como uma sinfônica wagneriana para a Presidenta Dilma. Empolgante, animada, grandiloquente, apoteótica, mas, para alguns, exagerada.
Teve a sanção do programa “Mais Médicos”, a imagem de desagravo ao médico cubano vaiado por colegas cearenses.
No mesmo dia, foram divulgados os números econômicos mostrando redução do desemprego e aumento da renda.
Em seguida, veio o Leilão de Libra, do Pré-sal, com a surpreendente entrada em cena de grandes empresas internacionais como a Total e a Shell. A Petrobras continua controlando o setor e apostamos no modelo de partilha. Haverá um natural destravamento, outras grandes deverão entrar noutros leilões, mesmo com o intervencionismo dilmista que tanto desagrada os grandes empresários.
Prosseguindo, veio a oferta de bilhões para obras de saneamento para mais de 1 mil prefeitos, com festa no Planalto, inclusive para muitas cidades controladas por gente de partidos adversários, contrariando a tese disseminada adversária de que este é um governo para poucos.
Para fechar, teve a divulgação da pesquisa Estadão-Ibope que mostrou a chefe de Estado e Governo com liderança folgada, que daria numa reeleição ainda em primeiro turno. Para complicar, revela que os “reservas”, Marina Silva e José Serra, e não os “ titulares”, Eduardo Campos e Aécio Neves, é que podem lhe dar alguma canseira, gerando um provável segundo turno na disputa de 2014.
Teve dor de cotovelo. Gente reclamando que Dilma só conseguiu tanto apoio, pois estava e está sempre nas primeiras páginas com seus muitos eventos, além de ocupar rede gratuita de rádio e televisão.
Essas são vicissitudes da realidade brasileira, porém vamos com o que temos.
  1. Dilma tinha certo em seu cronograma este momento de boa avaliação face aos Mais Médicos e o Leilão de Libra;
  2. Dilma e o Governo contava que o final do terceiro trimestre seria positivo – quem nos acompanha já sabia disso;
  3. Tanto Governo como Oposição já contavam que tanto Marina Silva como José Serra estariam em posições privilegiadas nas pesquisas, frente a Aécio Neve e Eduardo Campos;
  4. Tanto Governo como Oposição esperavam que Dilma recompusesse parte de suas perdas de intenção de voto e de aprovação após os eventos de junho.
Bem, quem pensa estrategicamente o Brasil, e isso existe apesar de muito duvidarem, o que está em relevância são os detalhes que comandam o segundo turno das eleições do ano que vem.
Se Lula que é Lula foi para dois difíceis segundo turnos, Dilma que não é esses balaios todos vai sofrer, e muito, com o seu. A disputa entre o PSB e o PSDB, especialmente, para ver quem irá à segunda volta da disputa, seus arranjos nos estados e a sintonia que poderá gerar um novo discurso nacional são, certamente, o que há de mais importante nas estratégias futuras. Bem, claro, se o Imponderável de Almeida não entrar em campo!
Eis o mistério da fé.
Por Genésio Araújo Jr, é jornalista

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