2/26/2019

Ministro diz que errou ao pedir filmagem de crianças cantando hino




ministro da Educação Ricardo Vélez
O ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, admitiu nesta terça-feira (26) que errou ao pedir que escolas filmem alunos cantando o Hino Nacional sem autorização e também decidiu retirar o slogan eleitoral de Jair Bolsonaro da carta enviada às escolas. Ao chegar ao Senado para uma audiência na Comissão de Educação, o ministro reconheceu o erro.
Na segunda-feira (25), uma mensagem dele enviada a escolas públicas e particulares de todo o país acabou gerando muitas críticas.
No documento, Vélez Rodríguez pedia que fosse lida uma carta aos alunos com slogan da campanha de Bolsonaro: “Brasil acima de tudo; Deus acima de todos”; que as crianças ficassem perfiladas diante da bandeira do Brasil para o Hino Nacional e depois filmadas.
Nesta terça-feira (26), o ministro disse que qualquer publicação terá autorização prévia:
“Slogan de campanha foi um erro, já tirei, reconheci, foi um engano. Quanto à filmagem, só será divulgada com autorização da família”, disse ele.
As mudanças foram feitas depois das críticas de educadores e instituições de ensino. Mas o novo comunicado que ainda será enviado às escolas mantém o pedido de filmagem das crianças cantando o Hino Nacional. A diferença é que a mensagem agora deixa clara a necessidade de autorização dos pais: “A gravação deve ser precedida de autorização legal da pessoa filmada ou de seu responsável”.
O ministério pede que os vídeos sejam enviados para o MEC e para a Secretaria de Comunicação da Presidência da República para “eventual uso institucional”. O ministério não deu mais detalhes.
Senadores questionaram o ministro. A líder do Progressistas, Daniella Ribeiro, comentou as mudanças na carta.
“O senhor reconheceu aqui, agora, pediu desculpas e disse que retirou, já foi retirado o slogan, mas fica aqui também o pedido para que haja, não há nada demais em ninguém tomar uma atitude e reconhecer que ela não é, não é correta e retirar”.
Na audiência, Ricardo Vélez Rodriguez falou de outros temas. O ministro defendeu a presença de policiais militares em escolas. Disse que inibe tráfico de drogas criando ambiente mais seguro e afirmou que não se trata de militarismo.
“Não é o militarismo, não é a violência, não. É o amor pelo brasil. Moramos num país fantástico, com muitas riquezas, muitas possibilidades. O renascimento desse espírito cívico renasce num ambiente pacificado, onde a violência não dita a regra e onde o interesse pelo estudo começa a crescer”, afirmou.
O ministro reforçou que é favorável ao sistema de cotas para compensar a qualidade do ensino básico e fundamental. Disse que o orçamento das universidades públicas é preocupante diante da crise na economia e defendeu aumento do número de alunos por sala de aula.
“Devemos encontrar uma forma de melhor gerir o nosso patrimônio público que não é privatizável que deve continuar patrimônio público. De que forma? A primeira: otimizando o rendimento das universidades públicas da sua região. A relação professor-aluno nas públicas ainda é folgada no Brasil: é de 1 para 11 ou 1 para 7. Quando no setor privado está 1 para 20. E quando em países, por exemplo, como os Estados Unidos, França ou Alemanha, é de 1 para 50 ou 1 para 60”.


Fonte: Jornal Nacional

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