Presidente diz que ações serão tomadas de acordo com a Constituição |
Por Marcelo Brandão e
Pedro Rafael Vilela
Depois da reunião no Palácio
do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro manifestou publicamente seu apoio ao
presidente autodeclarado interino da Venezuela, Juan Guaidó. Em declaração à
imprensa, na tarde de hoje (28), Bolsonaro afirmou que o Brasil vai atuar,
dentro da legalidade, para restabelecer a democracia no país vizinho.
“Nós não pouparemos esforços
dentro da legalidade, da nossa Constituição e das nossas tradições para que a
democracia seja restabelecida na Venezuela. E isso só será possível com eleições
limpas e confiáveis. Nos interessa uma Venezuela livre, próspera e
economicamente pujante”, disse o presidente. Bolsonaro criticou governos
anteriores do Brasil por terem dado apoio ao presidente venezuelano, Nicolás
Maduro. “Faço uma mea culpa aqui, porque dois ex-presidentes do
Brasil fizeram parte do que está acontecendo na Venezuela hoje. Essa
esquerda gosta de tanto de pobre que acabou multiplicando-os, e a igualdade
buscada por eles foi por baixo. Queremos uma igualdade para cima, na prosperidade”,
afirmou.
O presidente brasileiro
pediu permissão para chamar Guaidó de “irmão” e afirmou que continuará apoiando
as decisões do Grupo de Lima em favor da mudança de política no país vizinho,
“por liberdade e democracia”. Ao final de seu pronunciamento, apertou a mão do
colega.
Em seu pronunciamento, o
presidente autoproclamado da Venezuela – que é o presidente da Assembleia
Nacional, equivalente ao Congresso Nacional venezuelano, – agradeceu o
apoio do governo brasileiro na ajuda humanitária ao país vizinho e classificou
o encontro com Bolsonaro como um marco no resgate das relações entre os dois
países.
“É um marco para resgatar um
relacionamento positivo que beneficie nossa gente. Na Venezuela, estamos
lutando por eleições livres, no marco da Constituição, democráticas”, afirmou o
líder opositor, reconhecido por mais de 50 países, incluindo o Brasil, como
presidente legítimo do paí
Guaidó citou também o número
de 300 mil venezuelanos em situação de “emergência de morte” e outros 3 milhões
em risco humanitário em decorrência da crise política e econômica que afeta o
país. Para o presidente interino, a Venezuela não vive um dilema entre dois
grupos ou duas ideologias, mas sim entre ditadura e democracia, entre miséria e
prosperidade.
Guaidó chegou ao Brasil na
madrugada de hoje (28). Em sua conta pessoal no Twitter, ele disse
que veio ao Brasil em busca de apoio para a transição de governo na Venezuela.
Antes do encontro com Bolsonaro, ele esteve com representantes diplomáticos de
outros países no escritório da delegação da União Europeia, em Brasília.
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